O Boi-almiscarado é um mamífero ruminante herbívoro encontrado nas tundras (campos sem árvores) do Canadá. Apesar de seu nome, pertence à mesma família do carneiro e do bode; conheça
O Boi-almiscarado é um ser peculiar, que lembra uma mistura de touro e carneiro, destaca-se por sua singularidade em relação aos animais comuns. Chama a atenção de diversos fazendeiros, os quais, por razões surpreendentes, estão decididindo criar múltiplos exemplares desses animais. Entretanto, enfrentam um desafio considerável, pois esses são notoriamente difíceis de serem criados em fazendas devido à sua natureza muitas vezes irascível. Quer saber mais sobre esse boi? Acompanhe o texto!
Origem
Trata-se do Boi-almiscarado, um mamífero ruminante herbívoro encontrado nas tundras (campos sem árvores) do Canadá. Apesar de seu nome, pertence à mesma família do carneiro e do bode. Apresenta uma cabeça volumosa, pescoço curto e pernas curtas e robustas. O boi-almiscarado é originário das regiões árticas do Canadá, Gronelândia e Alasca.
A população no Alasca foi expulsa no século XIX e início do século XX, mas foi reintroduzida posteriormente. A espécie também foi reintroduzida em locais como a ilha Banks, ao norte da Europa, na região de Dovre, na Noruega, na província de Herdália, na Suécia, na Rússia e na ilha Ellesmere, no leste do Canadá, na província de Quebec.
Apesar de ter enfrentado proximidade com a extinção, a espécie se recuperou após medidas de proteção contra a caça. A população mundial, até 1999, foi estimada entre 65 e 85 mil indivíduos, com dois terços deles habitando a ilha Banks. Essa população está em crescimento, especialmente nas áreas onde a introdução da espécie ocorreu no século XX.
O primeiro par de bois-almiscarados vivos levados para a Europa foi capturado na ilha Clavering, uma ilha costeira da Gronelândia, em 1899. Esse evento marcou o início da introdução desses animais em territórios fora de sua região nativa, contribuindo para a preservação da espécie e sua presença em novos ambientes ao redor do mundo.
Caracteristicas
Ambos os sexos do boi-almiscarado ostentam chifres longos e curvados, medindo 2,5 metros de comprimento e 1,4 metro de altura no ombro. Os adultos têm peso mínimo de 200 kg, podendo superar os 400kg. Sua pelagem exibe uma combinação de tons, incluindo preto, cinza e marrom, além de pelos protetores que alcançam quase o chão.
Durante o verão, esses animais habitam áreas úmidas, como vales de rios, migrando para locais mais elevados no inverno para evitar a neve profunda. Sua dieta consiste em gramíneas, juncos, plantas da família Cyperaceae e outras. No inverno, escavam a neve em busca de alimento.
Bois almiscarados são seres sociais que formam rebanhos, geralmente compostos por 10 a 20 animais, podendo ocasionalmente chegar a 400. Durante a estação de acasalamento, que atinge o ápice em meados de agosto, os machos competem por dominação, com um touro líder afastando os demais. Os machos estéreis formam grupos exclusivamente masculinos, com apenas 3 a 10 integrantes, ou podem vagar solitários pela tundra. Nesse período, todos os machos tornam-se extremamente agressivos, até mesmo espantando pássaros que se aproximam.
As fêmeas atingem a maturidade sexual aos dois anos, enquanto os machos alcançam tal maturidade após cinco anos. O período de gestação dura de oito a nove meses, e a maioria das gestações resulta em um único bezerro. O bezerro se alimenta do leite materno por um ano, mas já começa a ingerir gramíneas uma semana após o nascimento.
Outro comportamento distintivo é observado quando o rebanho enfrenta ameaças: touros e vacas formam um círculo protetor ao redor dos bezerros. Essa tática defensiva é eficaz contra predadores como lobos, embora torne os bois-almiscarados vulneráveis a caçadores humanos.
Adaptabilidade
Durante o verão, esses animais habitam áreas próximas à água, como os vales de rios. Contudo, com a chegada do inverno, preferem locais mais elevados para evitar áreas cobertas por neve profunda. Nesse período, quando a comida torna-se escassa, os bois almiscarados utilizam suas habilidades de escavação na neve para alcançar gramíneas, juncos e outras plantas disponíveis. Adaptam-se reduzindo o consumo de oxigênio, produzindo menos gás carbônico e diminuindo a produção de energia para sobreviver com a menor quantidade possível de alimento.
Aos trinta animais, abrangendo diversas faixas etárias, alguns grupos, em certos casos, podem contar com até cem membros. Durante o período de acasalamento, os machos competem pela supremacia, colidindo cabeças de forma intensa, sem causar danos significativos, devido à dureza e resistência dos chifres e ossos do crânio. Os machos derrotados optam por fugir, formando novos grupos.
Durante o acasalamento, os machos emitem um intenso odor conhecido como almíscar, originando o nome “boi almiscarado”.
Criação em fazendas
Atualmente, o boi almiscarado não é mais exclusivamente selvagem. Sua criação em fazendas tem despertado interesse global, especialmente em regiões árticas como o Alasca. O atrativo principal reside em sua lã notavelmente quente e valiosa, conhecida como “k vilt”, considerada a segunda fibra mais cara do mundo. A criação desses animais em fazendas, um empreendimento desafiador e relativamente novo, oferece uma oportunidade única para agricultores em áreas frias.
A principal motivação para a criação de bois almiscarados é a obtenção de kilt, uma fibra extremamente cobiçada e cara. Com produtos derivados dela vendidos por centenas de dólares, um único boi almiscarado pode gerar até 6.400 dólares por ano, ultrapassando os 30.000 reais. Além da comercialização da lã, os fazendeiros podem também obter receita por meio do turismo e programas educacionais, como observado em fazendas exemplares como a Musky Ox.
Uma Fazenda em Palmer, Alaska, atrai visitantes interessados em aprender sobre esses animais singulares, contribuindo assim para a receita da propriedade. Embora menos comum, a venda dos próprios animais também pode representar uma fonte de renda. Entretanto, a disponibilidade limitada de bois almiscarados para venda reflete a complexidade e desafios do processo de domesticação desses animais.
Os bois almiscarados, mesmo domesticados, mantêm comportamentos selvagens e imprevisíveis, demandando um manejo cuidadoso e o estabelecimento de relações de confiança com os tratadores. O empreendimento de iniciar uma fazenda de bois almiscarados requer um investimento considerável em infraestrutura, além de custos significativos com manutenção e alimentação dos animais, que podem ser elevados. Adicionalmente, o mercado da lã desses animais ainda é restrito e carece de economia de escala. Apesar de ser considerado um produto de luxo, a demanda e a distribuição permanecem limitadas.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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