Origem do corte brasileiro nasce em São Paulo e alcança reconhecimento global
A picanha, um dos cortes mais emblemáticos da culinária brasileira, é essencial em qualquer churrasco no país e reconhecida globalmente. Segundo uma pesquisa conduzida pela consultoria Saga em colaboração técnica com o Qualibest, revelou-se que 55% dos brasileiros realizam churrascos pelo menos uma vez por mês, destacando a relevância da carne bovina na cultura nacional.
Aqui estão seis curiosidades sobre a picanha:
Origem da Picanha:
Localizada na parte traseira do boi, próxima ao dorso, a picanha se encontra na anca. Esta área possui poucos músculos devido à baixa movimentação do animal, o que contribui para sua notável maciez.
A picanha compartilha o mesmo grupo muscular do coxão duro e é delimitada pela terceira veia da peça. Essa região é crucial para garantir a suculência, maciez e o sabor característico da carne.
História da Picanha
A origem da picanha como um corte específico não possui um consenso histórico definitivo. Uma versão amplamente aceita relata que, em 1957, o açougueiro húngaro Lazlo Wessel começou a vender essa carne no bairro do Bixiga, em São Paulo, especialmente para imigrantes alemães que trabalhavam na fábrica da Volkswagen.
Inicialmente, a picanha era solicitada separadamente da alcatra para preparar o prato alemão tafelspitz, um prato cozido acompanhado de maçã e raiz-forte, frequentemente servido com batatas.
O corte logo atraiu a atenção de outros clientes devido à sua capa de gordura e marmorização, que consiste em pequenos filetes de gordura entremeados na carne, derretendo-se ao calor e contribuindo para o sabor.
Expansão Internacional da Picanha
Após sua popularização no Brasil junto com a cultura do churrasco, a produção nacional de carne não conseguia suprir a demanda crescente pela picanha. Como solução, começou-se a importar esse corte dos países vizinhos como Argentina e Uruguai, onde a carne era vendida a preços mais acessíveis. Inicialmente destinada a países como Bolívia e Equador, a picanha logo despertou interesse entre os brasileiros e passou a ser consumida no país.
Nos últimos anos, a picanha ganhou ainda mais visibilidade internacional. O conceito de churrascaria brasileira, conhecido por rodízio de churrasco, tornou-se popular em países com comunidades brasileiras, especialmente nos Estados Unidos, onde a picanha é uma das estrelas principais. Churrascarias como o Fogo de Chão, um dos maiores expoentes desse estilo no exterior, já contam com mais de 40 unidades ao redor do mundo.
Fatores que Encarecem a Picanha
A picanha é considerada um corte nobre, o que contribui significativamente para seus preços elevados. A demanda consistente desempenha um papel crucial, enquanto a sazonalidade, influenciada por condições climáticas que afetam a produção e disponibilidade, também impacta nos valores. Eventos sazonais e celebrações adicionam à procura pelo corte. Cada boi produz apenas duas peças de picanha, com peso variando entre 1 e 1,5 kg.
Recentemente, os consumidores têm se beneficiado de preços mais favoráveis para churrascos de qualidade. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços da picanha reduziram em 9,11% nos últimos 12 meses, enquanto o índice geral registrou aumento de 3,93%.
Origem do Nome “Picanha”
A etimologia mais aceita para o termo “picanha” remete à palavra espanhola “picana”, referindo-se a uma vara comprida usada para guiar o gado no campo. Fazendeiros argentinos, uruguaios e gaúchos utilizavam a picana para tocar o boi na região traseira, onde se encontra a picanha.
Reconhecimento Internacional
Eleita como o melhor prato do mundo pelo ranking do Taste Atlas, uma enciclopédia online conhecida por suas avaliações gastronômicas, a picanha brasileira alcançou o primeiro lugar. A votação, realizada no final de 2023 e baseada em mais de 270 mil avaliações de leitores, concedeu à picanha uma classificação de 4.75 de 5 estrelas.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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