Alguns são curiosos, outros surpreendem pela magnitude dos números, mas todos são de interesse geral. Confira algumas curiosidades sobre o agro que você precisa conhecer!
O agronegócio é um tema central e impactante nos cenários político e social do Brasil. Constantemente debatido, ele suscita opiniões divergentes, tanto de quem o apoia quanto de quem o critica. Mas será que você está por dentro dos aspectos mais relevantes desse setor e preparado para participar dessas discussões de forma informada?
Para te ajudar, o Compre Rural reuniu alguns fatos essenciais sobre o agronegócio que todos deveriam conhecer. Alguns são curiosos, outros surpreendem pela magnitude dos números, mas todos são de interesse geral. Confira!
1-Poucos, mas poderosos!
No primeiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 0,8%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, a economia brasileira acumulou R$ 2,7 trilhões entre janeiro e março. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que teve uma alta de 1,4% no período. Além disso, a agropecuária também cresceu, registrando uma variação positiva de 11,3%. A indústria, no entanto, apresentou uma leve queda de 0,1%.
Dentro do setor de serviços, o destaque do trimestre ficou com o comércio, que avançou 3% entre janeiro e março. Os segmentos de Informação e Comunicação e Outras atividades de serviços também tiveram crescimento, de 2,1% e 1,6%, respectivamente.
Comparado ao primeiro trimestre de 2023, a economia brasileira cresceu 2,5% em 2024, também como uma consequência positiva do setor de serviços. No ano de 2023, o PIB cresceu 2,9% e somou R$ 10,9 trilhões, em termos nominais, colocando o Brasil novamente entre as 10 maiores economias do mundo.
Além disso, a ONU elevou a projeção de crescimento do Brasil para 2,1% em 2024, indicando um cenário mais otimista para a economia brasileira. Esses dados mostram que o Brasil está começando o ano de 2024 de forma mais aquecida do que o previsto inicialmente.
2-Brasil: Mais gado do que gente
O Brasil é um país onde os bovinos superam em número a população humana. De acordo com dados do IBGE, existem aproximadamente 250 milhões de bois e vacas espalhados pelos pastos brasileiros, enquanto a população humana é de cerca de 214 milhões.
A maioria da população brasileira está concentrada em grandes centros urbanos. Há 17 cidades com mais de um milhão de habitantes, sendo que 14 delas são capitais. Essas cidades abrigam 21,9% da população do país, somando cerca de 46,7 milhões de pessoas. Além disso, existem 49 municípios com mais de 500 mil habitantes e 326 com mais de 100 mil.
As cinco cidades mais populosas do Brasil em 2024 são:
- São Paulo: com 12,4 milhões de habitantes.
- Rio de Janeiro: com 6,8 milhões de habitantes.
- Brasília: com 3,1 milhões de habitantes.
- Salvador: com 2,9 milhões de habitantes.
- Fortaleza: com 2,7 milhões de habitantes.
Quanto ao rebanho bovino, o Brasil possui o segundo maior do mundo, com pouco mais de 300 milhões de animais. Ele fica atrás apenas da Índia, onde as vacas são consideradas sagradas. No entanto, o Brasil lidera em termos de rebanho comercial, com 94 milhões de cabeças de gado, seguido pelos Estados Unidos.
Apesar do rebanho brasileiro ser quase 2,5 vezes maior que o americano, o Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina. Os Estados Unidos produzem 12.515.000 toneladas por ano, enquanto o Brasil produz 10.310.000 toneladas anuais. Essa diferença é atribuída ao uso predominante de raças taurinas nos EUA, que são bem adaptadas ao clima e às pastagens locais. No Brasil, cerca de 80% do rebanho é composto por raças Zebu, que são mais adaptadas ao clima tropical e às pastagens brasileiras, destacando-se por sua rusticidade
3-Somos o maior do mundo em produção de laranjas, você sabia?
Quando o assunto é agronegócio, muitos lembram que o Brasil disputa a liderança mundial na produção de várias commodities importantes, como carnes, milho, soja e café.
No entanto, poucos sabem que o Brasil é o maior produtor de laranjas do mundo! E esse título é garantido mesmo se considerarmos apenas a produção do estado de São Paulo, que sozinho é responsável por quase 80% da produção nacional e 28% da produção mundial.
De acordo com um relatório do Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na temporada 20/21, a produção de laranjas no Brasil deve chegar a quase 17 milhões de toneladas, um crescimento de 14% em relação ao período anterior.
Além disso, a produção brasileira de suco de laranja está projetada para atingir 1,2 milhão de toneladas ao final desta safra, um aumento significativo de 20% em relação ao ciclo anterior.
Isso nos mantém como o maior exportador mundial de suco de laranja, respondendo por quase três quartos das exportações globais.
4-A demanda nos fez mais produtivos
Nas décadas de 1950 e 1960, o Brasil enfrentava uma grave escassez de recursos, tanto nas áreas urbanas quanto rurais. Muitas famílias migraram do Norte para o Sul em busca de melhores condições de vida, levando à superpopulação em estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
No entanto, a necessidade de atender à crescente demanda, aliada aos investimentos feitos no setor, impulsionou a produtividade da agricultura familiar e corporativa em todo o país, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
Um dado impressionante é que, entre 1975 e 2017, a produção de grãos aumentou em 6,2 vezes, passando de 38 milhões de toneladas para 236 milhões de toneladas.
Esse salto na produção reflete como o Brasil se tornou mais eficiente e produtivo para atender às necessidades da sua população e do mercado global.
5-A carne sempre esteve presente
Embora a agricultura tenha sido predominante, a pecuária começou a ganhar destaque no mercado na década de 1950, impulsionada pela crescente industrialização.
Um exemplo marcante é o crescimento da produção de carne de frango, que aumentou significativamente de 217 mil toneladas em 1970 para 12,9 milhões de toneladas em 2016. Esse aumento consolidou o Brasil como o maior exportador mundial de carne de frango.
6-A primeira escola para agrônomos no Brasil surgiu no Império
A primeira escola de agronomia no Brasil foi estabelecida durante o período imperial, em 1875. No entanto, a profissão de engenheiro agrônomo só foi oficialmente reconhecida em 1933.
A ciência agronômica emergiu no Brasil na segunda metade do século XIX, em resposta à gradual abolição da escravidão, ao declínio da produção de cana-de-açúcar no Nordeste e da pecuária no Sul. A aristocracia agrária, em decadência no Nordeste devido ao deslocamento do eixo econômico para o Sudeste com a ascensão da cafeicultura, pressionava o governo imperial em busca de soluções para questões de mão-de-obra, comércio e competitividade agrícola.
Em 1859, foi criado o Imperial Instituto Baiano de Agricultura, com o objetivo de desenvolver tecnologias que substituíssem a mão-de-obra escrava e melhorassem a produtividade das lavouras. Em 1875, na comunidade de São Bento das Lages, na Bahia, foi fundada a primeira escola de agronomia do Brasil. Atualmente, essa instituição é parte da Universidade Federal da Bahia, localizada no campus de Cruz das Almas. A segunda escola de agronomia foi fundada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, em 1883, e hoje integra a Universidade Federal de Pelotas.
Essas duas pioneiras escolas de agronomia no Brasil foram criadas durante o governo imperial, atendendo aos interesses da aristocracia agrária da época.
7-Café é um dos principais produtos do agro paulista e brasileiro
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), entre 35% e 40% do café consumido no mundo é produzido no Brasil. Em 2020, o país deve alcançar uma safra recorde de aproximadamente 70 milhões de sacas. Na B3, o café é um dos contratos futuros mais negociados diariamente.
Em São Paulo, o café ocupa o quinto lugar no valor da produção agropecuária do estado. Além disso, o porto de Santos é responsável pelo embarque de 80% do café exportado pelo Brasil.
8-A soja é a joia do Brasil
Ao contrário do que muitos pensam, o crescimento da produção de soja no Brasil está intimamente ligado à expansão do consumo de carne. Quanto mais gado se cria, mais alimento para o gado é necessário, e a soja é um componente crucial na alimentação animal.
O Brasil está entre os maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. De acordo com dados da Embrapa, na safra 2023/24, o Brasil produziu cerca de 147,35 milhões de toneladas de soja, com uma área plantada de aproximadamente 45,98 milhões de hectares. Essa produção coloca o Brasil como o maior produtor mundial de soja, representando 50% do mercado global desse grão.
Além disso, o Brasil se destaca em outras culturas agrícolas. É o maior produtor mundial de açúcar e café, além de ser o maior exportador de milho. No cenário global, o país ocupa a quarta posição na produção total de grãos, ficando atrás apenas dos EUA, China e Índia, com uma participação de 7,8%.
Essa contribuição significativa da agricultura brasileira é evidente nos números. A produção nacional alimenta 10% da população mundial, e o valor total das exportações agrícolas do Brasil aumentou consideravelmente, passando de US$ 20,6 bilhões para mais de US$ 101 bilhões na última década.
As projeções para o futuro também são otimistas. O estudo “Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/2019 a 2028/2029” prevê um crescimento na área plantada, chegando a 85,68 milhões de hectares até o final desta década, o que representa um aumento de 13,63%.
9-Clima do Brasil é favorável à agricultura
O Brasil é verdadeiramente privilegiado quando se trata de clima. As condições climáticas do país são ideais para o cultivo de culturas tropicais e a criação de animais, graças às temperaturas quentes predominantes ao longo do ano em grande parte do território. Essa vantagem climática foi crucial para o desenvolvimento agrícola do país, permitindo colheitas abundantes e diversificadas.
10-O Agro brasileiro está presente em todos os setores da economia
O agronegócio brasileiro é tão vasto e complexo que abrange os três setores da economia: primário, secundário e terciário.
O setor primário envolve a produção rural, tanto agrícola quanto pecuária. O setor secundário está relacionado às agroindústrias, onde grandes fazendas não apenas cultivam, mas também processam matérias-primas em escala industrial. Um exemplo disso são as grandes fazendas de laranja que produzem suco já engarrafado, pronto para consumo.
Por fim, o setor terciário engloba a distribuição e venda dos produtos rurais. Esse comércio movimenta bilhões de dólares globalmente, tornando o agronegócio uma atividade altamente lucrativa e sofisticada devido à integração e complexidade dos três setores.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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