O Pantanal, uma das maiores planícies alagáveis do mundo, é crucial tanto para a biodiversidade quanto para a pecuária brasileira. Este bioma é um dos maiores polos de produção de bezerros do país, combinando práticas sustentáveis com alta produtividade; confira
O Pantanal, um dos maiores santuários naturais do mundo, não só se destaca por sua biodiversidade deslumbrante e pela ecologia singular, mas também se ergue como um dos epicentros vitais da pecuária bovina de corte. Aninhado no coração dessa vastidão selvagem, Corumbá, no Mato Grosso do Sul (MS), emerge como um dos principais produtores de bezerros do Brasil, gerando anualmente uma impressionante quantidade de mais de 300.000 animais.
Com seus vastos pântanos e rica biodiversidade, o território pantaneiro é um dos maiores celeiros de criação de gado do Brasil, contribuindo significativamente para a produção nacional de bezerros. Anualmente, quase 2 milhões de bezerros são desmamados na região, evidenciando sua importância para a indústria pecuária do país. Esses bezerros são então levados para o planalto, onde são recriados e engordados antes de serem comercializados.
Com uma extensão de aproximadamente 200.000 km², dos quais cerca de 140.000 km² estão em território brasileiro, o Pantanal é uma das maiores planícies alagáveis do planeta, abrangendo também áreas no Paraguai e na Bolívia. No Brasil, cerca de 35% do Pantanal está no estado do Mato Grosso, enquanto os 65% restantes estão em Mato Grosso do Sul, onde se destaca a cidade de Corumbá.
Corumbá, localizada às margens do imponente Rio Paraguai, é uma das principais cidades do Pantanal e um importante centro para a produção de bezerros. Foi lá que a Embrapa inaugurou, há quase meio século, um centro de pesquisas dedicado ao estudo da fauna, flora e criação pantaneira. A Embrapa Pantanal tem sido pioneira em pesquisas voltadas para a pecuária sustentável e o manejo do bioma.
As pesquisas realizadas abrangem diversas áreas, desde a introdução e avaliação de forrageiras até o monitoramento dos níveis de cheia dos rios e a dinâmica das águas, essenciais para prever e mitigar os impactos de eventos climáticos extremos, como secas e incêndios.
Além disso, Corumbá se destaca pela preservação da cultura e tradições pantaneiras, onde o homem pantaneiro é reconhecido por sua dedicação à preservação da terra e do meio ambiente. A cidade também é um importante ponto de partida para o transporte de cargas, principalmente minério, contribuindo para sua relevância econômica na região.
Com uma produção anual de mais de 300 mil bezerros, Corumbá desempenha um papel fundamental no fornecimento de animais para a indústria pecuária do Brasil Central, destacando-se como um dos maiores polos de produção de bezerros do país.
Importância do Pantanal para o Mato Grosso do Sul
A pecuária em Mato Grosso do Sul tem apresentado um crescimento significativo ao longo das últimas décadas, consolidando o estado como um dos principais produtores de carne bovina do Brasil. Dados do IBGE indicam que, em 1978, o rebanho bovino no estado era de 9,3 milhões de cabeças, um número que quase dobrou para 18,6 milhões em 2021.
Esse crescimento de 98,49% reflete o avanço das técnicas de manejo e a expansão das áreas de pastagem, tornando estado o quinto maior produtor de bovinos do país. Além disso, o estado ocupa a terceira posição na produção de carne bovina, destacando-se pela qualidade e quantidade da proteína produzida.
O Pantanal desempenha um papel crucial no sucesso da pecuária em Mato Grosso do Sul, especialmente na criação de bezerros. Como uma das maiores planícies alagáveis do planeta, o Pantanal oferece uma vasta área de pastagem natural e rica em nutrientes, essencial para a criação e desenvolvimento do gado e da fauna local.
Além disso, a presença da Embrapa Pantanal em Corumbá tem sido vital para a implementação de práticas de manejo sustentável e inovação científica. As pesquisas avançadas e a transferência de tecnologia desenvolvidas pela Embrapa ajudam a garantir que a pecuária no Pantanal seja eficiente e ambientalmente responsável.
A genética de ponta, biotecnologia reprodutiva avançada, sanidade impecável e nutrição de primeira linha promovidas pela Embrapa asseguram que a produção pecuária no Pantanal não só alcance altos níveis de produtividade, mas também mantenha um equilíbrio com a preservação ambiental, garantindo a sustentabilidade a longo prazo.
O papel do pecuarista no ecossistema pantaneiro
A pecuária bovina de corte, a atividade econômica predominante no Pantanal, é fundamental para o funcionamento do ecossistema. Os pecuaristas locais, ao gerenciar o pastoreio, ajudam a controlar o crescimento do pasto e a prevenir incêndios no período seco. Este manejo não só preserva o ambiente natural como também assegura a sustentabilidade da produção pecuária.
Grande impacto no cenário nacional
A região é um celeiro vital para a criação de bezerros no Brasil, desmamando milhões de bezerros por ano. Esses animais, criados em um ambiente natural e nutritivo, são posteriormente levados para outras regiões, onde são recriados e engordados. Esse ciclo não apenas sustenta a alta produção de carne bovina regionalmente, mas também abastece outras partes do Brasil, fortalecendo a cadeia produtiva de carne bovina em nível nacional.
A contribuição do Pantanal vai além da mera criação de gado. A região é um exemplo de como a pecuária pode ser conduzida de forma sustentável, harmonizando produção e preservação ambiental. A Embrapa Pantanal desempenha um papel crucial ao promover práticas de manejo sustentável e inovações científicas. A pesquisa e a transferência de tecnologia da Embrapa são essenciais para manter a eficiência e a sustentabilidade da pecuária no Pantanal. Essas práticas garantem que a produção de carne bovina seja tanto produtiva quanto ambientalmente responsável.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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