Defensivos Biológicos: O Ataque Que Salva A Plantação

Na Holanda da década de 60, um produtor de pepinos costumava controlar as pragas de sua plantação com produtos químicos, mas ele percebia que a eficiência do controle diminuía a cada ano.

Para não abandonar o trabalho, o produtor encontrou uma alternativa: criar ácaros predadores. A solução foi tão eficiente, que os ácaros começaram a ser vendidos para outros colegas. Assim, nasceu a Koppert Biological Systems. A empresa, com sede holandesa, desde 2012 encontrou mercado e portas abertas no Brasil.

Renan Venancio e Marcelino Borges, responsáveis pelo desenvolvimento agronômico da Koppert no Brasil, explicam que incluir um produto biológico e reduzir o número de pulverizações químicas, já permite que os agentes naturais da área sobrevivam e contribuam com parte do controle de pragas, sendo uma importante ferramenta no Manejo da Resistência.

Como resultado, o setor para as indústrias de defensivos biológicos está cada dia mais aquecido. Hoje a Koppert já possui 7 produtos em seu portfólio, e só em 2017 cresceu 30% em relação ao ano anterior. Para
2018, projetam também um crescimento na adesão de biológicos.

TECNOLOGIA BRASILEIRA

Voltando para o Brasil, especificamente para Piracicaba (SP), Diogo Carvalho e Rodrigo Nigri criaram, em 2001, a Bug Agentes Biológicos, focada na produção de macro biológicos para grandes culturas. Em uma lavoura, microvespas criadas nos laboratórios da Bug, parasitam o ovo da praga, colocado na planta para se reproduzir.

Dias depois, no lugar da praga, nasce mais uma vespa e, com o passar do dia, deixam de nascer as pragas. Em 2013, a brasileira se tornou a primeira empresa da América Latina a integrar o seleto grupo Pioneiros da Tecnologia, do Fórum Econômico Mundial.

Mesmo com barreiras, como falta de informação e legislação específica, o setor de controle biológico tem crescido, em média, entre 16% e 20% ao ano, segundo dados do Fórum Brasileiro de Defensivos. “Cada vez mais o produtor está querendo diminuir o trabalho manual, e empresas como a nossa vem ao encontro disso. Não são fazendas, são empresas.”, ressalta Diego Carvalho.

PRODUZINDO RESULTADOS

Com a crescente mudança de comportamento, o produtor rural que procura o sistema precisa de alguns cuidados para ter sucesso na mudança em sua propriedade. “A palavra-chave é conhecimento! Em primeiro lugar, o produtor deve entender quais produtos biológicos ele deseja inserir em seu sistema de manejo. Em seguida, é essencial que ele tenha conhecimento sobre a seletividade de produtos químicos, em outras
palavras, quais moléculas podem ser utilizadas em conjunto com aqueles produtos biológicos”, afirmam os desenvolvedores da Koppert.

Para ajudar no processo de decisão, a Koppert criou o “Aplicativo de Compatibilidade”. Por meio dele, é possível verificar as moléculas químicas que são compatíveis com os produtos biológicos da empresa. Com a consulta ao aplicativo, é possível fazer uma mudança no sistema de manejo, abrindo as portas para que os produtos biológicos apresentem melhor performance.

Fonte: Por Dentro do Agro

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