Covid-19 faz frigorífico suspender vendas à China

Covid-19 faz frigorífico de Mato Grosso suspender a venda de carne bovina à China; A Agra decidiu interromper os embarques depois de uma infecção pelo vírus entre funcionários.

A China informou nesta terça-feira (23/6) que um exportador de carne bovina do Brasil e uma fábrica de carne suína no Reino Unido suspenderam voluntariamente exportações devido a infecções pelo coronavírus, informou a agência Reuters, de Pequim. A empresa brasileira em questão é a Agra Agroindustrial de Alimentos, com sede na cidade de Rondonópolis (MT), que pertence ao grupo de origem gaúcha Alibem.

Atualmente, a Agra está habilitada a exportar para mais de 40 países, segundo informações disponíveis no site da companhia. O frigorífico diz ainda possuir “um portfólio amplo de produtos, que são vendidos em quase todo território nacional e atendendo clientes de diversos segmentos”.

Segundo a Reuters, a Agra suspendeu voluntariamente as exportações de carne bovina à China depois de uma infecção pelo vírus entre sua força de trabalho. A britânica Tulip fez exatamente o mesmo com a sua fábrica de carne suína de Tipton, em West Midlands.  Na segunda-feira, o Departamento de Alfândegas da Chinas (GAAC, na sigla em inglês) havia anunciado a suspensão da importação de frango de uma unidade da norte-americana Tyson Foods, também devido a casos de Covid-19.

A China ampliou inspeções sobre importações de carne após uma nova série de infecções pelo vírus em Pequim ter sido associada a um grande mercado de alimentos na capital. Na semana passada, as alfândegas chinesas pediram a exportadores que assinassem declarações de que sua produção estava livre de contaminação pelo vírus.

Em entrevista ao Broadcast Agro, o diretor comercial da Pampa Foods, Dorival Gonzaga de Oliveira Júnior, disse as cargas brasileiras com destino à China estão seguindo normalmente. A Pampa Foods é uma trading que, entre outros produtos, exporta carne bovina, tendo em sua carteira de clientes mais de 15 frigoríficos.

Segundo Oliveira Jr., a única mudança nas tratativas comerciais com a China é a exigência de que frigoríficos brasileiros assinem uma carta se responsabilizando integralmente pela carga caso ela esteja contaminada por coronavírus. “Essa exigência foi passada na sexta-feira passada”, informou Oliveira Jr., ao Broadcast.

Leia na integra a nota emitida pela Agra, no dia 18 de junho: 

“A Agra Agroindustrial de Alimentos S/A comunica que interrompeu temporariamente suas atividades a partir de 18/06/2020, em decorrência de suspeitas de colaboradores com Covid-19. Além disso, a companhia esclarece que, conforme acordado com a Vigilância Sanitária do município de Rondonópolis/MT, só retomará as atividades após a desinfecção total na unidade neste fim de semana, a realização de triagem e testes tipo PCR-SyBr em 100% dos seus colaboradores, feitos em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e o InsCer/RS (Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul), e a liberação junto a Vigilância Sanitária.

A Agra informa que tem como objetivo prioritário a saúde de seus colaboradores e ressalta que desde o início dessa pandemia tem adotado um rígido protocolo de prevenção contra a Covid-19, conforme as orientações dos órgãos de saúde e protocolo do Ministério da Saúde, Economia e Agricultura.

Entre as ações adotadas, a companhia destaca: afastamento de pessoas que fazem parte do grupo de risco como maiores de 60 anos, gestantes e todos os que tiveram recomendação médica; ampliação da frota de transporte dos colaboradores; desinfecção diária da unidade; medição de temperatura de todos antes do acesso à unidade; controle de entrada de terceiros; instalação de vestiário de campanha; uso de equipamentos de EPI (máscaras, protetor facial); ações de distanciamento social; comunicação e orientação permanente de prevenção e cuidados.

Rondonópolis/ MT, 18 de junho de 2020.

AGRA AGROINDUSTRIAL DE ALIMENTOS S/A”

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