Conheça história de peão que mira sucesso nos rodeios

A história do competidor Guilherme Antônio Martins de Oliveira que está entre o sonho e a realização tentando um lugar no mundo rodeio.

O mundo do rodeio é recheado de histórias e, a cada momento encontramos uma diferente da outra. O que vamos relatar aqui hoje é um pouco diferente, é de alguém que não está mais na fase do sonho, porém, não chegou onde sonhou, está no calvário das oportunidades, vivendo os altos e baixos para tentar uma vaga, uma chance, um lugar ao sol.

Nascido na cidade de Platina (SP), Guilherme Antônio Martins de Oliveira cresceu assistindo os rodeios da Cia de Rodeio Rancho Primavera, na região de Assis (SP). Aos treze anos de idade, acompanhava os primos e amigos montarem, ia só para divertir, e dar risada dos tombos.

“Frequentava bastante estes treinos, até que um dia, eles me desafiaram a montar numa novilha e aceitei, a experiência não foi muito boa” Lembra sobre seu primeiro contato “Ao invés de eu ficar bom medo, peguei gosto e comecei a montar nos bezerros por brincadeira, aos poucos fui subindo o nível dos animais, quando percebi já estava montando em garrotes maiores e já de pulo”

“Apareceu um bolão e resolvi participar, contrariando o conselho dos amigos, onde acabei ficando em segundo lugar” Explica “Naturalmente eu já estava envolvido com rodeio e daquele dia em diante decidi que queria isso para minha vida e iria me dedicar para tal”

“Na minha cidade não existia ninguém que montava, foi onde conheci o Silvio Alexandre Ortiz, o “Beiçola” de Assis (SP), foi ele que me ensinou tudo o que sei hoje desde tirar um leite a passar a corda, posicionamento em um touro, e todos os caminhos do rodeio, ele estava se aposentando, ele foi meu mentor, isso tudo aconteceu por volta de 2013”

Mesmo assim, para as oportunidades apareceram de forma difícil como é a vida de todos aqui no Brasil. Para conseguir vagas em rodeios, precisou trabalhar em uma estrutura, montando arena, porém, aos dezesseis anos de idade, prejudicando seus estudos e estremecendo sua relação em casa.

“Eu e minha mãe, começamos a nos desentender, eu queria o rodeio ela queria que eu estudasse, até que um dia, cheguei em casa, minhas coisas estavam na rua, andei 15km a pé para poder chegar no Silvio “Beiçola” Lembra “Fui para Bauru morar com uma tia, arrumei um emprego e comecei a treinar Jiu-Jitsu, me adaptei fácil, logo tinha ganho um torneio do interior na competição. Aos 18 liguei a TV para assistir uma luta e vi uma chamada do rodeio de Piratininga (SP), meus olhos encheram de lágrimas, foi quando decidi voltar para casa a fazer as pazes com minha mãe”

“Fui novamente em um bolão no Paraná, de uma moto, onde consegui o título, fiz todo o possível para trazer a moto para minha casa e mostrar para minha mãe que eu poderia me dar bem no rodeio” Lembra “Depois o Davi que trabalha no Circuito Rancho Primavera, me chamou para trabalhar na montagem, eu imaginava que poderia montar no campeonato, quando ele me explicou que para montar eu precisaria sair, pois, não teria como montar e trabalhar na montagem, fiquei meio deslocado, mas, um amigo, Wellington de Brito, me convidou para ir para Santa Catarina, trabalhar na ferragem, montagem de arena, porém com oportunidade de montar nos rodeio, não pensei duas vezes e fui”

Em Santa Catarina, Guilherme fez uma temporada sucesso, foi finalista de quase todos os eventos, depois retornou para o estado de São Paulo, onde novamente enfrentou mais uma jornada de montagem, desta vez na Cia JC Rodeio, em Oswaldo Cruz (SP).

“Desta vez não tive um bom desempenho, a ferragem estava pesando no meu físico, e não tive oportunidade de treinar muito, com os maus resultados, acabei pedindo demissão e fui embora para Taquarituba (SP)” Lembra “Ali encontrei uma cidade com um clima bom de rodeio, continuei a montar e ganhar bolões, conheci minha esposa Letícia, com quem teve um filho em virtude disso precisei parar um pouco de ir nos rodeios”.

Foto: Rodeio Tube

Longe das arenas, trabalhando em sítios da região, para sustentar sua família, com o rodeio em mente, sempre teve o apoio da esposa, quando surgiu uma oportunidade de montar em um evento classificatório para montar na final da Ekip Rozeta.

“Montei bem e fui o campeão, ganhei a vaga para montar na final, porém, não consegui montar bem, sorteei touros difíceis, complicado, e não me saiu como esperava, embora, tivesse a consciência que não estava preparado para um rodeio daquele nível” Explica “E de novo, vou mudar tudo e intensificar treinamentos, Taquarituba, só foi mais um motivo para eu continuar a tentar”

“Eu tenho vinte e três anos de idade, vou continuar tentando, nunca medi esforços para esse sonho acontecer” Finaliza “Se um dia eu não conseguir, vou me aposentar tranquilo, sabendo que tentei, fácil já sei que não é, mas impossível, também não. Prefiro morrer por alguma coisa do que do que viver por nada

Por Eugênio José

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