Escolher o melhor touro para a genética da fazenda não é uma tarefa fácil, afinal a realidade de uma propriedade é diferente da outra, por isso a genética deve passar por critérios na escolha!
Em meio a um crescimento expressivo da inseminação artificial, que contribui para acelerar o melhoramento genético do gado de corte no Brasil, uma ferramenta vai ajudar o criador a corrigir as deficiências do seu plantel apontando qual é o perfil de toda uma bateria de touros selecionados para o fornecimento de sêmen.
Quem explicou a inovação em entrevista foi o zootecnista formado pela Unesp de Botucatu e gerente de gado de corte da Semex, Antônio Carlos Sciamarelli Junior. Confira tudo sobre o Programa Guia do Valor do Cliente, o CVG.
“Nós criamos um programa de acasalamento que este ano vamos usar muito no gado de corte. Chama CVG, (Client Value Guide), Guia do Valor do Cliente. Então nossa equipe vai chegar no campo, vai perguntar para o pecuarista quais são os planos dele, o que ele precisa melhorar e, dentro disto, nós vamos inserindo estes dados dentro deste programa. Ele vai dando ênfase naqueles dados que o pecuarista precisa melhorar mais, desempenho, se precisa colocar peso de carcaça, rendimento, marmoreio. E o programa nos mostra quais os touros mais indicados para aquela fazenda”, explicou Sciamarelli.
A novidade é que a avaliação não contempla somente um reprodutor, o que ajuda criadores que têm rebanhos maiores. “Se o criador vai comprar três ou quatro touros para usar, geralmente quem usa muito sêmen costuma usar três a quatro touros, estes reprodutores têm que ser muito similares. E o programa dá a DEP da compra, não a DEP do touro, mas do pacote genético que ele está comprando para melhorar as características. E o programa dá os melhores touros focados para aquela propriedade”, esclareceu.
“Este é o cuidado nosso, de trazer estes touros equilibrados para contemplar todo o sistema de produção da fazenda, seja em desempenho em confinamento, a pasto, para te dar carcaça no frigorífico. […] Muito pecuarista vende o bezerro à desmama, então ele quer um touro só para desmama, mas o seu cliente, o invernista que comprou, o confinador, ele vai confinar este animal e vai abater”, disse o zootecnista, exemplificando a importância de corrigir o plantel como um todo, e não focar em deficiências específicas.
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Sciamarelli falou ainda da importância da inserção da genética de animais avaliados no sistema de produção para atender a ponta final da cadeia da pecuária.
“Carne de qualidade não existe sem genética de qualidade. A gente tem que monitorar isto e trazer os touros equilibrados. A gente vê que todo ano está aumentando o consumo de carne de qualidade, então o que a gente está fazendo para o consumidor? É uma lealdade, uma confiança para o consumidor comprar aquela carne de qualidade. Mas como você produz ela? A genética é uma parte importante, a genética equilibrada para ter maciez de carne, para ter precocidade, para ter marmoreio. Ela está aliada à nutrição, à saúde animal. Então a genética é onde começa o planejamento de tudo”, contextualizou.
Fonte: Giro do Boi