Cresce presença de mulheres no agronegócio

Das mais de cinco milhões de propriedades rurais no Brasil, é certo que aproximadamente um milhão são comandadas por mulheres.

Seja na produção no campo, na pesquisa, na tecnologia, nas finanças e em cargos de liderança, a participação feminina aumentou ao longo das últimas décadas. No segmento da agricultura não seria diferente. É o que mostra o último levantamento do Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra que das mais de cinco milhões de propriedades rurais no Brasil, aproximadamente um milhão são comandadas por mulheres, o que significa cerca de 19%.

No Ministério da Agricultura e Pecuária, o trabalho de muitas mulheres fortalece a relação do poder público com as produtoras rurais. Uma delas é a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Bueno Miranda. Para a engenheira de alimentos e funcionária de carreira da Embrapa, o papel de liderança das mulheres tem ganhado cada vez mais destaque no setor. “De forma muito silenciosa, as mulheres sempre foram uma parcela muito significativa da força do agro brasileiro. Mas que agora, com todo o processo de amadurecimento da sociedade, essa força feminina tem vindo à tona e isso está evidente, na liderança das associações, na liderança das cooperativas, especialmente na base dos novos negócios da agropecuária”, frisa.

A diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Ana Lúcia de Paula Viana, foi a primeira mulher a assumir o posto mais importante dentro da inspeção de alimentos no Brasil. O Brasil exporta produtos de origem animal para consumo humano e para alimentação animal para mais de 180 países. Para ela, todas as atividades do agro têm a presença feminina. “As mulheres cada vez mais vem ocupando espaço dentro do agro, participando da pesquisa, inovação, normatização e mais importante na produção no campo. Hoje não há nenhuma atividade no agro que as mulheres não estejam inseridas. E com bastante leveza conduzem suas atividades. Não é fácil, mas vamos”, avaliou.

Diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Ana Lúcia de Paula Viana: “As mulheres cada vez mais vem ocupando espaço dentro do agro, participando da pesquisa, inovação, normatização e mais importante na produção no campo” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Mulher da inovação e das tecnologias no campo, Sibelle de Andrade Silva integra o quadro da Embrapa desde 2011 e atua no Ministério da Agricultura e Pecuária desde 2020, quando iniciou sua trajetória na Secretaria de Inovação. Sibelle tem contribuído na construção de políticas públicas e narrativas inclusivas que compreendem a sinergia entre uma agricultura cada vez mais moderna, inovadora e também sustentável.

Atualmente, como Diretora de Produção Sustentável e Irrigação, contribui com novas perspectivas para a participação do Mapa nas próximas COPs, articulando temas como segurança alimentar, ciência tropical, meio ambiente, carbono, empreendedorismo rural e, principalmente, com a missão de mostrar a realidade da intensificação sustentável do setor para o mundo. “Vejo a participação da mulher no agro como essencial. O setor é multidisciplinar e só tem a crescer e se aprimorar a partir de visões complementares e inclusivas. Inovação é sobre olhar diferente, fazer diferente e criar soluções. Muitas mulheres são líderes e importantes gestoras não apenas de propriedades rurais, mas de pequenos, médios e grandes empreendimentos no setor, atuam e conhecem a realidade da semente à prateleira do mercado. Precisamos e teremos mais políticas públicas para que as mulheres do campo tenham mais acesso e oportunidades para serem as referências de futuro para as próximas gerações”, ressalta.

Observatório das Mulheres Rurais do Brasil

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vem desenvolvendo ao longo dos anos políticas de gênero direcionadas ao protagonismo e a potência da mulher no campo com vistas à inclusão, geração de renda e trabalho.

O “Observatório das Mulheres Rurais do Brasil” reúne informações para subsidiar na elaboração e implementação de programas direcionados para a mulher do campo. O Observatório é uma iniciativa conjunta do Mapa com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e, ainda, conta com apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O objetivo é implementar propostas de aprimoramento e formulação de políticas públicas voltadas para o fortalecimento da presença das mulheres no agro brasileiro, por meio da estruturação de banco de dados que subsidiará estudos prospectivos e análises, tornando mais efetivo o trabalho para o desenvolvimento de ações direcionadas para as mulheres rurais.

Fonte: Assessoria Mapa

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