Deputado autor da “segunda sem carne” quer proibir gado vivo em navio

Feliciano Filho apesentou projeto de lei na Assembleia Legislativa

Um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) proíbe o transporte marítimo e fluvial de animais vivos no Estado para finalidade de abate e consumo. O texto pune a prática com multas, que podem dobrar em caso de reincidência e, quando aplicadas, deverão ser revertidas para associações em entidades que trabalhem em defesa dos direitos dos animais.

O autor da proposta é do deputado estadual Feliciano Filho (PSC). Ele é o mesmo que, no final do ano passado, apresentou e conseguiu aprovar na Assembleia paulista a chamada lei da Segunda Sem Carne, que vetava o fornecimento da proteína animal nos restaurantes e refeitórios de órgãos públicos do estado às segundas feiras.

O projeto que proíbe o transporte de cargas vivas foi apresentado no último dia 9, quatro dias depois da partida do navio NV Nada do Porto de Santos com mais de 25 bois com destino à Turquia. Na justificativa, o parlamentar argumenta que esse tipo de transporte, além de causar sofrimentos aos animais, compromete o meio ambiente e a saúde pública, em função dos dejetos em vias públicas e no mar.

Mencionando a operação realizada no terminal, Feliciano Filho afirma que os bovinos chegaram ao navio depois de percorrerem 500 quilômetros de estradas na carroceria de caminhões “sem qualquer proteção contra intempéries”. E que algumas carrocerias tinham fitas adesivas para evitar a fiscalização.

“Doenças, quedas e morte. Esse é só o começo do martírio que os novilhos com até 300 kg e dois anos de idade, são submetidos. Apavorados com a situação, muitos deles se recusam a andar e então levam choques de varetas elétricas ou pontiagudas para entrar no navio. E lá dentro, mais sofrimento. Com o balanço do mar, eles caem no meio de um mar de fezes, urina e vômitos. Vários sofrem fraturas e não conseguem mais se levantar ou alimentar”, argumenta o deputado.

Citando as Constituições Federal e Estadual, Feliciano Filho argumenta ainda que cabe ao Poder Público estadual criar um sistema de fiscalização para assegurar um ambiente ecologicamente adequado e com qualidade de vida.

POR REDAÇÃO GLOBO RURAL

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