Desafios e perspectivas da suinocultura para 2021

Expectativa é de que 2021 seja ainda melhor, mesmo com o custo de produção elevado, o balanço positivo se repita o ano de 2020

Apesar das dificuldades provocadas pela pandemia de covid-19, a suinocultura brasileira encerrou o ano de 2020 com preços, abate e embarques recordes. Para 2021, a expectativa é de que, mesmo com o custo de produção elevado, o balanço positivo se repita. De acordo com pesquisadores do Cepea, a demanda externa por carne suína deve continuar firme, sustentada pelas compras chinesas, ao passo que a procura interna deve ser favorecida pela possível retomada econômica.

Os custos de produção, contudo, devem continuar sendo um grande gargalo ao setor em 2021. Isso porque os valores dos dois principais componentes da ração, o milho e o farelo de soja, devem se manter altos neste ano, tendo em vista as aquecidas demandas interna e externa por esses grãos. Esse cenário tende a pressionar, por mais um ano, o poder de compra dos suinocultores

A exportação de carne suína bateu recorde em 2020 e teve aumento de cerca de 40%, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Com a pandemia de coronavírus, a demanda por alimento aumentou em todo o mundo, e grande parte da produção brasileira foi enviada a países asiáticos.

“Os principais compradores da carne suína brasileira são, basicamente, China e Hong Kong. Quase 70% de todo o volume exportado tem como destino esses locais”, afirma Edmar Gervásio, técnico Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná. O estado é o terceiro maior exportador do país e deve fechar 2020 com cerca de 120 mil toneladas de carne suína embarcadas.

“A cadeia de suínos cresceu muito em função dos acontecimentos que ocorreram na China com a peste suína”, explica Leonardo da Rocha, gerente de cooperativa. “O câmbio também foi muito favorável, então conseguimos ter uma alta rentabilidade no negócio e isso que alavancou a suinocultura esse ano”.

O preço pago ao criador por quilo no brasil também saltou: de R$ 4,44 para R$ 7,17, valor nunca praticado antes.

Com rendimento alto, muitos produtores resolveram investir no setor. Em plena pandemia, um produtor construiu um novo “chiqueirão” por R$ 360 mil reais, e conseguiu dobrar a produção de leitões na propriedade.

O produtor de Cafelândia (PR) teve o seu melhor ano desde que começou o negócio há 5 anos. Da criação de 1.200 porcos, ele repassou tudo para a cooperativa da região.

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