Crise entre produtores e laticínios ameaçam setor leiteiro

Os produtores reivindicam melhores preços pagos pelo litro de leite para cobrir o custo de produção, os quais variam de acordo com cada laticínio.

Desde o início do mês, o setor leiteiro de Rondônia, maior estado produtor de leite da Região Norteatravessa uma crise, envolvendo produtores de leite e indústrias de laticínios. Os produtores reivindicam melhores preços pagos pelo litro de leite para cobrir o custo de produção, os quais variam de acordo com cada laticínio, com média de R$ 1,20. Para os produtores o ideal seria R$ 1,60 por litro de leite.

Em protesto a essa situação, os produtores paralisaram suas atividades. Segundo as entidades do setor lácteo em Rondônia, a greve pode trazer consequências para a economia do estado.

No dia 20/04, três laticínios paralisaram o recebimento de leite, localizados nas cidades de Urupá, Mirante da Serra e Jaru. Na ocasião, em pronunciamento nas redes sociais, os laticínios disseram que só iriam normalizar a coleta de leite após diálogo e entendimento com as lideranças do setor leiteiro.

Semana passada (23/04), a Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) aceitou o pedido para criação da mesa de negociações da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (Fetagro) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon), com intuito de aprovar de projetos que visam assegurar o preço do leite.

Durante a sessão, foi aprovado como valor de referência R$ 1,35 por litro de leite. Além disso, outra alteração realizada pelos parlamentares refere-se aovalor da multa em caso do descumprimento da lei deve ser convertido em investimentos no fundo do Proleite.

O preço referencial apresentado pelo Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite do Estado de Rondônia (Conseleite) não agradou, e a greve dos produtores de leite continua em Rondônia.

Há mais de 2 semanas, 70% da classe deixaram de entregar o produto aos laticínios causando prejuízos à cadeia que envolve mais de 100 mil empregos diretos e indiretos.

No entanto, ontem (26/04), os produtores realizaram um novo protesto em Jaru, que seguem reivindicando melhores preços pagos pelo litro de leite. Dos 28 mil produtores de leite de Rondônia, 70% já aderiram à paralisação.

A paralisação vai continuar. Nós temos nossa pauta e os laticínios não estão nem dialogando. Esse valor de referência, como se diz, é apenas valor de referência”, ressaltou Rui Barbosa, Presidente da Comissão dos Produtores de Leite de Rondônia.

Produtores de leite adotam alternativas para reduzir custos e melhorar preços

A alta dos insumos está preocupando produtores de leite em Minas Gerais. Para reduzir os custos e melhorar a qualidade e o preço do litro, eles estão adotando alternativas de produção.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (CEPEA-USP), o preço médio do litro do leite no país caiu quase 11% este ano. Em paralelo, os custos de produção subiram 7%.

Para melhorar a produtividade e derrubar os custos, o produtor Gilson de Oliveira decidiu investir em uma em ordenha canalizada, que facilitou o trabalho da família.

Além disso, ele adotou a captação de dejetos direto do curral, que é canalizado até um tanque onde passa por um processo de fermentação para virar fertilizante. Com isso, a redução dos custos com adubos químicos passa de 50%.

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