Crise na setor suinícola permanece no Paraná

Há dois anos a cadeia sofre com os problemas causados pela pandemia da Covid-19, somados a guerra na Europa e maximizados pela cultura de baixo consumo.

Suinocultores permanecem em momento de crise afirma a médica-veterinária e técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar-PR, Nicolle Wilsek. Há dois anos a cadeia sofre com os problemas causados pela pandemia da Covid-19, somados a guerra na Europa e maximizados pela cultura de baixo consumo de carne suína pelo povo brasileiro.

Atrelado a isso, no cenário pós-pandemia, se mantém o represamento no mercado doméstico, fomentando alta oferta e baixa procura, resultando em preço baixo.

Médica-veterinária e técnica DTE do Sistema Faep/Senar-PR, Nicolle Wilsek: “Hoje, a suinocultura expressa inviabilidade produtiva e, a curto e médio prazos, o produtor que não tiver reservas tende a deixar a atividade” – Fotos: Divulgação/Faep/Senar-PR

A partir desse cenário, os levantamentos dos custos de produção realizados pelo Sistema Faep/Senar-PR retrataram um suinocultor sem capital de giro, com aumento significativo de custos variáveis, com depreciação da propriedade, e sem manutenções e possibilidade de investimentos.

“A conta que a indústria precisou assumir para se sustentar na crise está sendo repassada aos produtores, que há tempos não recebem aumentos em suas receitas. O cenário do sistema de integração no Estado está desacreditado. A fotografia que instituições financeiras recebem e que a mídia passa é totalmente ao contrário da realidade, em que temos produtores com dívidas infinitas, para conseguir manter a atividade que muitas vezes é o sustento de uma família”, ressalta Nicolle.

Segunda a técnica o momento de crise é evidente. Porém, notórias ações visam mitigar essa situação. “Durante a realização dos painéis (das Cadesc), identificamos que o número de fêmeas alojadas nas granjas aumentou, aumentaram os dias de lactação e, principalmente, se reduziu o peso de abate, o que permite escoamento no volume de carne suína represada no mercado interno”, expõe Nicolle.

Desta forma, Nicolle reforça que o engajamento dos produtores é fundamental para embasar os trabalhos com o objetivo de melhorar o setor produtivo.

“Os suinocultores são importantes formadores de opinião e, por meio deles, grande parte das informações sobre a cadeia são coletadas. Hoje, a suinocultura expressa inviabilidade produtiva e, a curto e médio prazos, o produtor que não tiver reservas tende a deixar a atividade”, salienta a médica-veterinária.

Fonte: Ascom Sistema Faep/Senar-PR

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