Posicionamento do setor para COP 29 foi entregue ao governo como apoio às discussões diplomáticas que acontecerão na conferência sobre o clima.
Métricas e práticas adaptadas à agricultura tropical e financiamento para implementação de ações de mitigação das mudanças climáticas. Esses são alguns dos pedidos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que estão no posicionamento do setor agropecuário para a 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), que acontecerá em Baku, Azerbaijão, entre 11 e 22 de novembro.
O documento foi apresentado nesta quarta-feira, 9, em Brasília. O presidente da CNA, João Martins, comentou o papel do Agro no cumprimento das metas brasileiras dentro das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Nesse sentido, o documento da entidade traz pontos para que o governo brasileiro considere na formação das NDCs 2031-2035, que ainda serão formalizadas.
“Ser mais ambicioso a partir de 2031 implicará investir pesadamente em novas tecnologias menos emissoras. Pressupõe-se buscar financiamento e assistência técnica e isso remete ao mandato da COP 29 que é ser a COP dos meios de implementação”, afirmou Martins.
O evento contou com a participação do representante do Ministério das Relações Exteriores, Marco Túlio Scarpelli Cabral. Ele comentou que a “iniciativa é extremamente oportuna” para ajudar na formulação das políticas externas. “Nos ajuda o trabalho quando nós recebemos um documento para entender o que o Agro espera de nós, como nós podemos ser úteis, como nós podemos combinar essas visões e interesses com outros pontos de vista da sociedade brasileira”, reforçou Cabral.
Meta de financiamento para ações de mitigação
O documento da CNA traz a necessidade do financiamento por parte de países desenvolvidos para ações de mitigação e adaptação das mudanças climáticas para os países em desenvolvimento. Segundo o Balanço Global das Emissões na COP 28, será preciso US$ 5,9 trilhões para a implementar NDCs dessas nações em desenvolvimento.
O ponto é considerado importante porque a COP 29, no final do ano, tem como objetivo tratar do modelo de financiamento para esses países. “A decisão de financiamento será a mais importante para a COP 29. É extremamente importante sair do Azerbaijão com a Nova Meta Coletiva e Quantificada (NCQG) que deve contemplar as ações de mitigação, adaptação e transferência de tecnologias, capacitação dos países em desenvolvimento, isso visando limitar o aquecimento global em 1,5º C até o final do século”, disse o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente, Muni Lourenço.
Mercado de carbono integrado e uso de créditos voluntários
No texto encaminhado ao governo, a CNA defende uma integração entre os mercados de carbono internacionais e o uso de créditos de carbono privados.
A primeira questão trata da formação de um acordo para a integração entre os mercados regulados de carbono do Brasil e de outros mercados regulados. Seria uma espécie de venda e compra dos créditos entre os mercados regulados a nível internacional.
O outro ponto é a entrada de créditos de carbono do mercado voluntário nesse mecanismo de integração entre os mercados regulados. O Agro Estadão mostrou as diferenças entre esses mercados e como é a proposta que tramita no Brasil para o mercado regulado nacional.
COP 30, no Brasil, vai tratar de novas metas
A CNA também está de olho na COP 30, que será realizada em Belém (PA), no próximo ano. A conferência marca os dez anos do Acordo de Paris e uma renovação das NDCs, só que para o período de 2031-2035. Nessa direção, a entidade defende que objetivos mais ambiciosos, mas a reformulação deve contar com a escuta do setor produtivo.
“Será no próximo ano que os países irão apresentar as próximas ambições climáticas para o período 2031-3035. A atualização deverá ser apresentada até março de 2025. A CNA expressa em seu documento a expectativa de que a nova NDC brasileira deve ser embasada em políticas setoriais e ampla participação do setor produtivo na sua elaboração”, pontuou Lourenço durante o discurso.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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