Entre as granjas do país, duas se destacam na produção dessas aves de pequeno porte. Uma delas é a líder na produção de carne de codorna na América Latina, enquanto a outra se destaca como a maior fazenda de ovos de codorna.
No Brasil, a Codorna pode não ser a ave mais reconhecida, mas seus ovos são amplamente conhecidos, perdendo apenas para os ovos de galinha. Entre as granjas do país, duas se destacam na produção dessas aves de pequeno porte. Uma delas é a líder na produção de carne de codorna na América Latina, enquanto a outra se destaca como a maior fazenda de ovos de codorna.
O mistério por trás desse “Império das Codornas” desperta curiosidade sobre como é o funcionamento interno dessas operações. Como é possível produzir uma quantidade tão grande de ovos todos os dias? Acompanhe e descubra!
Origem e história da Codorna
A codorna é uma ave originária do continente africano, europeu e asiático. A prática de sua criação começou na China e na Coreia, e mais tarde, o Japão também aderiu à ideia. Em 1910, os japoneses iniciaram estudos para cruzar as espécies europeias de codorna com as espécies selvagens, dando origem à codorna domesticada que conhecemos hoje. Desde então, começou-se a explorar sua carne e ovos para consumo.
Produção de carne de Codorna
No Brasil, a chegada da codorna ocorreu em 1959, trazida por imigrantes italianos e japoneses, que se interessavam pelo canto dessas aves. Atualmente, a Good Alimentos se destaca como a principal produtora de carne de codorna não só no Brasil, mas em toda a América Latina. Seu frigorífico, localizado em Coronel Freitas, Santa Catarina, obteve a certificação do Ministério da Agricultura para exportação, garantindo a qualidade e segurança de seus produtos tanto no mercado interno quanto externo.
Desde a seleção genética até o abate, o processo de criação das codornas é meticulosamente gerenciado, cumprindo rigorosas normas de segurança e passando por auditorias minuciosas para garantir a qualidade dos produtos finais.
A indústria opera em uma vasta área de 360.000 metros quadrados, onde toda a cadeia produtiva é cuidadosamente gerenciada. Desde a seleção genética das matrizes e a incubação dos ovos até o abate das aves, cada etapa é realizada com precisão. Medidas rigorosas de biossegurança são aplicadas, incluindo a exigência de banho e troca de roupa diária para todos que entram nas instalações.
Diariamente, o frigorífico recebe cerca de 16.500 ovos, e espera-se que esse número aumente para 20.000 ainda este ano. Os ovos são selecionados com cuidado, armazenados em condições controladas e incubados por 21 dias antes do nascimento das codornas. Após o nascimento, as aves passam por uma triagem para identificar e auxiliar aquelas com problemas ou que ainda estão nas cascas, alcançando uma taxa de aproveitamento de aproximadamente 80% dos 33.000 nascimentos realizados a cada duas vezes por semana.
As codornas são então transferidas para aviários de corte, onde recebem alimentação e cuidados até a data do abate, aos 27 dias de idade. O processo de abate segue um protocolo de nove fases, com rigorosas análises e inspeções para garantir a qualidade e segurança do produto final para o consumidor.
Atualmente, a produção diária é de cerca de 17.000 aves, equivalente a 16 toneladas de carne. Com o crescimento das exportações, há planos de expandir a produção para 50 toneladas por mês. Esse aumento na capacidade produtiva e a abertura de novos mercados internacionais consolidam Santa Catarina como líder na produção e exportação de codornas na América Latina.
Granja Jetibá
No Brasil, também existem granjas especializadas na produção de ovos de codorna. Uma das maiores está localizada em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo. Inicialmente modesta, a granja expandiu-se significativamente ao longo do tempo, atendendo à crescente demanda por ovos de codorna, após trabalhar com ovos de galinha, tanto brancos quanto vermelhos.
Os clientes, impulsionados pela demanda crescente, tomaram a decisão de estabelecer um novo empreendimento: um galpão especializado na criação de codornas para postura. O resultado foi um sucesso estrondoso. Atualmente, a granja abriga uma população impressionante de 1.200.000 aves, espalhadas por seis galpões de produção. Cada galpão conta com 4.160 gaiolas, abrigando em média 33 aves por gaiola, formando um vasto mar de codornas.
A granja se destaca como o estado brasileiro com a maior população de codornas, segundo dados do IBGE, totalizando quase 4 milhões de aves. Destas, um terço está concentrado nesta granja, a maior de todas.
Apesar da liderança na produção nacional, a granja enfrenta desafios recentes. Uma queda de 10% na quantidade de codornas e de 5% na produção de ovos tem sido observada, principalmente devido às adversidades trazidas pela pandemia. O fechamento temporário de três galpões ocorreu devido ao impacto direto do fechamento de restaurantes, que eram clientes importantes para a produção de ovos destinados às conservas.
Recria
As codornas chegam à granja com apenas um dia de vida, pesando menos de 4 gramas, provenientes de uma indústria em São Paulo. Inicialmente, são alojadas em um espaço dedicado à recria, onde permanecem até completarem cinco semanas de vida. Após esse período, são transferidas para os galpões de produção de ovos, onde permanecerão até a semana 52.
A dieta das codornas é cuidadosamente planejada, incluindo uma variedade de nutrientes essenciais como vitaminas, minerais, ácidos graxos e probióticos, garantindo assim uma vida saudável e produtiva para as aves. A granja adota uma rotina diária rigorosa de monitoramento, onde cada gaiola é inspecionada em busca de possíveis sinais de doenças ou comportamentos atípicos nas aves.
Devido à sensibilidade das codornas, todo o manejo é realizado com cautela e em silêncio, utilizando técnicas adequadas para minimizar o estresse e prevenir a transmissão de doenças. A água fornecida às aves é clorada e a ração é ajustada de acordo com a idade, garantindo assim um ambiente saudável e propício para o desenvolvimento das codornas.
A produção diária da granja é verdadeiramente impressionante, alcançando a marca de 680.000 ovos por dia. Essa vasta quantidade de ovos é distribuída para supermercados e diversas indústrias em todo o país, demandando um cuidadoso processo logístico e medidas sanitárias específicas, especialmente no controle da salmonela, uma preocupação crucial para a saúde pública.
Além dos ovos crus, a empresa também comercializa ovos de codorna em conserva. Esse processo envolve um resfriamento rápido e embalagem em uma solução de salmoura, resultando em aproximadamente 35 toneladas de ovos em conserva produzidos mensalmente. Com planos de expansão para Goiás, a granja busca otimizar os custos de frete e ampliar sua participação no mercado nacional.
Concluíndo, os ovos de codorna são altamente valorizados pelos seus benefícios à saúde, sendo uma excelente fonte de proteínas. Recomenda-se o consumo moderado de 10 a 15 ovos de codorna por dia, podendo ser utilizados como substituto da proteína em uma refeição ou como complemento.
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Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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