Desenvolvida pela Embrapa Rondônia, IATF em Blocos, eleva em até 20% taxa de concepção

A Embrapa Rondônia desenvolveu uma técnica chamada de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em Blocos que tem resultado em aumentos de 10% a 20% de prenhez em relação às vacas submetidas à metodologia de IATF convencional. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Luiz Pfeifer, responsável pelo trabalho, a taxa de prenhez – relação entre fêmeas prenhes sobre o total de inseminadas – pode chegar a 70% com a nova técnica, enquanto que o método convencional alcança em média de 40% a 60%. “A IATF em Blocos foi desenvolvida para aproveitar o máximo potencial reprodutivo de fêmeas bovinas submetidas a um protocolo de IATF”, declara o especialista.

De acordo com Pfeifer, o diferencial da IATF em Blocos é a realização da inseminação artificial de acordo com o diâmetro do folículo dominante, ou seja, a resposta do ovário da vaca. Para utilizar a nova técnica, no dia de realização da IATF, inicialmente as fêmeas são avaliadas por ultrassonografia para se estimar o momento da ovulação. Dessa forma, realiza-se a inseminação artificial de acordo com o momento mais favorável para a fecundação, diferentemente da forma tradicional, que não leva em consideração a estimativa do momento da ovulação. “Com isso é possível inseminar as vacas em momento mais adequado e conseguir o aumento de fertilidade nos protocolos de IATF mais utilizados para vacas de corte no Brasil, taxas que estavam estabilizadas entre 40% a 60% de prenhez há duas décadas”, comenta Pfeifer.

A nova técnica tem investimentos pouco maiores e a diferença está relacionada à aplicação da ultrassonografia, procedimento ausente na IATF convencional. Para o especialista da Embrapa, o custo mais relevante serão os honorários do veterinário que levará cerca de duas horas para avaliar um lote de 100 vacas. A IATF em Blocos custará, em média, R$7,80 a mais por vaca quando comparada à IATF convencional, o que corresponde ao valor pago ao profissional que fará o exame de ultrassom.

A metodologia foi desenvolvida para vacas zebuínas de corte, Nelore, com cria ao pé e será avaliada para outras raças, de acordo com o pesquisador. Por requerer a atuação de profissional treinado e que possua equipamento de ultrassonografia, tem maior alcance para médios e grandes produtores. Porém, em regiões com programas governamentais de inseminação, como ocorre em Rondônia, essa técnica pode ser empregada para rebanhos de produtores familiares. Considerando, apenas Rondônia, o pesquisador acredita que cerca de 250 mil fêmeas da raça Nelore, atualmente, já podem ser inseminadas com essa técnica.

Vantagens e particularidades

A IATF em Blocos está pronta para ser implantada no sistema pecuário brasileiro. Para isso é preciso que os produtores e técnicos conheçam melhor as vantagens da técnica em blocos e as peculiaridades que a envolvem. Ela permite que as vacas sejam inseminadas em um momento mais adequado, conforme a proximidade da ovulação; permite avaliar a resposta da fêmea antes da inseminação artificial, prevendo a fertilidade da IATF no lote; e possibilita diagnosticar patologias ovarianas e também selecionar animais que não responderam ao tratamento de sincronização.

É fundamental, de acordo com o pesquisador, que a nova técnica seja realizada por um técnico especializado, assim como é necessário que o curral tenha apartes para separar os animais de acordo com o momento da inseminação.

Para saber mais detalhes, aplicações e resultados da IATF em Blocos, a Embrapa Rondônia publicou um comunicado técnico sobre o novo protocolo.

Fonte: Embrapa Rondônia
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