Os financiamentos para industrialização caíram quase pela metade, passando de R$ 5,7 bilhões no ano passado para R$ 3 bilhões em 2022.
As contratações de crédito rural reagiram em agosto, depois da demora na liberação de recursos no início do Plano Safra 2022/23, e alcançaram R$ 73,7 bilhões nos dois primeiros meses da safra, montante 19% superior ao do mesmo período do último ciclo (R$ 61,9 bilhões).
Os dados foram compilados ontem pelo Valor Econômico, a partir de informações da matriz do Banco Central.
Os financiamentos para o custeio da produção cresceram 58% nesses dois meses, puxados pela alta de custos das lavouras.
Os desembolsos nessa modalidade foram de R$ 55,8 bilhões – eles haviam somado R$ 35,2 bilhões entre julho e agosto de 2021. Os recursos para comercialização mantiveram-se em cerca de R$ 3,6 bilhões.
As contratações para investimentos continuaram abaixo do ano passado. Nos primeiros dois meses da temporada, foram R$ 11,2 bilhões, um recuo de 35% em comparação com os R$ 17,2 bilhões do mesmo período de 2021.
Os financiamentos para industrialização caíram quase pela metade, passando de R$ 5,7 bilhões no ano passado para R$ 3 bilhões em 2022.
No Pronaf, os agricultores familiares acessaram R$ 14,8 bilhões, ou 13% a mais que os R$ 13 bilhões do início da safra passada. Em agosto, o governo fez dois remanejamentos de limites equalizáveis para reforçar os recursos para o custeio dos pequenos produtores, cujo montante final passou para mais de R$ 60 bilhões.
Os médios produtores contrataram R$ 13,3 bilhões no Pronamp, alta de 54%, e a agricultura empresarial acessou R$ 45,6 bilhões. O número total de contratos em julho e agosto caiu quase 15%, para 378,6 mil.
Os bancos públicos lideram os desembolsos, principalmente por conta do desempenho do Banco do Brasil, que já liberou quase R$ 40 bilhões de crédito rural. As cooperativas de crédito emprestaram R$ 15,5 bilhões (alta de 11%) e superaram os bancos privados, que recuaram de R$ 14,4 bilhões em 2021 para R$ 11,5 bilhões nos dois primeiros meses da temporada 2022/23.
A principal fonte dos recursos dos desembolsos feitos até agora são as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), com R$ 27,3 bilhões, quase três vezes mais que os R$ 7,6 bilhões do bimestre inicial de 2021/22.
O desempenho dos títulos parece não ter sido afetado pela alta das taxas de juros médias dos financiamentos, que passaram de 6,5% em 2021/22 para 11,1% agora, de acordo com o boletim do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro do BC (Derop).
Os juros médios aumentaram em todas as fontes e linhas do Plano Safra 2022/23. Os recursos livres saíram de 7,1% para 12,4%, e a poupança rural livre subiu de 6,5% para 9,9%. Os recursos com subvenção também ficaram mais caros. A poupança rural subvencionada para o Pronaf, que custava, em média, 3,7% na safra passada, subiu para 4,1%. No Pronamp, a taxa oscilou de 5,1% para 5,6% ao ano. Os demais produtores acessam a 7,5%; no ciclo passado, a taxa era de 6%.
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No caso dos recursos obrigatórios, os juros aumentaram de 3,5%, em média, para 3,8% no Pronaf, de 5% para 5,4% no Pronamp e de 5% para 6,5% na agricultura empresarial.
Fonte: MilkPoint