Rebanho da raça Brangus em Mato Grosso chega a 4,6 mil animais registrados, segundo associação.
A raça bovina Brangus a cada dia ganha mais destaque em meio aos pastos mato-grossenses. No estado, segundo dados da superintendência de registro genealógico da Associação Brasileira de Brangus (ABB), são cerca de 4,6 mil animais registrados. No Brasil, entre 2015 e 2017, o número de animais desta raça cresceu 10%. De acordo com a Associação Brasileira de Brangus (ABB), a perspectiva é que com os resultados obtidos na raça comprovados os números em Mato Grosso apresentem crescimento.
Quem tem apostado na raça Brangus, resultado do cruzamento entre o Angus e o Zebu, é a Fazenda Sereno localizada no município de Jaciara. A propriedade, arrendada pela GAP Genética, de Uruguaiana (RS) e administrada desde 1996 pelo médico veterinário Jorge Santana, hoje tem quatro mil animais, dos quais 90% são Brangus, tendo 800 vacas mães de touros.
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De acordo com Jorge Santana, a raça Brangus na região Centro-Oeste chegou a partir do Programa Natura Genética, criado em 1984. O programa teve como um de seus objetivos produzir animais para o Brasil Central.
Ainda conforme o médico veterinário da GAP Genética, o intuito era levar a raça ao Brasil Central usando touros Brangus em cima das vacas Nelore e assim ter um produto com sangue em torno de 70% zebuíno.
“Com isso, a raça Brangus se disseminou com uma base técnica muito forte, com orientação sobre qual mercado o produto final iria atingir”, frisa Santana. Na Fazenda Sereno são comercializados cerca de 180 touros por ano, sendo uma parte produção própria, em torno de 120 touros, e outros 70 touros vêm da Gap de Uruguaiana.
Santana o cruzamento de raças é importante, pois a raça pura apresenta uma limitação de produção de qualidade dependendo do ambiente. Ao se realizar um cruzamento a ideia é complementar as raças fazendo um somatório das partes boas do Angus e do Nelore, visando aumentar a produção e atender ao consumidor final que exige uma carne macia, saborosa e de boa qualidade.
“As raças que se complementam melhor são as britânicas com a zebuína. O Brangus possui 5 partes de Angus e 3 partes de Nelore“, explica o médico veterinário.
Santana salienta também que a medida em que ocorre o avanço das gerações, os produtos, ou seja, filhos desses touros, se tornam melhores produtores de carne, vindo a contar com padrão. Santana pontua ainda que no cruzamento das raças ocorre um aumento no peso do animal, o que irá garantir mais rentabilidade.
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“Esse ganho tem ajudado na comercialização no Centro-Oeste. O que também colaborou a irmos ao encontro do nosso cliente foram os Dias de Campo, leilões em diversas cidades importantes do Estado, assim como participar de encontros de pecuária, onde aprendemos e ensinamos. O Mato Grosso que em 20 anos dobrou o seu rebanho, tem um mercado muito importante e precisamos produzir animais consistentes geneticamente para chegarmos ao nosso cliente e, inclusive, a nichos de mercado, como a carne gourmet”, diz Santana.
Por Viviane Petroli via Mato Grosso Agro