O modelo da Mercedes-Benz possui nível 2 de autonomia e transita no ambiente controlado de lavouras de cana-de-açúcar. Veja que sensacional!
Os veículos autônomos estão se aproximando da nossa realidade, ainda que de forma gradual. No Brasil, a Mercedes-Benz já opera caminhões com nível 2 de autonomia em lavouras de cana-de-açúcar. Na prática, o condutor só é demandado em casos extremos.
“O piloto coloca a velocidade que ele quer e não precisa fazer mais nada. Dessa forma, o caminhão se desloca sozinho, com mais segurança e de forma totalmente automática e, em caso de qualquer acontecimento, o condutor pode manipular o veículo”, conta Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina, em entrevista a EXAME.
De acordo com o executivo, o modelo extrapesado Axor 3131 com direção autônoma pode operar no agronegócio e na mineração, considerados ambientes controlados e com menor frequência de pessoas e até animais.
A direção autônoma é controlada por piloto automático, GPS e georreferenciamento (imagens de satélite) e o veículo é usado no lugar do trator, com a promessa de mais produtividade, menos consumo de combustível e menor custo operacional. A Mercedes explica que o caminhão leva a carga em sua própria carroceria. Já o trator necessita de um reboque, o que dificulta a circulação e pode causar o pisoteamento da plantação.
Até o momento, 20 unidades do modelo já foram negociadas com a empresa Grunner, de tecnologia para o setor de cana-de-açúcar, e 12 estão em operação no interior de São Paulo. Trata-se do primeiro caminhão com direção autônoma que opera 24 horas em usinas de cana. Sem abrir valores, a Mercedes garante que os custos são próximos aos de um trator, porém com mais produtividade e retorno.
Schiemer ressalta que a empresa já está trabalhando no desenvolvimento desse modelo para outras lavouras, como soja e milho, adaptando software e mudando especificações do produto. “Precisamos fazer essas adaptações porque as aplicações são diferentes.”
Próximos passos
O presidente da Mercedes relata que o grupo Daimler, controlador da marca, está investindo em veículos autônomos para utilização nas estradas, o que deve trazer segurança e economia de combustível. No entanto, para Schiemer, ainda vai demorar um tempo para o caminhão 100% autônomo chegar ao mercado, principalmente pelo desafio da questão jurídica, pois ainda é difícil um consenso sobre quem seria responsabilizado em caso de acidentes.
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“Também falta infraestrutura de telecomunicações no Brasil inteiro para oferecer esse tipo de caminhão nas estradas. A tecnologia do 5G, por exemplo, é essencial”, pondera o executivo.
Ele garante, porém, que a oferta desse tipo de tecnologia da marca no mercado brasileiro não está muito atrás de outras regiões. “A aplicação que oferecemos no Brasil é inédita e estamos bem próximos de outros países. E vamos nos aproximar cada vez mais”, assegura Schiemer.
Fonte: Exame