Os fatores de sustentação dos preços do DDG e WDG, são: a boa demanda por DDG e WDG e as valorizações do milho no mercado interno, confira análise completa!
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na segunda quinzena de março, as cotações dos coprodutos das usinas de etanol de milho, DDG e WDG, subiram, com altas de 5,8% e 3,8%, respectivamente, frente a primeira quinzena do mês.
O mercado acompanhou as valorizações das commodities agrícolas. Outros fatores de sustentação dos preços são: a boa demanda por DDG e WDG e as valorizações do milho no mercado interno. Veja na figura 1, a evolução dos preços do farelo de soja e DDG em Mato Grosso desde o final do ano passado.
Figura 1. Preços médios do farelo de soja (eixo da esquerda) e DDG (eixo da direita) em Mato Grosso, em R$/tonelada, sem o frete.
Com relação ao milho em grãos, o câmbio valorizado e a boa demanda pelo cereal têm feito os preços subirem, cenário incrementado pelas incertezas com relação ao clima e às expectativas de estoques menores nesta temporada. Para mais detalhes clique na conexão eletrônica e leia a Carta Grãos (março/20): Milho atinge os maiores preços nominais no Brasil.
Preços na segunda quinzena de março
O DDG foi comercializado entre R$752,50 e R$790,32 por tonelada, sem o frete, considerando os preços convertidos para uma média de 35% de proteína bruta (PB), sendo que as concentrações encontradas variaram entre 32% e 40% de PB.
Para o WDG, os negócios ocorreram entre R$150,00 e R$230,00 por tonelada, considerando os valores convertidos para 33% de proteína bruta (PB).
Na média, o DDG e o WDG ficaram cotados, respectivamente, em R$768,52 e R$183,33 por tonelada, sem considerar o frete (tabela 1).
Tabela 1. Preços médios de DDG e WDG e um comparativo com outros alimentos concentrados proteicos. Referência: 2a. quinzena de março de 2020.
Dados atualizados
Na safra 2019/2020, em fase final de processamento no país, a produção total de etanol foi estimada em 35,5 bilhões de litros proveniente da cana-de-açúcar e do milho, uma alta de 7,2%, frente à safra 2018/2019 (Conab).
Da cana-de-açúcar serão produzidos 33,8 bilhões de litros, o que corresponde a 95,2% da produção. A estimativa para o etanol de milho é de 1,7 bilhão de litros, o que representa 4,8% do volume total.
A produção de etanol de milho deverá crescer 114% na safra 2019/20 na comparação com a última safra. Da estimativa de 1,7 bilhão de litros, 1,3 bilhão será proveniente do Mato Grosso (principal produtor de milho do país) e 295,7 mil litros de Goiás (Conab).
A União Nacional do Etanol de Milho (Unem), estima que na safra 2029/2030, o etanol de milho alcançará uma produção de 8 bilhões de litros, o que representa 19 milhões de toneladas de milho processadas. Para cada tonelada de milho processada, 28,5% de coprodutos são produzidos, o que resulta em 5,4 milhões de toneladas de DDG estimadas para a safra 2029/2030.
Outros atributos nutricionais
Inicialmente o DDG e WDG ganharam espaço no mercado como uma alternativa ao farelo de soja e outras fontes de proteínas, como fatores de redução dos custos de dietas.
No entanto, o DDG, além de ser uma fonte de proteína, possui bons níveis de energia em sua composição. Por ser um alimento com baixo teor de amido e alto teor de fibra digestível, o DDG tem maior concentração energética comparado ao próprio milho.
No caso do WDG, este apresenta maior nível de energia em relação ao DDG, devido à presença de resquícios de etanol e, possivelmente, também pela maior degradabilidade da fibra que não sofreu tratamento térmico para secagem.
Por esse motivo, além da proteína, o DDG e WDG entram fornecendo bons níveis de energia na dieta, que poderá ser “abatida” da quantidade de milho ou outro alimento concentrado energético a ser utilizado na ração.
Na tabela 2, apresentamos um comparativo do custo da energia, em R$ por quilo de NDT, dos principais concentrados energéticos utilizados na dietas de bovinos em relação ao DDG e WDG.
Tabela 2. Preços médios de DDG e WDG e um comparativo com outros alimentos concentrados energéticos. Referência: 2a. quinzena de março de 2020.
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Tomando como exemplo o Mato Grosso, observamos que o custo da energia (NDT) do DDG (R$0,98/kg) e WDG (R$0,62/kg) são menores comparados ao custo da energia do milho no estado (R$1,00/kg).
Estudos para determinação de diferentes níveis de inclusão do DDG e WDG estão sendo desenvolvidos para alcançar maior retorno econômico, mas cada situação deve ser analisada particularmente, assim como a disponibilidade do coproduto na região.
Fonte: Scot Consultoria