Pesquisadores conseguiram desenvolver a primeira vacina contra carrapato bovino; Confira os detalhes abaixo na matéria e veja como funciona o sistema.
O prejuízo causado pela presença de carrapatos nos rebanhos bovinos brasileiros gira em torno dos 3.2 bilhões de dólares ao ano; ainda assim não existe nenhuma vacina contra este ácaro que seja comercializada no Brasil.
Este cenário está prestes a mudar graças ao trabalho de pesquisadores da Embrapa Gado de Corte, que sob a coordenação do doutor em biologia molecular, Renato Andreotti, desenvolveram junto a um laboratório farmacêutico, aquela que poderá se tornar a primeira vacina contra o carrapato em circulação no país.
De acordo com Renato, a vacina possui eficácia de 69% e deverá ser aplicada dose de reforço a cada 6 meses.
“Por ser um dos estados com maior rebanho bovino do país, justifica-se o investimento em pesquisa e inovação na pecuária visto que esta atividade está diretamente ligada à economia de MS. Esta vacina só foi possível graças ao trabalho de todos os pesquisadores envolvidos, estudantes de pós-graduação da UFMS, e investimentos do CNPQ e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul por meio da Semagro e da Fundect”, avalia o pesquisador.
Para o Chefe Geral da Embrapa Gado de Corte, Antônio do Nascimento Ferreira, a nova vacina garante melhorias em diversas áreas da produção.
“No ambiente da fazenda, o uso desta vacina garantirá uma significativa melhora da produtividade além da redução de pesticidas e consequente contaminação ambiental. E o mais importante, com a diminuição do número destes vetores teremos um produto final com ainda mais qualidade”, finaliza.
A vacina contra o carrapato bovino já teve seu depósito de patente aprovado e pode chegar ao mercado brasileiro em breve.
O Ciclo do Carrapato
Os carrapatos apresentam um ciclo de vida dividido em dois períodos, o primeiro é conhecido como parasitário e dura cerca de 21 dias, quando ocorre o desenvolvimento do parasita no bovino, seu hospedeiro, e subdivide-se nas fases de larva, ninfa e metaninfa, sendo que durante esta última o parasita não é vulnerável aos carrapaticidas, mesmo os injetáveis, pois está protegido por uma dupla cutícula (capa) e não suga o sangue.
Esta fase dura cerca de sete dias, assim como a fase adulta, quando as fêmeas se ingurgitam de sangue e caem dos bovinos.
Já o segundo período, conhecido também como de vida livre, ocorre logo que a fêmea desce para o solo. Cerca de 3 dias após a queda, ela estará pronta para começar a postura dos ovos, aproximadamente 3.000 ovos, e que pode durar até 4 semanas, dependendo da temperatura e umidade.
A partir desta semana os ovos começam a eclodir. As larvas necessitam de cerca de 1 semana para estarem aptas a fixarem-se no hospedeiro e continuarem seu desenvolvimento, iniciando novamente a fase parasitária. Os meses quentes e úmidos são os mais propícios para o desenvolvimento dos ovos.
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Existem diversas particularidades regionais no Brasil, ocasionadas pincipalmente pelas diferenças climáticas existentes no nosso país e também pela grande variedade de raças bovinas nas propriedades, determinando a suscetibilidade do rebanho frente aos parasitas.
Durante o inverno, devido às baixas temperaturas enfrentadas pela região Sul e baixa umidade no centro oeste do país, há um pequeno número de carrapatos e baixo infestação de larvas nos animais.