“As previsões do boi gordo para o final de março e início de abril indicam chuvas irregulares e temperaturas elevadas em grande parte do país”; confira
Durante a última semana, o mercado físico do boi gordo registrou poucas alterações nas cotações da arroba, mantendo-se relativamente estável. Segundo análise do especialista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, os frigoríficos buscaram adquirir animais por preços mais baixos, aproveitando as escalas de abate em posição confortável, que se estendem por cerca de dez dias úteis em média. No entanto, a favorável condição das pastagens permitiu aos pecuaristas negociar seus animais de forma mais cadenciada, evitando uma depreciação mais acentuada nos preços.
“A situação ainda favorável das pastagens, por outro lado, permite aos pecuaristas cadenciarem o ritmo dos negócios, mantendo os animais por mais tempo no campo, o que evita uma depreciação ainda maior nas cotações”, diz.
O mercado brasileiro do boi gordo segue moroso, mas a pressão é baixista, diz o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. “Há capacidade de suporte e retenção de boiadas pelos pecuaristas e cadência na aquisição de matéria-prima pelas indústrias”, resume Fabbri.
Para além da Semana Santa, outro fator que gera apreensão no mercado é o clima, destaca a consultoria. “As previsões para o final de março e início de abril indicam chuvas irregulares e temperaturas elevadas em grande parte do País”, afirma a consultoria S&P Global, acrescentando: “Essa combinação pode afetar negativamente a qualidade das pastagens, impactando a saúde do gado e, consequentemente, a oferta de animais para abate no curto prazo”.
Diante disso, ressalta a S&P Global, a cautela se torna a palavra de ordem para o mercado do boi gordo. “As indústrias frigoríficas monitoram a demanda interna e externa, enquanto os pecuaristas observam com atenção a evolução dos preços e os impactos do clima”.
Preços do boi gordo a prazo
- São Paulo (Capital): R$ 225,00 a arroba (estável)
- Goiás (Goiânia): R$ 215,00 a arroba (inalterado)
- Minas Gerais (Uberaba): R$ 220,00 a arroba (sem mudanças)
- Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 220,00 a arroba (estável)
- Mato Grosso (Cuiabá): R$ 211,00 a arroba (baixa de 0,47% em relação à semana anterior)
O Indicador do Boi Gordo CEPEA/B3 é uma referência importante para acompanhar o comportamento do mercado no mercado futuro – B3. No dia 22 de março de 2024, o indicador apresentou um valor de R$ 232,30 por arroba. Em comparação com o dia anterior, houve um leve aumento de 0,26%. No entanto, ao considerar o desempenho ao longo do mês, o indicador registrou uma variação negativa de 1,32%.
Atacado
No mercado atacadista de carne bovina, os preços permaneceram estáveis durante a última semana, com o quarto traseiro sendo precificado em média a R$ 18,10 por quilo, registrando um recuo de 1,09% em relação à semana anterior. Já o quarto dianteiro manteve-se cotado em R$ 14,00 por quilo, sem alterações significativas. Esse cenário reflete um período de menor dinamismo, com poucas oscilações nos valores devido ao menor apelo ao consumo. Embora a carne de frango permaneça mais competitiva em comparação com outras proteínas, a estabilidade nos preços da carne bovina sugere um equilíbrio relativo entre oferta e demanda no mercado atacadista.
Exportações
Do lado das exportações, em volume, elas seguem em bom ritmo, observa Felipe Fabbri, da Scot. Até a terceira semana de março foram exportadas 84,7 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 7,7 mil toneladas, um crescimento de 42,3% frente à média diária registrada em março de 2023.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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