A exportação, de janeiro a novembro em 2024, cresceu 4,1% frente ao mesmo período de 2023, com um total de 40,5 mil toneladas embarcadas.
No primeiro semestre, o preço do couro de primeira linha apresentou cenário positivo, variando de R$0,70/kg (janeiro) até R$0,80/kg – sua máxima, em junho. Já em dezembro, está cotado em R$0,69/kg (figura 1).
Utilizado em artigos de luxo, como bolsas de marcas renomadas, interior de carros de luxo, materiais esportivos de alta performance, o mercado consumidor do couro de primeira linha é restrito. Com uma demanda limitada e que não esteve aquecida ao longo de 2024 e uma boa oferta – afinal, o abate de bovinos foi recorde e, consequentemente, há maior estímulo à produção –, os preços ficaram pressionados.
O couro comum no Rio Grande do Sul, em contrapartida, apresentou alta de 6,4%, ou R$0,06/kg, saindo da média em janeiro de R$0,94/kg, até R$1,00/kg em dezembro.
Já para o Brasil Central, a alta foi de 7,3%, ou R$0,04/kg, quando saiu de R$0,55/kg em janeiro e atingiu R$0,59/kg em dezembro.
Geralmente, este tipo de couro é utilizado para acessórios de moda, calçados, móveis e estofados, artigos para pet e artigos de trabalho, com preços mais acessíveis à população. Além de preços menores, o público que consome o coproduto é maior e apresentou uma demanda aquecida, o que provocou o aumento da cotação.
Exportação
A exportação, de janeiro a novembro em 2024, cresceu 4,1% frente ao mesmo período de 2023, com um total de 40,5 mil toneladas embarcadas. Já o faturamento obteve queda de 0,4% em relação ao mesmo período, com US$524,2 milhões.
Esses dados são considerando os NCMs – Nomenclatura Comum do Mercosul – 41071220, 41079210, 41079110, 41071210, 41079910, 41071920, 41071910 e 41071110 (figuras 5 e 6).
Ao decorrer do ano, apenas cinco meses aumentaram o faturamento frente ao ano de 2023 – fevereiro (17,7%), abril (1,2%), maio (4,8%), julho (29,1%) e novembro (11,1%). Para o volume exportado, o cenário foi diferente, onde sete meses apresentaram variação positiva, janeiro, fevereiro, abril, maio, julho, outubro e novembro, com 2,7%, 24,9%, 6,4%, 5,3%, 40,6%, 1,9% e 15,7%, respectivamente. Cenário que expõe como o preço, em dólares, esteve menor ao ponto de que o volume maior não contribuísse para um maior faturamento na comparação anual.
O aumento da oferta do couro comum já era esperado devido ao maior abate de bovinos em 2024, entretanto, os preços não tiveram um impacto significativo devido a um aumento na demanda ao longo do ano, resultando na alta. Já para o couro de primeira linha, a demanda não acompanhou a oferta, refletindo na queda da cotação.
Expectativas
O abate de bovinos deve continuar em patamares elevados em 2025, o que pode pressionar o preço do coproduto no mercado. O fator que ditará a dinâmica do mercado será a demanda.
Figura 1.
Evolução dos preços médios mensais de couro bovino no Brasil Central, à vista, em R$/kg.
Figura 2.
Faturamento do couro em milhões de US$, entre janeiro e novembro de 2023 e 2024.
Figura 3.
Volume exportado de couro, de janeiro a novembro de 2023 e 2024, em tonelada.
Fonte: Scot Consultoria
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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