Conheça os 10 municípios com as maiores áreas de florestas plantadas do Brasil

Área de silvicultura somou 9,7 milhões de hectares, dos quais 78,1% são de eucalipto, usado principalmente na indústria de celulose. Conheça os municípios com as maiores áreas de florestas plantadas do Brasil.

Em 2023, o Brasil alcançou um novo marco na produção florestal, que atingiu impressionantes R$ 37,9 bilhões, refletindo um crescimento de 11,2% e abrangendo 4.924 municípios. Esse aumento substancial reafirma a silvicultura como o pilar da produção florestal nacional, superando a extração vegetal pela 25ª vez consecutiva, desde 1998. Mas, nesse contexto, quais são os municípios com as maiores áreas de florestas plantadas do Brasil? Vamos conferir!

A silvicultura, por sua vez, consolidou sua trajetória ascendente, alcançando R$ 31,7 bilhões — um crescimento de 13,6% em comparação com o ano anterior. Em contraste, a extração vegetal manteve-se estável, registrando uma variação de 0,0% em relação a 2022, quando já havia apresentado uma leve alta de 0,2%. Assim, o valor da produção de extração vegetal permaneceu em R$ 6,2 bilhões. Esses dados foram apresentados na pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) de 2023, divulgada hoje (26) pelo IBGE, evidenciando a força e a resiliência do setor florestal brasileiro.

Dentre os estados, Minas Gerais continua com o maior valor da produção da silvicultura, que cresceu 7,5%, chegando a R$ 8,3 bilhões em 2023, ou 26,0% do total da silvicultura. O estado é o maior produtor de carvão vegetal, com 88,1% do volume nacional.

O Paraná vem em segundo em valor de produção de florestas plantadas, R$ 5,1 bilhões. É o maior produtor de madeira em tora para outras finalidades, responsável por 38,1% da produção nacional. A produção cresceu 9,2%, alcançando 22,9 milhões de metros cúbicos, e o valor da produção subiu 19,1%, chegando a R$ 2,8 bilhões em termos nominais.

Quando o assunto é área plantada, Minas Gerais segue registrando a maior área coberta com espécies florestais plantadas do país, com 2,1 milhões de hectares, o que representou um crescimento de 1,7% em relação ao ano anterior, sendo sua quase totalidade ocupada por eucalipto (97,4%).

Mato Grosso do Sul aumentou sua área com silvicultura em 15,2%, assumindo a segunda maior área de florestas plantadas, com 1,4 milhão de hectares, dos quais 99,5% são plantios de eucalipto. São Paulo registra 1,2 milhão de hectares, um crescimento de apenas 0,1%, perdendo a segunda posição para Mato Grosso do Sul.

“Podemos analisar que muito desse crescimento no valor da produção da silvicultura vem dos preços dos produtos. Percebemos aumentos na quantidade produzida de produtos, mas o principal fator foram os preços. Como um exemplo, a madeira em tora cresceu 3,0% em quantidade e 28,1% em valor”, destaca o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.

Municípios com as maiores áreas de florestas plantadas do Brasil

Mato Grosso do Sul se destaca como o Vale da Celulose do Brasil, ocupando uma posição estratégica no cenário nacional de produção de madeira. O estado abriga cinco dos dez municípios com maiores áreas de florestas plantadas do país, evidenciando sua importância na cadeia produtiva da celulose e papel.

Além de sua vasta cobertura florestal, Mato Grosso do Sul é um polo atrativo para grandes investimentos de empresas líderes no setor de celulose, que têm impulsionado o desenvolvimento econômico regional. Essa combinação de áreas florestais extensivas e a presença de capital significativo fazem do estado um protagonista crucial no abastecimento de matéria-prima para a indústria, consolidando sua relevância tanto no mercado nacional quanto no cenário global. Enquanto Minas Gerais, o Rio Grande do Sul e a Bahia também contribuem para a produção florestal, é em Mato Grosso do Sul que se concentra uma parte considerável da produção, reforçando sua posição como um verdadeiro celeiro de celulose no Brasil.

Quatro municípios sul-mato-grossenses ocupam as primeiras posições de área plantada no país, sendo destaques Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, que apresentaram as maiores áreas de florestas plantadas, com 325,0 mil hectares (aumento de 29,3%) e 288,0 mil hectares, (aumento de 9,1%), respectivamente.

“Acompanhando o crescimento da Região Centro-Oeste e do Mato Grosso do Sul, um ponto relevante observado em 2023, em nível municipal, foi essa presença de mais municípios do estado no ranking das florestas plantadas no Brasil”, aponta Guedes.

Buritizeiro é o município com a maior área plantada de silvicultura em Minas Gerais. Na Bahia, o destaque é Caravelas, enquanto no Rio Grande do Sul, sobressai-se Encruzilhada do Sul, cujas áreas praticamente são divididas entre eucalipto e pinus. Esses três últimos municípios fazem parte de áreas de influência de complexos industriais voltados à fabricação de papel e celulose.

Ranking dos Municípios:

  1. General Carneiro (PR) – 577,7
  2. João Pinheiro (MG) – 575,0
  3. Ribas do Rio Pardo (MS) – 414,8
  4. Itararé (SP) – 380,9
  5. Encruzilhada do Sul (RS) – 368,8
  6. Três Lagoas (MS) – 365,9
  7. São Mateus (ES) – 329,5
  8. Buritizeiro (MG) – 322,3
  9. Selvíria (MS) – 311,5
  10. Telêmaco Borba (PR) – 305,3

General Carneiro é o município de maior valor de produção na silvicultura

O município de General Carneiro (Paraná), mesmo sofrendo uma redução de 8,4%, liderou o ranking de valor da produção da silvicultura, alcançando um total de R$ 577,7 milhões em 2023. O município, que é grande produtor de madeira em tora para outras finalidades, sofreu uma queda de 17,2%, assim como na madeira em tora para papel e celulose que registrou redução de 3,4%. Destaque para o crescimento de 275,0% na quantidade e de 348,1% no valor da produção de carvão vegetal.

João Pinheiro (Minas Gerais), segundo município no ranking de valor da produção da silvicultura, com R$ 575,0 milhões, foi destaque na produção de carvão vegetal, com 437,2 mil toneladas, gerando R$ 524,7 milhões, um crescimento de 8,9% e que corresponde a 91,2% do valor da produção silvicultural do município.

Ribas do Rio Pardo (Mato Grosso do Sul) passou de nono para terceiro maior município em valor da produção da silvicultura, gerando R$ 414,8 milhões, destaque na produção de madeira em tora para papel e celulose, com 4,1 milhões de metros cúbicos, aumento de 28,1% em termos de volume, na comparação com o ano anterior. O valor da produção subiu 47,2%, gerando R$ 331,2 milhões em termos nominais.

Cresce a área de florestas plantadas no Brasil

Em 2023, houve acréscimo de 2,5% nas áreas de florestas plantadas no país, ou mais 238,0 mil hectares. A área total da silvicultura é de 9,7 milhões de hectares, dos quais, 7,6 milhões são de eucalipto, usado predominantemente na indústria de papel e celulose. Juntos, eucalipto e pinus foram responsáveis pela cobertura de 96,3% das áreas de silvicultura para fins comerciais no país.

Entre as regiões, Centro-Oeste (13,5%), Sudeste (1,1%) e Norte (0,2%) apresentaram crescimento em 2023 enquanto pequenas reduções, de 0,5% e 0,1%, foram observadas nas regiões Nordeste e Sul, respectivamente.

“Um destaque observado pela pesquisa em 2023 foi esse crescimento em direção ao Centro-Oeste, principalmente o Mato Grosso do Sul que aumentou a área com silvicultura e assumiu a segunda maior área de florestas plantadas. Isso não necessariamente sinaliza uma substituição de outras áreas, mas uma expansão”, salienta o gerente de Agricultura do IBGE.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a celulose ocupou o décimo lugar no ranking das exportações totais do país em 2023 (2,3%), com 19,1 milhões de toneladas exportados, que geraram 7,9 bilhões de dólares, uma redução de 5,3% em relação a 2022.

O setor da madeira em tora para papel e celulose permanece com tendência de alta, atingindo o valor de R$ 11,7 bilhões, crescimento de 19,4% no valor da produção, após o crescimento de 35,4% registrado no ano anterior. “O Brasil é o maior exportador mundial de celulose. Os principais destinos em 2023 foram China, Estados Unidos, Países Baixos e Itália”, pontua o pesquisador.

A participação dos produtos madeireiros segue preponderante no setor da silvicultura, representando 98,2% do valor da produção florestal. O conjunto dos produtos madeireiros com origem em áreas plantadas para fins comerciais registrou aumento de 15,4% no valor da produção, enquanto naqueles decorrentes da extração vegetal o aumento foi de 0,5%.

Entre os produtos madeireiros da silvicultura, houve registro de crescimento do valor da produção em todos os grupos, sendo mais acentuado na lenha, que aumentou 20,6%. O valor da produção da madeira destinada à fabricação de papel e celulose cresceu 19,4%; o carvão vegetal, 6,5%; e a madeira em tora para outras finalidades 16,2%.

A extração vegetal registrou aumento no valor gerado em 2019 (6,8%), 2020 (5,8%) e 2021 (31,6%), mas em 2022 registrou redução de 0,3% e em 2023 apresentou uma pequena redução de R$ 132 mil em valores correntes. Enquanto os produtos madeireiros respondem pela quase totalidade do valor da produção da silvicultura (98,2%), na extração vegetal esse grupo representa 64,2%, seguido pelos alimentícios (29,9%), ceras (3,6%), oleaginosos (1,6%) e outros (0,7%).

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