Contratos futuros do boi gordo projetam alta de 9,5%; Veja análise

Neste momento, os contratos futuros (pico da entressafra) estão projetando uma alta (em relação ao preço do mercado físico/SP) de 9,5%; veja análise completa

O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com preços estáveis nas principais regiões de produção e comercialização do país. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, apesar da estabilidade atual, há uma tendência de alta nos preços devido à oferta restrita e ao encurtamento das escalas de abate, especialmente em estados como Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

O ambiente de negócios segue favorável à valorização dos preços, impulsionado pela redução na oferta de bovinos e a movimentação cambial, que tem melhorado os resultados das exportações, segundo a consultoria. No entanto, na Região Norte, a situação é diferente, com frigoríficos bem abastecidos e grande oferta de animais, o que tem mantido os preços sob controle.

De acordo com a Scot Consultoria, o mês de julho/24 começou com poucos negócios, com as compras de boiadas gordas enfraquecidas, porém com capacidade de suprir as demandas atuais, que também seguem em ritmo lento. Diante deste quadro, diz a Scot, o boi gordo continua valendo R$ 220/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 195/@ e R$ 212/@, respectivamente (preços estáveis, no prazo). O “boi-China” (base SP) está sendo comercializado em R$ 225/@, com ágio de R$ 5/@ sobre o animal gordo “comum”, acrescenta a Scot.

Segundo apuração da Agrifatto, com a redução na oferta de bovinos originários dos pastos, as indústrias brasileiras passaram a preencher as programações de abate com lotes de animais de confinamento, mas sem a mesma facilidade encontrada no início de junho/24. Com isso, na sexta-feira (28/6), o indicador Agrifatto (baseado no acompanhamento diário de 17 praças brasileiras) apresentou alta de 0,96% no comparativo semanal, com um valor médio de R$ 220,98/@. “Pela terceira semana consecutiva, os preços do boi gordo fecharam a semana com valorização”, ressaltam os analistas da consultoria.

O indicador Cepea (mercado paulista) registrou incremento semanal de 1,28%, com o preço médio de R$ 225,44/@ – foi o maior valor desde a terceira semana de maio/24, observa a Agrifatto. Enquanto a cotação da arroba no mercado físico paulista avança, os preços futuros do boi gordo na B3 permanecem praticamente estagnados desde o dia 11/06/24. O vencimento para outubro/24 registrou recuou de 0,12% na semana e fechou a sexta-feira (28/06/24) a R$ 246,60/@.

“Considerando desde o dia 11/06/24, a valorização (do boi gordo no mercado futuro) foi de 1,48%, enquanto o indicador Cepea registrou alta de 4,24% no mesmo período”, compara a Agrifatto, acrescentando: “Os operadores de boi gordo na B3 ainda enxergam alta, mas a velocidade lenta de aumento dos preços no mercado físico (de “apenas” R$ 9/@ nos últimos 20 dias) parece não estar sendo suficiente para que as cotações futuras avancem na mesma proporção”.

Com isso, continuam os analistas, o ágio das cotações futuras sobre o preço físico recuou durante a semana. Neste momento, os contratos para outubro/24 (pico da entressafra) estão projetando uma alta (em relação ao preço do mercado físico/SP) de 9,5% – na semana retrasada, esse aumento era de 10,3%, informa a Agrifatto.

Preços da arroba do boi

  • São Paulo: R$ 224,07
  • Goiás: R$ 215
  • Minas Gerais: R$ 211,18
  • Mato Grosso do Sul: R$ 213,95
  • Mato Grosso: R$ 207,28

Mercado atacadista

No atacado, os preços da carne bovina permanecem estáveis, mas há uma expectativa de alta no curto prazo, influenciada pela entrada dos salários na economia e a reposição ao longo da cadeia produtiva. Fernando Henrique Iglesias destacou a competitividade da carne bovina em relação às outras proteínas, como a carne de frango. Os preços dos cortes de carne bovina são:

  • Quarto traseiro: R$ 17,00/kg
  • Ponta de agulha: R$ 12,50/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 12,50/kg

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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