Covid-19: o agro mostra força

Diante de um evento sem precedentes que levará meses para se dissipar, o agro mantém-se de pé e abastecendo a mesa do brasileiro

Debruçado em artigos especializados sobre a pandemia do novo coronavírus, a entropia causada pelo elevado fluxo de informação atualizada a todo momento devido ao fenômeno pelo qual ainda estamos vivendo torna difícil compendiar uma tese. Relatos mais aprofundados e específicos ficarão por conta da história, porém, ecoarão do factual.

Sintetizando o estudo da consultoria McKinsey, o surto do novo coronavírus é antes de tudo uma tragédia humana, afetando centenas de milhares de pessoas. Também está tendo um impacto crescente na economia global.

A celeridade da pandemia é tamanha que qualquer perspectiva poderia ficar desatualizada rapidamente.

Algumas regiões geográficas têm poucos casos, outras com transmissão comunitária precoce têm algumas centenas, e aquelas com transmissão generalizada e descontrolada têm dezenas de milhares. Os governos lançaram respostas sem precedentes à saúde pública e à economia. A situação evolui a cada dia.

Um questionamento comum é: o que será necessário para enfrentar a crise? Nossas métricas e premissas tradicionais se tornaram irrelevantes, obsoletas de uma hora para outra.

Assim como a pesquisa acelerou, outro setor crucial que nunca parou foi o agro. A capacidade de alimentar o mundo não entrou em colapso. Quase nada é noticiado sobre o assunto, mas a consolidação da agricultura é notória: o agro não para. Alimentos e insumos brotam no campo. O supervalorizado álcool 70 — que auxilia na higienização para evitar a contaminação pelo novo coranavírus — vem do agro.

O Brasil tornou-se mais competitivo no mercado internacional em decorrência da desvalorização cambial, o que atrapalha o produtor dos Estados Unidos, por exemplo.

Para as principais commodities agrícolas, como soja, milho e café, houve queda nos preços internacionais. No entanto, em função da alta do dólar, os preços reais não foram impactados.

Reportagem no americano William Reed destaca que com preços de ração mais altos e incerteza ligada a um surto global não devem reduzir a produção brasileira de carne bovina e suína ou a demanda de exportação em 2020.

Quarentenas em larga escala, restrições de viagens e medidas de distanciamento social causam uma queda acentuada nos gastos com consumidores e empresas até o final do segundo trimestre, produzindo uma recessão, como aponta o relatório da McKinsey. Embora o surto esteja sob controle na maior parte do mundo no final do segundo trimestre, a dinâmica de auto-reforço de uma recessão entra em ação e prolonga a queda até o final do terceiro trimestre.

Os consumidores ficam em casa, as empresas perdem receita e demitem trabalhadores, e os níveis de desemprego aumentam consideravelmente pelo mundo. Os contratos de investimento empresarial e as falências corporativas aumentam, pressionando significativamente o sistema bancário e financeiro.

Quanto ao agro, segue seu curso de pujança com históricas contribuições, o abastecimento não colapsou.

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