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Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, acusou a bancada ruralista de dificultar a governabilidade e criar uma “narrativa intolerante” contra a gestão do presidente Lula. Embate ocorre em meio a crise do Plano Safra.
A crise envolvendo a suspensão do crédito rural do Plano Safra 2024/25 desencadeou uma nova disputa política entre o governo federal e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, acusou a bancada ruralista de dificultar a governabilidade e criar uma “narrativa intolerante” contra a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O embate ocorre em um momento delicado para o agronegócio brasileiro, com produtores rurais preocupados com a falta de recursos para financiamentos e a continuidade das operações no campo.
Plano Safra suspenso: governo e FPA trocam acusações
A decisão de suspender temporariamente as linhas de crédito do Plano Safra foi anunciada no dia 20 de fevereiro de 2025, pegando produtores rurais de surpresa. O governo justificou a medida pela falta de aprovação do orçamento pelo Congresso, o que travou a liberação dos recursos. Fávaro culpou diretamente a FPA pela situação, argumentando que, se houvesse maior comprometimento na aprovação orçamentária, o bloqueio poderia ter sido evitado.
“A gente hoje vive uma intolerância por parte do Congresso, principalmente da Frente Parlamentar da Agropecuária, que, se tivesse cumprido seu papel, cobrando a aprovação orçamentária, talvez não tivesse de ter passado por isso hoje.” – Carlos Fávaro, ministro da Agricultura.
O ministro destacou ainda que, apesar da suspensão, o governo federal busca soluções emergenciais para manter os financiamentos. Segundo ele, o presidente Lula determinou que o Plano Safra continue operando, e para isso foram solicitadas orientações ao Tribunal de Contas da União (TCU). Enquanto o orçamento não é aprovado, uma medida provisória poderá ser usada para garantir os repasses.
FPA reage e culpa governo por “má gestão”
Em resposta às acusações de Fávaro, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou uma nota oficial, rejeitando a narrativa do governo e responsabilizando a equipe econômica pela paralisação dos financiamentos. Segundo a FPA, o aumento da taxa Selic e a desvalorização da moeda impactaram diretamente os custos do crédito rural, comprometendo o orçamento do Plano Safra.
A bancada ruralista fez críticas contundentes à gestão financeira do governo, afirmando que a suspensão ocorre por falta de planejamento e controle orçamentário.
“Culpar o Congresso Nacional pela própria incapacidade de gestão dos gastos públicos não resolverá o problema. A má gestão impacta no aumento dos juros e impede a implementação total dos recursos necessários.” – Trecho da nota da FPA.
A Frente Parlamentar destacou ainda que o setor privado já injeta R$ 1 trilhão na produção agropecuária, e que o papel do governo é complementar esse investimento com políticas de financiamento. No entanto, o descontrole orçamentário teria inviabilizado a continuidade dos repasses do Plano Safra.
Além disso, a FPA alertou para possíveis impactos na produção de alimentos, com aumento no custo de insumos e risco de encarecimento de itens essenciais da cesta básica, como carnes e ovos.
Plano Safra: um impasse que se repete?
A suspensão do Plano Safra 2024/25 não é a primeira crise do tipo enfrentada pelo setor. Fávaro comparou o atual bloqueio ao ocorrido em 2022, durante o governo Bolsonaro. Segundo ele, na época, o então ministro Marcos Montes levou três meses para resolver a questão, enquanto a atual gestão já está buscando uma solução imediata.
O ministro destacou que a atual administração tem sido mais ágil e que a prioridade do governo é manter a produção no campo sem prejudicar o crédito rural.
Caminhos para destravar o financiamento agrícola
Diante do impasse político e econômico, a liberação dos recursos do Plano Safra dependerá da aprovação do orçamento no Congresso. Enquanto isso não acontece, o governo estuda alternativas como medidas provisórias e ajustes nos repasses, tentando minimizar os impactos para os produtores.
A expectativa agora é por uma negociação mais intensa entre o Executivo e o Legislativo para evitar que a crise se prolongue. A pressão do agronegócio sobre o governo e o Congresso deve aumentar nos próximos dias, especialmente com o risco de paralisação de investimentos e comprometimento da safra 2025.
A disputa entre Fávaro e a FPA evidencia que o setor agropecuário continua sendo um dos principais campos de batalha política no Brasil, com reflexos diretos na economia e no bolso do consumidor.
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