Embora os homens sejam a maioria, é importante notar a presença significativa de mulheres entre os principais pecuaristas do Brasil, tanto na produção de leite quanto na pecuária de corte; conheça as rainhas do gado brasileiras
Em um cenário predominantemente masculino, as rainhas do gado no agronegócio brasileiro emergem como exemplos inspiradores de resiliência, liderança e sucesso.
Embora os homens sejam a maioria, é importante notar a presença significativa de mulheres entre os principais pecuaristas do Brasil, tanto na produção de leite quanto na pecuária de corte. Algumas dessas mulheres têm histórias notáveis, desempenhando um papel ativo e crucial nas fazendas do país. Neste artigo, serão apresentadas as maiores pecuaristas brasileiras, sendo que uma delas possui um número impressionante de cabeças de gado. Acompanhe!
Marlene Caiut
Adentrando o cenário pecuarista, destacamos Marlene Caiut, conhecida como a “Rainha do Jersey“. Sua trajetória começou de maneira notável, inicialmente nas passarelas como modelo, mas logo se direcionou para a administração bem-sucedida de uma propriedade leiteira. Em 2011, aos 23 anos, Marlene tomou a decisão de assumir a leitaria da família em Carambei, Paraná, conhecida por sua criação de gado de leite. Essa escolha foi motivada por sua insatisfação na carreira de modelo e pela necessidade de auxiliar o marido, que enfrentava endividamento e considerava vender as vacas para quitar as dívidas.
Os desafios iniciais enfrentados por Marlene foram significativos, incluindo sua inexperiência com a criação de vacas e os preconceitos enfrentados por ser uma mulher no ramo. Contudo, ela superou esses obstáculos com determinação, buscando apoio de nutricionistas e dispensando um funcionário que se recusou a seguir as orientações de uma mulher. Seus esforços resultaram em um notável aumento no número de animais e na produção de leite. A propriedade, que começou com cerca de 60 animais, atualmente abriga mais de 400, com 170 em lactação, gerando uma média de 5.000 litros de leite por dia.
A Chácara São João, com 45 hectares, destaca-se por sua abordagem sustentável, produzindo energia própria por meio de painéis solares e utilizando água de maneira racional. Além disso, Marlene abriu as portas da propriedade para estágios, proporcionando a oportunidade para outros aprenderem sobre o manejo eficiente na pecuária. Sua história ilustra não apenas a resiliência feminina no setor, mas também a capacidade de alcançar resultados expressivos por meio de esforço e determinação.
No contexto do gado leiteiro, refletindo seu comprometimento com a educação e a disseminação de conhecimento, Marlene alcançou diversos reconhecimentos, incluindo o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria Produtora Rural no Paraná, e o segundo lugar em nível nacional. Sua notoriedade a transformou em uma palestrante influente, viajando pelo Brasil para motivar outros a perseguirem seus sonhos e promover a continuidade da sucessão familiar no agronegócio.
Erika Lira Chaves dos Santos
Erika Lira é uma figura inspiradora no universo do agronegócio, representando o crescente papel da liderança feminina neste setor. Sua jornada teve início na infância, quando se mudou para uma fazenda em Imperatriz, Maranhão, aos 4 anos de idade. Adaptando-se rapidamente à vida rural, Erika desenvolveu uma paixão profunda pelo campo, influenciada pelo amor e dedicação de seu pai, Olindo Chaves. Atualmente, ela comanda a Fazenda Campolina em Imperatriz, gerenciando com determinação e uma perspectiva única, introduzindo uma abordagem feminina na administração do agronegócio. Erika destaca a importância do respeito e valorização do campo e das pessoas simples da terra, valores que ela se esforça para transmitir aos seus filhos.
Na fazenda Campolina, Erika implementou várias inovações e práticas sustentáveis, incluindo um tronco eletrônico, cerca elétrica, painéis de energia solar e uma fábrica de ração que produz misturas de sal proteinado para o rebanho. Além disso, ela utiliza tecnologias avançadas para gerenciar a propriedade, monitorando a taxa de lotação, planejamento nutricional e analisando os resultados de cada produto utilizado. Além de sua gestão na fazenda, Erika preside o grupo “As Fazendeiras”, uma iniciativa que teve início em 2018 e cresceu para incluir mais de 200 mulheres de vários estados e até mesmo de outros países. O grupo visa encorajar a liderança feminina em cargos de gestão do agronegócio.
Huguette Emiliani
Huguet Emiliani, uma destacada pecuarista mineira, se destaca como a única mulher entre os 10 maiores produtores de leite do Brasil. Sua trajetória na pecuária leiteira, que abrange quase 30 anos, é marcada por um enfrentando uma série de desafios, que incluíram crises econômicas, instabilidades no mercado de leite e um profundo drama pessoal, a Fazenda São João T Type, localizada em Inha, Minas Gerais, sob a habilidosa gestão de Ruguet, alcançou a nona posição no ranking Milk Point das 100 maiores fazendas de leite do país em 2019. Com uma produção anual de 1.460.000 litros de leite e uma média diária de 47.000 litros, a fazenda superou adversidades para se destacar.
Ruguet, filha de um imigrante francês do Marrocos e de uma mineira, assume sua posição de destaque com naturalidade e paixão, enxergando seu trabalho como algo realizado com a mesma normalidade de qualquer outra atividade. Após a dolorosa perda de seu marido, Ruguet enfrentou o desafio de gerir a fazenda sozinha. Ela buscou apoio nas pessoas próximas e na equipe técnica da fazenda para superar esse período difícil. Ruguet acredita firmemente que paixão e persistência são cruciais para o sucesso dos negócios, mas também destaca a importância de investimentos em genética, adoção de novas tecnologias e melhorias no manejo do rebanho. Além disso, ressalta que a reciclagem de conhecimentos e atualizações constantes são essenciais em uma atividade onde cada centavo faz a diferença.
Preparando o seu filho mais velho, Rafael, de 34 anos, para assumir a gestão da fazenda, Ruguet destaca a importância da continuidade familiar no agronegócio. Rafael já está envolvido na gestão da área da propriedade, que conta com 87 funcionários, e frequentemente consulta e discute temas relacionados à operação com sua mãe.
Sarita Junqueira Rodas
Sarita Junqueira Rodas, conhecida como a rainha da laranja e da raça Tabapuã, é uma das agricultoras mais respeitadas do Brasil. Filha de produtores rurais, com um pai agricultor e uma mãe pecuarista, o campo sempre foi a base do sustento e do relacionamento diário. Apesar da perda precoce de uma irmã para o câncer e do falecimento posterior do pai, Sarita enfrentou essas adversidades com muita fé, resiliência e determinação. Essas características, segundo ela, são a maior herança que poderia ter recebido do agricultor Junqueira Rodas. Atualmente, ela possui várias propriedades no interior de São Paulo e uma no Mato Grosso do Sul.
A Fazenda Água Milagrosa, situada em São Paulo, é reconhecida como o berço da raça Tabapuã, nome que reflete a tradição global de batizar a raça com o nome do local, região ou município de origem. Além de ser detentora desse importante legado, a fazenda desempenha um papel crucial na produção citrícola do Estado de São Paulo, o maior produtor do país. É na produção de laranja que Sarita Roda encontra uma realização ainda maior, considerando ser um privilégio ser citricultora e ter a certeza de compartilhar as riquezas dessa fruta, proporcionando saúde, vitaminas, qualidade de vida e bem-estar.
Ao chegarmos ao fim dessas histórias de Marlene, Erika, Ruguet e Sarita, somos envolvidos por uma sensação de admiração e inspiração. Cada uma dessas mulheres não apenas enfrentou desafios no campo agropecuário, mas também deixou uma marca indelével, transformando suas adversidades em oportunidades de crescimento.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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