Confira tendências para a semana; Além da alta demanda da China, no Brasil, o clima seco começa a preocupar produtores e tem impedido o avanço dos trabalhos.
O mercado da soja vai iniciar a próxima segunda, 21, acompanhando de perto a alta demanda da China pelo grão dos Estados Unidos, fato que impactou positivamente as cotações em Chicago e também no mercado brasileiro na última semana. Internamente, produtores voltam suas atenções para o clima, que tem impedido o avanço dos trabalhos em algumas regiões.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Roque.
- O mercado da soja volta suas atenções para os fortes sinais de demanda chinesa pela soja norte-americana. Paralelamente, os players acompanham o clima para o início dos trabalhos de colheita nos Estados Unidos e plantio na América do Sul.
- A forte demanda chinesa pela soja norte-americana continua chamando a atenção do mercado internacional. Embora o aumento gradativo das compras chinesas de soja dos EUA já fosse esperado, os bons volumes que vem sendo envolvidos nas últimas semanas trouxeram um ambiente extremamente positivo para os contratos futuros em Chicago. Praticamente todos os dias temos anúncios de novas vendas, e a tendência é de continuidade desta situação à medida que a safra norte-americana começa a entrar no mercado e o Brasil não tem mais o que ofertar ao mercado chinês.
- Além disso, a diferença de prêmios entre os portos brasileiros e norte-americanos abre a possibilidade de arbitragem com cargas brasileiras já compradas pelos chineses, havendo a revenda do grão brasileiro e substituição pelo grão norte-americano. Rumores indicam que esta situação já está ocorrendo, e o mercado interno brasileiro continua com necessidade de grão para atender seus compromissos até a entrada da próxima safra.
- Também começa a pesar positivamente em Chicago o início atrasado dos trabalhos de plantio da nova safra brasileira. A falta de chuvas na faixa central do país tem impedido o avanço inicial dos trabalhos no Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, estados que já encerraram o período de vazio sanitário. A confirmação de que o fenômeno La Niña estará presente na primavera e no verão da América do Sul acende um alerta ainda maior para o Sul do Brasil e para a Argentina, o que traz grandes incertezas relacionadas à produção. Embora ainda seja cedo para definições, a nova safra brasileira começa com preocupações.
- Nos EUA, a previsão de clima pouco úmido sobre a maior parte do cinturão produtor nos próximos 14 dias deve favorecer o início dos trabalhos de colheita. Apesar disso, algumas lavouras mais tardias ainda precisam de certa umidade para a finalização de seu desenvolvimento, fato que volta a trazer dúvidas com relação ao verdadeiro potencial produtivo da safra norte-americana.
Fonte: Agência Safras