Os fosfatados bicálcicos e a ureia pecuária subiram de 20% a 30% neste ano; custo por arroba no confinamento chega a R$ 260, diz gerente da DSM.
O gerente da categoria de Confinamento da DSM, Marcos Baruselli, destacou que os elevados custos inflacionários vêm preocupando o setor de pecuária voltado à atividade de confinamento. A disparada no custo do confinamento liga o sinal vermelho para o pecuarista!
“Os insumos e matérias-primas usados no confinamento vêm subindo muito neste ano, como os minerais e as vitaminas. Os fosfatados bicálcicos e a ureia pecuária subiram de 20% a 30% neste ano, por exemplo, acompanhando a alta do dólar. Já o milho dobrou de preço, com a saca passando de R$ 40 a R$ 50, no ano passado, para valores entre R$ 90 a R$ 100 neste ano”, comenta.
Conforme Baruselli, o custo médio diário da dieta dos animais em São Paulo passou de R$ 9 a R$ 10 para R$ 18, o que encareceu a atividade de confinamento como um todo. “Hoje se estima que o custo por arroba na atividade de confinamento chegue ao redor de R$ 260, tendo como base o mercado de São Paulo, o que pode variar no Brasil, dependendo da região”, detalha.
Baruselli salienta que apesar do setor estar receoso com os custos, não houve uma queda nos confinamentos de primeiro giro, uma vez que o valor pago pela arroba também cresceu significativamente. “A arroba em São Paulo saltou de R$ 150 para R$ 315, mesmo em um momento de retração no consumo de carne bovina diante da elevação na taxa de desemprego no Brasil. Esse avanço no preço foi determinado pela exportação, que se mostra bastante aquecida. Nesse cenário, mesmo em um período de matéria-prima em alta, o preço da arroba acaba cobrindo os custos da atividade de confinamento e a conta é positiva para o pecuarista, que consegue uma lucratividade ao redor de R$ 55 por arroba”, avalia.
O gerente afirma que, em meio a custos elevados do milho grão, do milho silagem e da soja, os pecuaristas buscaram fazer um uso maior de co-produtos de indústrias como proteínas alternativas na dieta dos animais no primeiro giro de confinamento. “Eles fizeram uso da pasta de soja, gérmen de milho, farelo de arroz, polpa cítrica (especialmente em São Paulo), entre outros, dependendo da região”, pontua.
Baruselli disse que a DSM está realizando neste momento o levantamento de seguro giro dos confinamentos pelo Brasil e os resultados devem ser conhecidos dentro de 40 dias. “No primeiro giro, a atividade cresceu em torno de 9%, devido à alta da arroba bovina. A expectativa é de que os dados mostrem um avanço ao longo deste ano”, prospecta.
O representante da DSM ressalta que a atividade de confinamento no Brasil vem avançando entre 5% a 6% a cada ano. Em 2020, o censo de confinamento da DSM apontou um confinamento recorde de 6,18 milhões de cabeças, com um avanço de 6% ante os números de 2019.
“No ano passado houve um crescimento expressivo nos confinamentos no Brasil Central, com destaque para o Mato Grosso e Goiás. Esperamos que em 2021 os números também apontem um aumento na atividade, embora talvez em patamares menores, devido ao cenário de forte elevação nos custos”, avalia.
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Projeções para o confinamento no Brasil
Baruselli acredita que as primeiras expectativas para o ano de 2022 são bastante positivas para a pecuária e a atividade de confinamento. “As perspectivas são boas, uma vez a demanda para a carne bovina tende a seguir muito positiva em todo o mundo, favorecendo a exportação. Além disso, há fortes indicativos de uma retomada na atividade econômica no Brasil no próximo ano, contribuindo para um aumento no consumo de carne bovina. Por este cenário, a arroba tende a seguir com um valor bastante interessante, não ficando abaixo de R$ 300 no próximo ano”, sinaliza.
Com informações da Agência Safras