Crise? China recusa reunião para liberar exportações

Após solicitar uma reunião técnica com a China para discutir o embargo à exportação de carne bovina, ele disseram que não conseguem uma data para o encontro.

O Ministério da Agricultura informou hoje que solicitou uma reunião técnica com a China para discutir o embargo à exportação de carne bovina, mas que não conseguiu uma data para o encontro.

Não se sabe que tipo de moção – e se está havendo, de fato – do governo brasileiro junto ao governo chinês para que este levante a paralisação das compras, embargadas após as notificações de caso de vaca louca atípica em bois. Mas perto de completar 30 dias, nada se sabe no mundo real da pecuária, e, certamente, o caso já não está mais ligado a alguma pendência técnica.

E ainda terá um feriadão de 7 dias na China, de 1 a 7 de outubro, o do Dia Nacional, que vai deixar mais tempo o mercado no limbo. Quando da mesma doença notificada em 2019, 13 dias depois a China já havia levantado o embargo.

Autoridades chinesas disseram à Pasta que estão analisando as informações enviadas, referentes aos dois casos atípicos do mal da “vaca louca” registrados em Minas Gerais e Mato Grosso.

Por causa desses casos, no dia 4 de setembro o ministério anunciou a suspensão voluntária das exportações brasilieiras de carne bovina à China, conforme previsto em acordo bilateral entre os países.

Mas, mesmo após a confirmação de que se trataram de casos atípicos, que não representam risco sanitário, o embargo permanece. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) também deu parecer favorável à queda da barreira. O governo brasileiro reforça que o protocolo sanitário bilateral com a China precisa ser revisado.

O governo brasileiro afirma que não é possível determinar quando os embarques serão retomados, pois a decisão cabe aos chineses. “Temos acompanhado de perto e com preocupação a situação dos frigoríficos”, diz, no documento. A China é o destino de cerca de 60% das exportações de carne bovina do Brasil. 

gado gordo e carcaca montagem
Foto: Montagem Compre Rural

Política ou segurança alimentar?

Mas o mundo não conhecia a pandemia da covid e, com ela, o aumento do tom crítico do governo Bolsonaro – dele próprio, de ministros e filhos -, em relação ao “vírus chinês” e à coronavac, por extensão da disputa política com o governador João Dória.

Mesmo a questão da banda larga 5G, que o Brasil já havia comprado as críticas de Donald Trump, ainda era absorvível.

Algumas fontes, que pedem sigilo diante de posições nacionais no setor bovino e próximos do governo, começam a pensar que há algo mais diplomático e comercial que uma simples vaca louca, de resto aceita prontamente como atípica pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, da sigla em inglês).

Rodrigo Albuquerque, consultor e analista, diz ter ouvido isso também, em despacho para seus assinantes do Mini Front.

Em 22 de setembro, Money Times solicitou ao Mapa várias respostas, de se a China havia feito alguma manifestação oficial quando aos prazos de liberação a se havia alguma objeção em discussão, entre outras. Os acordos bilaterais de anos existem também para isso.

Nenhuma foi respondida até agora.

Enquanto isso, o grande comprador fica de fora, o boi não avança em um época que era para andar mais, e as compras dos frigoríficos são modestas para as necessidades locais e de outros mercados.

https://www.comprerural.com/confinamento-milionario-para-55-000-bois-colocado-a-venda/
Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM