Os dias em que somente os fazendeiros colhiam lucros já ficaram para trás. Agora, você pode descobrir uma alternativa mais acessível para investir no agronegócio, mesmo que não tenha propriedade de terra em seu nome
Essa situação é bastante comum no Brasil: proprietários de extensas áreas de terra colhem safras e lucros significativos. A figura do “Rei do Gado” é uma imagem profundamente enraizada na cultura brasileira. É provável que você já tenha conhecido ou ouvido falar de pessoas que obtiveram grande sucesso no agronegócio, muitas vezes sem possuir diplomas ou conhecimento técnico especializado.
Em um país como o Brasil, onde o agronegócio representa quase um terço do PIB e emprega cerca de 9 milhões de pessoas, o setor agropecuário está inextricavelmente ligado à prosperidade financeira. O lema “o agro não para” não é apenas um slogan de marketing, mas um reflexo da realidade. Os dados e estatísticas confirmam a vitalidade desse setor econômico que desempenha um papel fundamental na estabilidade do país e na economia global.
Quando se trata de investir no setor do agronegócio, há um equilíbrio delicado entre riscos e recompensas. É possível explorar alternativas de investimento nesse setor, mesmo sem ser um produtor rural.
Vamos examinar algumas delas e entender como elas funcionam:
Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
As LCAs são títulos de renda fixa lastreados em diversas transações comerciais e financeiras realizadas por produtores rurais com empresas e cooperativas. Essas operações podem incluir desde produção e comercialização até o beneficiamento e industrialização de produtos agrícolas. Uma das principais vantagens desses títulos é a isenção de imposto de renda para pessoas físicas sobre os rendimentos.
Além disso, as LCAs são emitidas por instituições financeiras, o que significa que contam com o respaldo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que visa a proteger o capital do investidor em casos de inadimplência.
Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
Os CRAs também são títulos de renda fixa lastreados em negócios entre produtores rurais e empresas ou cooperativas. A diferença é que os detentores desses recebíveis (que podem representar, por exemplo, uma Cédula de Produto Rural – CPR) os transferem para uma securitizadora, que emite os CRAs e os disponibiliza no mercado financeiro. Assim como as LCAs, os rendimentos dos CRAs são isentos de imposto de renda para pessoas físicas.
No entanto, esses títulos prometem um retorno potencialmente mais elevado, embora acompanhado de um maior nível de risco em comparação com as LCAs. É importante destacar que os CRAs não contam com o respaldo do Fundo Garantidor de Crédito, mas estão vinculados ao patrimônio da securitizadora, visando garantir a restituição dos investidores em caso de dificuldades financeiras.
Fundo de Investimento nas Cadeias Agroindustriais (Fiagro)
Os Fiagros consistem em fundos de investimento que agregam ativos negociados no mercado de capitais. Eles são lançados por meio de corretoras de valores e seu patrimônio é dividido em cotas, que representam a parcela de cada investidor com base em seu capital investido. Existem três tipos de Fiagros: Fiagro de direitos creditórios (Fiago-FIDC), que reúne ativos relacionados a títulos como CPR, CRA e LCA; Fiagro imobiliário (Fiagro-FII), que concentra propriedades rurais em sua carteira; e Fiagro Participações (Fiagro-FIP), que envolve participações em sociedades e empresas.
Como em qualquer forma de investimento, os Fiagros também apresentam riscos, como o risco de crédito, relacionado à capacidade de pagamento das obrigações contratuais, o risco de liquidez, associado à dificuldade de converter os Fiagros em dinheiro, e o risco de mercado, vinculado a fatores macroeconômicos no Brasil e no exterior, bem como a variações nos preços das commodities.
No entanto, os Fiagros oferecem a vantagem da diversificação, tanto em termos de carteira de investimentos quanto em relação a diferentes ativos relacionados ao agronegócio. Além disso, a entrada em um Fiagro geralmente requer um valor mais acessível.
Portanto, a decisão de investir no agronegócio envolve uma análise cuidadosa dos riscos e das oportunidades oferecidas por cada alternativa, levando em consideração os objetivos financeiros e o apetite pelo risco de cada investidor. Com a devida compreensão dessas opções, é possível explorar o potencial de investimento no setor agrícola, contribuindo para a expansão e estabilidade desse importante segmento econômico.
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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