Descubra os tipos de café e as diferenças entre eles

Apesar de existirem mais de 100 variedades de café, apenas duas espécies são predominantes no mercado global.

O Brasil mantém sua posição de maior produtor de café do mundo há um século e meio. Em 2024, o país está projetado para alcançar uma produção de mais 63,2 milhões de sacas de 60 kg de café, conforme estimativas da consultoria Rabobank. A safra deste ano inclui 40,1 milhões de sacas de café arábica, predominantemente cultivadas em Minas Gerais, e 23,1 milhões de sacas de robusta, cuja produção está concentrada no Espírito Santo.

A cafeicultura brasileira contribui com aproximadamente 25% das exportações mundiais de café. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos últimos 12 meses, o Brasil exportou 40 milhões de sacas. O principal mercado para o café brasileiro é os Estados Unidos, que lidera o consumo global do grão. Descubra os diferentes tipos de café e as principais distinções entre eles.

Quais são os tipos de café?

Descubra os tipos de café e as diferenças entre eles?
Foto: Divulgação

Apesar de existirem mais de 100 variedades de café, apenas duas espécies são predominantes no mercado global. Atualmente, há mais de 124 espécies de café conhecidas mundialmente, mas apenas duas dominam a maior parte do comércio internacional. Segundo Bruna Malta, CEO da Olinto Café, “O Café Arábica é a variedade mais produzida e consumida em escala global.” Essa espécie representa mais da metade das 170 milhões de sacas de café produzidas anualmente em todo o mundo.

A segunda espécie de café de maior importância é a Coffea Canephora, comumente chamada de robusta ou conilon. “A Coffea Canephora desempenha um papel essencial tanto na produção de cafés solúveis quanto em misturas com o café arábica”, observou Malta. O Vietnã lidera a produção global dessa espécie, com um volume anual estimado em 38,5 milhões de sacas de 60 quilogramas cada.

Em terceiro lugar no ranking de produção e consumo está o café Excelsa. Cultivado principalmente no Sudeste Asiático, essa variedade representa cerca de 7% da produção mundial de café e é frequentemente usada em blends para adicionar corpo a bebidas preparadas com outras espécies.

Também merece destaque o café Libérica, que pertence à mesma família do Excelsa e teve grande importância no passado, especialmente para substituir os cafezais de arábica devastados pela ferrugem no século 19, na Ásia. Atualmente, no entanto, a produção dessa variedade é bastante rara.

Qual é a diferença entre o café conilon e o arábica?

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Foto: Divulgação

Embora o café robusta, conhecido como conilon, seja conhecido por fornecer mais cafeína, o café arábica é valorizado por seu sabor mais complexo. A principal distinção entre essas duas variedades de café reside no número de cromossomos de cada espécie. O conilon possui 22 pares de cromossomos, enquanto o arábica possui o dobro, o que resulta em diferenças tanto nos métodos de cultivo quanto no sabor da bebida final.

Confira as características de cada uma dessas variedades

Café Conilon

“O Coffea Canephora, também conhecido como conilon, prospera em climas mais quentes, prefere planícies, requer uma maior quantidade de água, é mais resistente a doenças e se beneficia da polinização cruzada”, explicou Malta. Em uma única plantação, é comum encontrar até oito variedades diferentes de Coffea Canephora. Devido à sua produção constante e abundante, o valor desta commodity é geralmente inferior ao do café arábica.

Os grãos dessa variedade conferem mais corpo à bebida, tornando-a mais cremosa. “Muitos espressos alcançam uma cremosidade excepcional graças a esse blend”, ressaltou a CEO da Olinto Café. Além de ser mais econômico, o café robusta é frequentemente utilizado em misturas para reduzir o custo do café em geral. Vale destacar que o robusta contém pelo menos o dobro de cafeína em comparação ao arábica.

Café Arábica

O cultivo do café arábica exige mais atenção e cuidados. “Essa espécie prefere climas mais amenos e altitudes elevadas”, explicou Malta. A produção do arábica segue um ciclo bianual, o que significa que em um ano os cafezais produzem uma grande quantidade, enquanto no ano seguinte a produção pode cair pela metade.

O cultivo do arábica é feito a partir de sementes, e como não ocorre polinização cruzada, as plantações costumam ser compostas por uma única espécie. No entanto, essa variedade é mais vulnerável a doenças e pragas em comparação ao robusta.

Por outro lado, o café arábica é amplamente considerado mais refinado, com um potencial superior para oferecer uma variedade de nuances na bebida. “É possível encontrar notas achocolatadas, frutadas e florais, tornando a bebida rica e diferenciada”, destacou a CEO.

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Foto: Divulgação

Como escolher um bom café?

A ideia de que café de qualidade é necessariamente forte é um equívoco. “A indústria quer que os consumidores acreditem nisso”, afirmou Bruna Malta. O café excessivamente torrado pode conter impurezas como gravetos e palhas, tornando-o mais barato e difícil de identificar essas adições no sabor.

Para garantir a qualidade do café, seja ele consumido puro ou combinado com outros ingredientes, é recomendável comprá-lo em grãos, o que permite verificar a ausência de impurezas. “Opte por torrefações mais leves. O café, sendo um fruto, perde suas melhores características se for torrado em excesso”, alertou a CEO.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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