Cotações do boi gordo seguem pressionadas; Veja a análise do mercado

“É relevante observar que muitos frigoríficos já têm as programações preenchidas para até junho/24 e, com isso, preferem evitar novas negociações, visando controlar as escalas e os preços do boi gordo”; confira

O mercado físico do boi gordo permanece com preços acomodados nas principais regiões de produção e comercialização do Brasil. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Consultoria Safras & Mercado, a expectativa é de queda nos preços no curto prazo, devido à grande quantidade de animais ofertados no final da safra.

A condição climática, com chuvas escassas no Centro-Oeste, Sudeste e parte da Região Norte, está dificultando a retenção dos animais nas pastagens, levando muitos pecuaristas a anteciparem a venda de seus rebanhos. “As escalas de abate dos frigoríficos estão confortáveis, acima de dez dias úteis em grande parte do país“, destaca Iglesias.

Neste momento, diz a Agrifatto, muitos pecuaristas enfrentam desafios decorrentes do avanço do outono e, consequentemente, do clima seco que marca a transição entre a safra e a entressafra, o que diminui a capacidade de retenção dos animais nas pastagens já desgastadas. “Tal condição provoca um excesso de oferta de animais terminados, levando a pressão negativa sobre os valores da arroba”, acrescenta a consultoria.

Na outra ponta do mercado, continua a consultoria, as indústrias frigoríficas buscam negociar (as compras de lotes de boiadas gordas) apenas o essencial para manter as escalas confortáveis em 15 abates, na média nacional. “É relevante observar que muitos frigoríficos já têm as programações preenchidas para até junho/24 e, com isso, preferem evitar novas negociações, visando controlar as escalas e os preços do boi gordo”, observa a Agrifatto.

Na visão dos analistas, o quadro de excesso de oferta de animais gordos pode persistir por várias semanas. “Contudo, é possível que ocorra um movimento de valorização nos preços do boi gordo a partir da segunda quinzena de julho ou início de agosto, impulsionada pela maior demanda do mercado interno e dos compradores internacionais, associada com o período de redução na oferta de boiadas gordas (entressafra)”, avaliam os analistas da Agrifatto.

Segundo a Scot Consultoria, em São Paulo, os preços da vaca e da novilha gordas caíram para R$ 202 e R$ 212 por arroba, respectivamente. O boi gordo “comum” e o “boi-China” mantiveram-se estáveis em R$ 222 e R$ 227 por arroba. De acordo com levantamento da Agrifatto, nesta terça-feira (28/5), o boi gordo é negociado por R$ 220/@ no mercado paulista (valor médio entre o animal terminado “comum” e o “boi-China).

No mercado futuro, de acordo com os dados do Cepea, o preço da arroba do boi gordo foi registrado em R$ 221,90 no dia 28 de maio de 2024, apresentando uma leve alta diária de 0,23%, mas uma queda mensal de 3,25%. Em dólares, o valor foi de US$ 43,00. Estes números indicam um cenário de instabilidade no mercado, refletindo tanto as pressões de oferta como as flutuações da demanda interna e externa.

Preços do boi gordo apurados pela Agrifatto na terça-feira (28/5):

São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abates de quinze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de quinze dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de treze dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de dezesseis dias;

Pará — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de dezesseis dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$195,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$205,00. Média de R$200,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de quinze dias;

Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de quinze dias;

Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de doze dias;

Paraná — O boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de doze dias.

Mercado atacadista

O mercado atacadista de carne bovina apresentou estabilidade nos preços. Iglesias indica que, com a entrada dos salários na economia, há uma possibilidade de recuperação nos preços ao longo da cadeia produtiva. No entanto, essa possível alta não deve refletir imediatamente no preço do boi gordo, devido às escalas de abate confortáveis. Os preços dos cortes de carne permanecem estáveis: o quarto traseiro a R$ 17,00 por quilo, a ponta de agulha a R$ 12,50 por quilo, e o quarto dianteiro também a R$ 12,50 por quilo.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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