Com os preços caindo cerca de 30%, produtores já começam a segurar comercialização dos animais; custos de produção de suínos já subiram mais de 6% em 2020
Em um mês de distanciamento social como medida para conter o avanço da pandemia de coronavírus pelo mundo, os suinocultores independentes amargam prejuízo na atividade. De acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), a queda na Bolsa de Suínos de Santa Catarina já chega a 30%. A entidade afirma que um dos fatores que impacta diretamente no mercado são as rígidas medidas adotas por São Paulo para barrar a progressão da Covid-19, que travou a economia do maior mercado consumidor do país.
Na segunda semana de março, o preço pago pelo quilo do suíno vivo aos produtores independentes era R$ 5,67. Após sucessivas baixas, que ocorreram também nos demais estados produtores de proteína animal, o valor caiu para R$ 3,97 nesta quinta-feira, 16, uma desvalorização semanal média de R$ 0,28.
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Conforme o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, os custos para produzir o quilo da proteína também aumentaram, ficando perto dos R$ 4,30. Em algumas regiões a saca do milho está cotada a R$ 56 e a tonelada do farelo de soja R$ 1.800. “Os produtores já estão trabalhando no vermelho. Muitos precisarão reduzir a alimentação dos animais para atrasar a chegada deles nos frigoríficos e controlar a oferta”, disse. Ele alerta para que os suinocultores vendam apenas os animais que estejam no peso de abate a fim de estabilizar os preços pagos pelos frigoríficos.
Custos de produção
Os custos de produção de suínos calculados pela CIAS, a Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa, tiveram uma forte alta no mês de março, acumulando 4,17% e 2,96%, respectivamente, na comparação com fevereiro.
Já o ICPSuíno foi aos 254,18 pontos em março, continuando a alta registrada mensalmente desde outubro de 2019. Este também é o maior valor nominal do ICPSuíno desde a sua criação. Em 2020, o índice acumula alta de 6,34%. O custo por quilo vivo de suíno produzido em sistema de ciclo completo em Santa Catarina passou dos R$ 4,32 em fevereiro para R$ 4,44 em março, igualando o maior valor já registrado pelo índice, em junho de 2016.
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Impasse com China preocupa produtores
Cerca de 58% da produção de carne de Santa Catarina é exportada para a China, sendo um dos grandes parceiros comerciais do Brasil. Na opinião do representante, é inadmissível que membros ligados ao governo tornem públicas opiniões que manche a reputação dos asiáticos. “Qualquer percentual que os chineses deixarem de importar do Brasil será uma catástrofe para a suinocultura catarinense. O consumo interno não teria capacidade de absorver o excedente”.
Com informações do Canal Rural