10 passos para reduzir os prejuízos com carrapatos

O maior problema de não controlar o parasita de forma correta e eficiente, é a disseminação da resistência das populações de carrapatos aos produtos utilizados no seu controle, levando ao aumento dos prejuízos econômicos.

Os carrapatos podem parasitar os mais diversos tipos de animais silvestres e domésticos. Aves, répteis, cães, cavalos, bovinos, equinos, coelhos, ratos e até sapos. Raramente são encontrados em gatos, os bichanos sofrem mais com as pulgas.

Existem carrapatos machos e carrapatos fêmeas, geralmente diferenciados pelo tamanho. Os machos raramente se alimentam de sangue.  Já a fêmea adulta, após se alimentar de sangue assume o aspecto de um grão de feijão grande, ou grão de mamona.

carrapatos em vaca

Nesta fase da vida, após ter se alimentado bastante e estar bem ingurgitada (inchada e cheia de sangue e ovos) ela se desprende do animal por vontade própria, cai no solo e libera de 2.000 a 5.000 ovos no ambiente. Então, meus caros, é ai que começa o pesadelo!!! A época do ano mais propícia para os carrapatos é desde o início da primavera até o início do outono.

Os prejuízos causados pelo carrapato aos bovinos ocorre de várias maneiras.

Geralmente é causado pelas teleóginas (fêmeas fecundadas, ver figura 1), que se alimentam de sangue, já que larvas, ninfas e machos são pequenos e, apesar de também se alimentarem de sangue, alimentam-se principalmente de linfa e substratos da pele, causando irritação cutânea e danos permanentes ao couro. Segundo relatos do setor coureiro, caso haja um controle eficiente do carrapato, 40% dos 80% de couros classificados como de sexta e sétima categorias retornariam à quinta categoria, agregando-se a este produto valores superiores a 25%. Cada fêmea de carrapato bovino ingere entre 0,5 a 3 ml de sangue.

A única forma de minimizar prejuízos com carrapatos, é fazendo um controle estratégico. Pesquisador da Embrapa lista 10 passos, desde da compra até a aplicação de produtos, para realizar um controle estratégico e eficiente. Abaixo, o pesquisador Renato Andreotti, da Embrapa Gado de Corte, lista como o processo deve ser feito para dar bom resultado:

  1. O  pecuarista deve usar o produto adequado no seu rebanho. E como saber qual escolher? A Embrapa Gado de Corte faz o teste de graça, recebe as amostras, as analisa e orienta o produtor.
  2. Feito isso, é necessário ter em mente que a melhor época para iniciar o controle do carrapato é no final da seca. A recomendação é dar de 5 a 6 banhos carrapaticidas com intervalos de 21 dias ou usar produtos pour-on e/ou injetáveis.
  3. Sempre seguir a bula do produto.
  4. Deve usar equipamentos de proteção na aplicação e banhar os animais a favor do vento para não correr o risco de se intoxicar.
  5. Dar banho com o animal contido também evita o desperdício. Sempre no sentido contrário aos pelos, com pressão adequada e em toda a superfície do bovino. Dias de chuva e horários de sol forte são contra-indicados para se fazer a aplicação. Pois em dias de chuva, o produto é lavado do corpo do animal, e no calor,  ocorre maior absorção dos produtos, aumentando o risco de intoxicação.
  6. Um bom controle depende ainda da redução do número de carrapatos no pasto. Para tanto, Andreotti orienta: o animal deve retornar à mesma pastagem para que os carrapatos que nele subirem morram, e os que sobreviverem serem eliminados no banho seguinte, antes da queda.
  7. Dar mais atenção aos animais de sangue doce, aqueles mais infestados – responsáveis pela recontaminação das pastagens. Segundo o pesquisador, eles devem ser tratados com maior frequência.
  8. É necessário também controlar a entrada de animais na propriedade: os recém-adquiridos devem ser tratados no local de origem e isolados por 30 dias em um pasto quarentena.
  9. Vale ainda evitar infestações mistas. Equinos e bovinos devem ser mantidos em pastos separados para não haver infestação cruzada de espécies diferentes de carrapatos.
  10. Por último, o pesquisador recomenda avaliar uma vez por ano o desempenho do produto e escolher aquele cuja eficácia seja superior a 95%.

Segundo Renato Andreotti, a maioria dos produtores faz uso de carrapaticidas quando os animais e as pastagens já estão altamente infestados, o que dificulta o controle.

Adaptado da Revista DBO

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