Sua trajetória reflete não apenas o amor pelos cavalos, mas um compromisso profundo com a evolução e o futuro do esporte equestre. Conheça o Campeão Mundial de Três Tambores, Matheus Costa é o cavaleiro completo!
Cada modalidade equestre carrega consigo uma essência única, com técnicas, desafios e, sobretudo, uma conexão indescritível entre cavaleiro e cavalo. No cenário brasileiro, Matheus Machado Costa é uma figura que representa com maestria essa diversidade, sendo um cavaleiro que, além de profissional das provas de Três Tambores, dedica seu tempo livre ao Hipismo Clássico e à modalidade de Rédeas. Sua trajetória reflete não apenas o amor pelos cavalos, mas um compromisso profundo com a evolução e o futuro do esporte equestre.
Três Tambores: A Velocidade da Superação
Nascido e criado em uma família apaixonada pelo mundo dos cavalos, Matheus se envolveu desde cedo com os Três Tambores, modalidade em que cavalo e cavaleiro percorrem um percurso em forma de triângulo, contornando três tambores com máxima agilidade e precisão. “Sempre foi muito gratificante conviver nesse meio, percebi muito jovem que seguiria os passos do meu pai,” conta Matheus citando seu pai: Mauricio Costa, grande treinador e campeão de Rédeas.
Sua habilidade e determinação resultaram em um convite marcante da National Barrel Horse Association (NBHA) para representar o Brasil no Campeonato Mundial na China em 2013. Naquela edição, com apenas 22 anos, Matheus alcançou o título de campeão mundial, em uma prova em que não competia com seus próprios cavalos, mas sim com animais sorteados para a ocasião.
“A competição foi atípica, pois o país sede fornece os cavalos. Não existe uma relação cavalo-cavaleiro; você precisa estar muito preparado, já que tem poucos minutos para se conectar com o animal,” relembra. E, ainda assim, foi lá que ele provou a força de sua técnica e preparo mental, já que conquistou o Campeonato Mundial naquele ano.
Rédeas: A Sinergia do Controle e da Elegância
Além dos Três Tambores, Matheus se aventura na modalidade de Rédeas, um verdadeiro teste de técnica e sintonia entre cavaleiro e cavalo. As provas de Rédeas exigem precisão e controle absoluto, com movimentos como giros, paradas e trocas de “mão”. Para ele, cada modalidade exige um ajuste na mentalidade: “É como se você tivesse que desligar o disjuntor de um e ligar o do outro,” descreve, ressaltando que o verdadeiro desafio está em adaptar-se a diferentes estilos e exigências técnicas sem perder o foco.
No Brasil, a modalidade de Rédeas ganha força a cada ano, com nomes como o de Matheus Machado Costa inspirando uma nova geração de cavaleiros. Seu interesse pela Rédeas não diminui sua paixão pelos Três Tambores, mas reflete seu compromisso com o desenvolvimento das habilidades equestres, sempre aprimorando-se em múltiplas frentes. Apesar da modalidade ser apenas um hobby para o nosso campeão.
Hipismo Clássico: A Arte da Precisão
Matheus também carrega uma profunda admiração pelo Hipismo Clássico, onde cavalos e cavaleiros saltam obstáculos em um percurso minuciosamente desenhado. “O Hipismo é algo que sempre me fascinou. Participar dessas provas é um prazer, mas também um treino constante para a precisão e o autocontrole,” compartilha ele. Embora se dedique mais aos Três Tambores, o Hipismo é uma modalidade que contribui para sua visão ampla e completa do mundo equestre.
O Início da Jornada
Matheus Machado Costa sempre soube que sua paixão pelo mundo dos cavalos era mais do que um hobby – era um chamado. Quando chegou ao ensino médio, sua rotina escolar começou a se tornar um obstáculo para o tempo que desejava dedicar aos cavalos. Com 15 anos, ele percebeu que o caminho tradicional não combinava com o que realmente queria para sua vida. Um dia, decidiu olhar nos olhos do pai e comunicar sua escolha: não seguiria os estudos acadêmicos nem uma carreira convencional.
“Eu queria seguir os passos dele,” diz Matheus, com firmeza, recordando o momento em que a vida mudou de direção. A decisão foi desafiadora e envolveu riscos, mas ele nunca se arrependeu. Assim, trocou o caderno pelas rédeas e deu início à sua jornada no universo equestre, de amador para treinador de Três Tambores, assumindo a responsabilidade de transformar sua paixão em profissão.
A Trajetória de um Campeão Mundial de Três Tambores
A combinação de suas experiências em diferentes modalidades deu a Matheus uma visão única do que significa ser um verdadeiro cavaleiro. Conhecido por seu foco e comprometimento, ele revela que seu maior aprendizado veio de seu pai: “A maior lição que meu pai me passou foi ser muito sério, digno, claro e honesto com meus clientes. Essa é a chave do meu sucesso.”
Além disso, Matheus é conhecido pelo respeito e carinho que dedica aos cavalos, buscando construir uma conexão que transcende as pistas. “Eu faço questão de me envolver em cada parte do cuidado dos cavalos, desde o banho até a alimentação. Isso cria uma conexão verdadeira,” explica, enfatizando que a preparação física e mental de um cavaleiro também está profundamente ligada ao vínculo que ele desenvolve com o animal.
Eternas Inspirações: Cavalos e Cavaleiros
Ao longo de sua trajetória, Matheus se inspirou em grandes nomes e formou parcerias marcantes, com uma generosidade evidente ao reconhecer aqueles que influenciaram sua formação. Desde cedo, além da inspiração do pai, ele observava ícones como Jango Salgado, Miguel Dias Filho e Ronildo Filho, que ajudaram a moldar sua visão sobre o trabalho e o relacionamento com os cavalos. Matheus cita ainda jovens talentos brasileiros que, segundo ele, estão destinados a deixar sua marca: Miguel Dias Neto, Juninho Simionato e Anderson Queiroz. Cada um desses cavaleiros, diz ele, traz um brilho e um potencial inegáveis às pistas, e é fácil perceber seu orgulho e confiança no futuro do esporte equestre no Brasil.
Os cavalos também possuem um lugar de honra nas memórias de Matheus, especialmente aqueles que marcaram sua carreira, como Good Times Marvel, Dans Brown, Trouble Star Fame KL e Pegassus Fire. Em particular, ele recorda a trajetória de Good Times Marvel, que o acompanhou por muitos anos e recentemente faleceu aos 34 anos, representando não só um parceiro de competição, mas um verdadeiro amigo que simbolizava sua evolução e amor pelos cavalos.
Visão e Objetivos para o Futuro
Com muitos títulos conquistados, Matheus ainda mantém sonhos que impulsionam sua jornada. “Tenho muitos títulos, mas ainda quero muito conquistar o Potro do Futuro da ABQM. Esse é um dos maiores objetivos que ainda tenho,” diz ele. Para Matheus, o futuro do esporte equestre no Brasil é promissor: “O Brasil já é uma potência no mundo equestre. O reconhecimento internacional é crescente, e temos muitos brasileiros atuando no exterior.”
Ao falar de sua paixão pelo esporte, Matheus oferece conselhos a quem sonha em seguir uma carreira semelhante. “Foco, vontade e obsessão são essenciais. Já vi muitas pessoas sem talento se tornarem campeões pelo simples fato de serem obcecadas pelo que fazem,” revela. A obsessão, para ele, é o verdadeiro segredo do sucesso.
Em cada salto, cada curva e cada treino, Matheus Machado Costa representa o que há de mais inspirador no mundo equestre. Sua história é um tributo à dedicação, ao amor pelos cavalos e ao compromisso com a excelência. Ao final de sua entrevista, Matheus expressa um sentimento sincero agradecendo a Deus, a família, a equipe e diz: “Quero ser lembrado como um menino alegre e bom, que ajudou muitas pessoas.” Com uma trajetória brilhante e um futuro promissor, ele segue construindo um legado que reflete os valores mais nobres do meio equestre.
Confira alguns trechos desta conversa reveladora, onde o Campeão Mundial de Três Tambores Matheus compartilhou suas experiências, desafios e visões sobre o futuro do esporte.
A Influência do Ambiente Familiar
1. Matheus, você nasceu no meio dos cavalos, com seu pai sendo uma referência na modalidade de rédeas. Como foi crescer nesse ambiente e quando percebeu que seguiria seus passos?
“Sempre foi muito gratificante conviver nesse meio e nascer nesse meio. Eu percebi muito jovem que seguiria os passos do meu pai. Eu nunca gostei muito de estudar. Eu preferia ficar em casa no meio dos cavalos ao invés de ir para a escola. Então lá pelos meus 15 anos resolvi que me dedicaria integralmente a isso.”
Títulos e Reconhecimento
2. Conte como foi a história por trás dos títulos mundiais. Qual era a sua idade quando conquistou os títulos mundiais?
“Eu recebi o convite da NBHA para representar o Brasil no mundial que aconteceria na China. Eu tinha 22 anos e fui campeão do campeonato mundial de 2013. Em 2018, fui convidado novamente e fui reservado campeão no mundial, já aos 28 anos, também na China.”
Desafios e Superações
3. Quais foram os maiores desafios que enfrentou ao se tornar um competidor profissional, especialmente em provas de três tambores?
“Na vida existem muitos desafios, basta não parar diante deles até alcançar o objetivo. O maior desafio é não desistir.”
O Futuro do Esporte Equestre no Brasil
4. Matheus, o Brasil está cada vez mais forte em competições internacionais. Como você vê o futuro dos atletas brasileiros no cenário global do esporte equestre?
“Sim, o Brasil já é uma grande potência no que se refere aos equinos, não apenas no tambor, em vários esportes equestres. Hoje, temos muitos brasileiros atuando no exterior, e o país vem cada vez sendo mais bem visto fora do Brasil. A tendência é só crescer.”
Preparação e Conexão com o Cavalo
5. Como você se prepara mental e fisicamente para uma prova de Três Tambores, especialmente nos campeonatos mais importantes?
“A preparação física envolve diversos métodos como osteopatia, quiropraxia, cuidados com a parte locomotora. A parte mental é mais complicada. O segredo é chegar bem-preparado e treinado nas competições, pois quando você se prepara, sabe que o risco de possíveis erros é muito pequeno, então entra em pista confiante.”
6. Qual a importância do relacionamento cavaleiro-cavalo nas suas vitórias? Você acredita que essa conexão é o segredo para o sucesso nas pistas?
“A conexão é muito importante e não pode faltar. Eu monto vários cavalos por dia e eu tenho conexão com todos eles. Eu faço questão de interagir com eles, não apenas montando, mas desenvolvendo uma relação mais profunda durante o manejo.”
Legado e Inspiração
7. Para finalizar, como você gostaria de ser lembrado na história dos esportes equestres? Qual legado você quer deixar para as próximas gerações?
“O que eu mais quero deixar é a honestidade. Eu gostaria que lembrassem do Matheus como o menino que monta bem, gente boa, alegre. Eu quero passar isso para as pessoas. Eu quero ser lembrado como alguém que ajudou muitas pessoas.”
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