A dúvida dos cotonicultores é: quais as melhores práticas para combater o bicudo e minimizar os danos causados pela praga?
O bicudo chegou ao Brasil em 1983 e hoje é a pior praga do plantio de algodão. Isso porque as larvas da praga se escondem no interior dos botões florais, dificultando a identificação e o combate à ameaça.
Em caso de infestação, o produtor deve reagir imediatamente. Caso ele não reaja em tempo hábil, e com precisão, o bicudo pode dizimar uma safra inteira de algodão. Por isso, entre outras pragas que assolam os algodoeiros, essa se tornou o pior pesadelo dos cotonicultores.
A dúvida da maior parte dos cotonicultores brasileiros passou a ser: quais as melhores práticas para combater o bicudo e minimizar os danos causados pela praga?
Impedir que o bicudo cause prejuízos na lavoura é possível e o passo mais importante para isso é realizar, de forma correta, o Manejo Integrado de Pragas (MIP). O conjunto de técnicas utilizadas pelo MIP, aliado a manutenção dos inimigos naturais das pragas, favorecem o equilíbrio natural do ambiente.
Assim, a lavoura também fica mais saudável e menos suscetível à infestação de outras pragas. Outras ações devem ser tomadas, entre elas, listamos três estratégias importantes. Confira:
Ecologia química
A estratégia utiliza armadilhas e plantas repelentes – ou os semioquímicos – para combater os insetos. Ela reduz o acasalamento entre as espécies e usa tecnologias para atrair e matar as pragas.
Os semioquímicos são produzidos a partir de outros insetos e plantas. Essas substâncias agem no comportamento dos insetos. Um bom exemplo dessa tática são os chamados feromônios de agregação, que atuam causando a atração de uns insetos pelos outros, que descobrem novas fontes de alimento.
No caso do bicudo, os feromônios não são completamente eficazes em todos os estágios reprodutivos do algodão, mas são eficientes para auxiliar na captura dos insetos em armadilhas.
Alguns pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) já identificaram compostos químicos repelentes ao bicudo. Eles estão em fase de teste.
Controle biológico
A estratégia é feita por meio de controle biológico e consiste em ações para preservar os inimigos naturais predadores da praga. Como alternativa, pode-se fazer também a liberação, ou a pulverização desses inimigos naturais no campo.
O controle biológico consegue reduzir consideravelmente o uso de inseticidas químicos e utiliza, a favor da lavoura, os recursos disponíveis na própria natureza. Especificamente no combate ao bicudo, o Metarhizium anisopliae se mostra bem eficaz, apesar de ser uma alternativa ainda cara para o produtor.
Para alguns pesquisadores uma boa ideia para tornar o combate a fungos mais viável economicamente seria a produção de pastilhas biodegradáveis. Compostas por feromônio – para atrair o inseto adulto – e fungos combatentes do bicudo-do-algodoeiro, as pastilhas causariam a morte do inseto.
Monitoramento inteligente
O monitoramento de pragas feito à maneira antiga não é suficiente para fornecer a base de ação imediata contra o bicudo-do-algodoeiro. Não há como controlar uma praga com alto poder de destruição sem o uso da tecnologia.
O Protector, por exemplo – tecnologia desenvolvida pela Strider (Empresa brasileira de tecnologia sediada em Belo Horizonte – MG) – permite que o produtor acompanhe os níveis de controle de sua lavoura com mais assertividade. Por meio de um sistema georreferenciado, ele gera mapas inteligentes de calor, facilitando a detecção de forma rápida do local exato em que a infestação saiu do controle, evitando a proliferação da praga na lavoura.
Isso faz com que o processo seja mais inteligente, além de favorecer a tomada rápida de decisão. Afinal, se o produtor percebe com rapidez que o bicudo está ameaçando sua cultura poderá entrar com a ação no mesmo dia.
A tecnologia também ajuda a saber qual o momento exato de agir e entrar com o defensivo, evitando aplicações de choque e desperdício do produto.
Reprodução do site Strider