A Danone Brasil lançou uma declaração oficial para desmentir alegações de que teria cessado a compra de soja brasileira por motivos ambientais.
Na terça-feira (29), a Aprosoja Brasil se manifestou, acusando a multinacional de desinformação e de não reconhecer as práticas agrícolas locais. Em resposta, a Danone reafirmou seu compromisso com a aquisição de soja produzida de maneira sustentável e em conformidade com as normas regulamentares.
A empresa enfatizou que “segue adquirindo soja brasileira em total aderência às legislações vigentes” e que suas compras são submetidas a rigorosos processos de verificação e rastreamento, garantindo que os insumos não sejam oriundos de áreas desmatadas.
A Danone destacou seu compromisso com os agricultores locais, sublinhando uma relação de mais de 50 anos com o Brasil e promovendo práticas sustentáveis ao longo de sua cadeia de suprimentos.
A Aprosoja criticou a alegação de um boicote, caracterizando-a como uma ação punitiva e desatualizada, especialmente porque a legislação antidesmatamento da União Europeia ainda aguarda uma aprovação final no Parlamento Europeu, o que pode levar a um adiamento em sua implementação. A associação alertou que essa limitação poderia impactar negativamente a cadeia produtiva brasileira, sugerindo a busca de soluções compensatórias junto à União Europeia e até mesmo uma possível ação na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Reação do Mapa
O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa) se manifestou em relação às recentes decisões de empresas europeias, incluindo a Danone, que decidiram suspender a compra de soja brasileira, afirmando que tais ações ignoram os avanços que o Brasil tem feito em questões ambientais.
O Mapa enfatizou que o país conta com uma das legislações ambientais mais rigorosas do planeta, implementando sistemas eficazes de monitoramento, controle e rastreabilidade que garantem práticas agrícolas sustentáveis.
O ministério também criticou o Regulamento de Desmatamento da União Europeia (EUDR), descrevendo-o como uma abordagem punitiva e unilateral. Segundo o Mapa, as exigências apresentadas no regulamento são excessivas, o que prejudica pequenos produtores e dificulta a inserção de produtos brasileiros no mercado europeu.
De acordo com o Mapa, o Brasil tem se esforçado para atender às demandas internacionais e desenvolveu modelos de rastreabilidade que promovem a transparência nas suas cadeias produtivas, reiterando seu compromisso com a sustentabilidade. Através de negociações com a União Europeia, o governo brasileiro conseguiu postergar a aplicação do EUDR para 2025, evidenciando a importância do diálogo bilateral.
O Brasil reafirma sua posição como um pilar de sustentabilidade global, esperando ser tratado de forma justa nas relações comerciais internacionais e rejeitando iniciativas unilaterais que não levem em consideração os progressos e esforços ambientais realizados pelo país.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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