Medidas fazem parte de ações preventivas que podem minimizar problemas nos rebanhos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Os criadores de gado e produtores rurais estão em alerta por causa das altas temperaturas e das poucas – e fracas – chuvas das últimas semanas. Enquanto no Rio Grande do Sul as pastagens estão secas por causa da maior estiagem dos últimos oito anos, em Santa Catarina o problema é a má distribuição das chuvas, que em algumas regiões são insuficientes. “Em situações adversas de tempo e clima, a orientação é eleger prioridades e remanejar algumas atividades na propriedade”, alerta Simone Bianchini, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon, ABCD.
A seca reduz a disponibilidade e a qualidade de forragem. Isso faz com que seja necessário dar maior atenção às categorias mais exigentes, como os animais em crescimento. “As novilhas e as vacas de primeira cria, chamadas primíparas, sofrem com a alimentação insuficiente. As mães perdem a condição corporal e isso tem reflexo no terneiro que elas amamentam e na taxa de repetição de cria. Consequentemente, teremos uma redução na quantidade de quilos dos terneiro desmamados. Uma alternativa é a utilização de suplementos proteicos para os animais em crescimento e a utilização de desmame precoce nas primíparas, estratégias que auxiliam na manutenção das categorias jovens e contribuem para o resultado da prenhez”, explica Lucas Hax, médico veterinário e diretor técnico da ABCD.
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A pouca disponibilidade de água também pode afetar a saúde do rebanho. “A água limpa é muito importante, se for suja ou insuficiente pode trazer problemas no melhoramento do plantel. Uma solução é abrir as porteiras entre os potreiros, para que o gado circule e procure a melhor água, apesar do contratempo que pode provocar no manejo do gado”, orienta a presidente Simone.
A seca pode ter reflexo ainda no atraso no apronte dos animais para o abate, com uma diminuição na oferta de boi gordo. O gado que se aprontaria nas pastagens de verão vai ficar para mais tarde e talvez precise utilizar as pastagens de inverno. Para Lucas Hax, a opção é investir em suplementação alimentar, o que encarece o custo de produção mas permite a manutenção do fluxo de animais para o abate e evita a desorganização da propriedade. No entanto, essa estratégia deve ser muito bem planejada a fim de estabelecer soluções economicamente viáveis e que apresentem o desempenho zootécnico almejado “A gente acaba perdendo. Ou estica o ciclo ou encarece o custo de produção”, lamenta.