Para o secretário do Mapa, o governo sozinho “não aguenta” superar o momento atual de dificuldades enfrentadas pelo setor agropecuário.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, apontou o crédito privado como alternativa importante para o setor agropecuário superar o momento atual de dificuldades. “É importante criar alternativas. O governo, sozinho, não aguenta.”
A declaração foi dada, nesta quinta-feira (29), em São Paulo, durante reunião extraordinária e aberta da Câmara de Inovações Financeiras, organizada pelo Ministério da Agricultura, em workshop que tratou de inovações financeiras, realizado pelo Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA). “O que pudermos fazer para fortalecer o crédito privado, faremos”, acrescentou Geller.
O secretário declarou que a agricultura brasileira passa por problemas, mas apontou que eles são “pontuais”, assegurando que o setor “vai sobreviver e com muita força”. Também citou que, embora com safras menores e queda dos preços das commodities, a redução dos custos tem sido um sinal positivo para o setor.
Neste ciclo 2023/24, previsões de safra tanto de órgãos governamentais quanto de consultorias privadas têm apontado quebra na produção por causa de intempéries. Além disso, os preços baixos das commodities agrícolas também preocupam o campo.
O evento buscou discutir alternativas à recuperação judicial, recurso que vem sendo usado com maior frequência no agronegócio brasileiro e citado por Geller como a opção “menos importante” a ser adotada pelos produtores.
Uma possibilidade apresentada foi um novo modelo de Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). O fundo deve funcionar como um instrumento para renegociação de dívidas entre produtores e credores, dando fôlego ao produtor no médio e no longo prazos, além de alongar dívidas.
A ideia, apresentada durante o evento, é de que o Fiagro Reorganização de Crédito (Reorg) dê garantias imobiliárias dos produtores dadas nas dívidas, como propriedades rurais, entrariam como ativos dos Fiagros. Tanto produtores quanto credores seriam cotistas do fundo. Ao fim do prazo do Fiagro, o produtor teria a prioridade para a compra das cotas. Caso não sejam resgatadas pelo produtor, o credor poderia comercializá-las com outros investidores.
Após acompanhar a apresentação da alternativa, Geller garantiu que aprova o uso desse instrumento.
“O Fiagro tem nosso apoio. Quem puser dinheiro no Fiagro vai ter retorno. Precisamos dar sinais ao mercado que é possível investir no setor”, disse, em declaração que também foi uma resposta a uma intervenção de uma produtora rural que comentou que “o agro não deveria recorrer ao dinheiro da Faria Lima”.
Fonte: Estadão Conteúdo
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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