Descubra os benefícios do leite de búfala: nutrição, versatilidade e potencial de mercado

Leite de búfala é em média 45% mais produtivo na fabricação de produtos lácteos e ganha espaço entre alérgicos à proteína de leite de vaca

Na África, eles fazem parte dos Big Five. Na Índia, são responsáveis por mais da metade da produção de leite. Os búfalos são animais rústicos, fortes e dóceis – os domesticados. No Brasil, o animal é criado principalmente para a produção de leite de búfala, matéria-prima para alguns alimentos, como a famosa burrata.

Nutritivo e versátil, o leite de búfala tem diferenças com o leite de vaca e pode ser uma opção para alérgicos e intolerantes à lactose. Veja os usos desse produto e como deve ser feito o manejo das búfalas para produção do leite.

Quais as diferenças entre o leite de búfala e o leite de vaca?

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Foto: Divulgação

Uma das diferenças principais é a presença de proteínas chamadas de beta-caseína. Isso porque o leite de vaca possui dois tipos dessa proteína, A1 e A2, enquanto o leite búfala possui apenas a beta-caseína A2. Esse pode ser um fator importante para o consumidor, já que uma parte da população tem alergia à proteína beta-caseína A1. Além disso, existem outras distinções:

  • Composição nutricional: na comparação entre os dois lácteos, o leite de búfala possui aproximadamente 10% a mais de proteína e 50% a mais de gordura. Também é mais rico em cálcio, ferro e fósforo, além de ter mais vitaminas do tipo A e do tipo D.
  • Sabor e textura: o leite de búfala é levemente mais adocicado e suave no sabor e tem textura mais cremosa e densa devido ao teor de gordura.
  • Usos: devido ao caráter mais encorpado e menor presença de água, o leite de búfala é mais produtivo na fabricação de derivados, como iogurtes e queijos.

O que fazer com o leite de búfala?

Assim como o leite de vaca, há uma série de produtos que podem ser feitos a partir do leite dos bubalinos. Alguns derivados são:

  • Queijos: talvez o mais conhecido seja a mozzarela de búfala. De forma geral, esses produtos costumam ter uma coloração mais branca, se comparada aos feitos com leite de vaca. Os queijos podem ter diferentes formatos e tipos, como burrata, ricota e provolone;
  • Iogurtes: devido às características do leite de búfala, os iogurtes feitos com ele costumam ser mais espessos;
  • Manteiga: também é possível fazer uma manteiga rica em nutrientes e cremosa, com um sabor mais suave;
  • Leite em pó: ainda é um produto pouco conhecido, mas também é possível fazer leite em pó a partir do leite de búfala;
  • Outros usos: doce de leite, sorvetes e sobremesas.

De onde vem o leite de búfala?

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Foto: Divulgação

De acordo com Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), o Brasil possui aproximadamente três milhões de cabeças de búfalos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta dados menores, cerca de 1,5 milhão de cabeças em 2022, e indica que o estado com a maior concentração é o Pará, com mais de 600 mil animais.

No Brasil, quatro raças são as mais utilizadas para produção de leite e carne:

  • Murrah: originária da Índia, é a raça mais numerosa no país.
  • Mediterrânea: selecionada na Itália para finalidade mais leiteira.
  • Jafarabadi: essa raça tem uma cabeça peculiar, com chifres longos, caídos e voltados para cima.
  • Carabao: conhecido como búfalo do pântano, tem origem na Ásia e é voltado para produção de carne.

Como é o manejo de búfalos?

Os búfalos são animais resistentes e mais rústicos do que os bovinos. Sua pelagem preta exige que eles vivam em locais sombreados para evitar a radiação solar intensa. Outro ponto é o tratamento de doenças: os búfalos são suscetíveis à estacionalidade reprodutiva.

A ordenha pode ser feita de forma manual ou mecânica, sendo a mecânica a mais recomendada para criações em grande escala. As búfalas também costumam ser mais resistentes à mastite.

Desafios e oportunidades do mercado

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Foto: Divulgação

Entre os desafios da produção de leite de búfala no Brasil estão os custos de manejo, a necessidade de capacitação técnica dos produtores e o acesso limitado a mercados especializados. No entanto, há também oportunidades com o interesse crescente por alimentos saudáveis e produtos diferenciados, como produtos lácteos para intolerantes à proteína beta-caseína A1.

A produção de leite de búfala também pode ser o caminho para agregar valor e alcançar mais rentabilidade, já que a oferta de queijos à base de leite de búfala ainda é pequena. Com a valorização dos produtos artesanais e gourmet, o mercado de leite de búfala tem potencial para continuar crescendo de forma significativa.

Fonte: https://agro.estadao.com.br

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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