Essas raças de ovelhas desempenham um papel crucial na indústria leiteira, oferecendo uma variedade de características que podem atender às demandas do mercado.
A produção de leite ovino tem ganhado destaque na agropecuária, especialmente pelo seu valor nutricional e pela demanda crescente por produtos diferenciados. Nesse contexto, as raças de ovelhas desempenham um papel crucial, pois cada uma delas traz características únicas que podem influenciar tanto a quantidade quanto a qualidade do leite produzido. A diversidade genética entre as raças permite que os produtores selecionem aquelas que melhor se adequam às suas necessidades e às condições de mercado.
As informações contidas neste texto foram obtidas da ARCO (Associação Brasileira de Criadores de Ovinos), uma fonte respeitada e confiável no setor. Para aqueles que buscam informações sobre outras raças não mencionadas aqui, a ARCO oferece um vasto acervo e recomendações especializadas que podem enriquecer ainda mais o entendimento sobre a produção de leite ovino.
Lacaune
A raça Lacaune tem sua origem na França, mais especificamente na região de Midi-Pyrénées, onde é amplamente reconhecida pela sua contribuição à produção do famoso queijo Roquefort. Essas ovelhas são adaptadas a climas variados, apresentando características que favorecem a produção de leite de alta qualidade. O padrão racial da Lacaune é marcado por uma cabeça de tamanho médio, com perfil reto e robustez, e sua pelagem pode variar entre o branco e o cream. Uma característica distintiva é a ausência de chifres em ambos os sexos, o que facilita a ordenha. O pescoço é forte e bem proporcionado, e o corpo compacto e musculoso, com um úbere bem desenvolvido, fundamental para a eficiência na ordenha.
Em termos de produção de leite, as Lacaunes são notáveis, com uma média de 600 a 900 litros por lactação e um teor de gordura que pode chegar até 6,5%. A qualidade do leite é excepcional, o que a torna ideal para a fabricação de queijos de alta gama. Quanto às aptidões e defeitos desclassificatórios, as Lacaunes se destacam pela sua excelente capacidade de produção, enquanto características como malformações congênitas ou problemas de saúde podem resultar em desclassificação.
Bergamácia
Por outro lado, a raça Bergamácia tem suas raízes na região dos Alpes, na Itália, e é valorizada pela produção de leite e queijos artesanais. Essa raça é robusta e se adapta bem a terrenos montanhosos. O padrão racial das Bergamácias é caracterizado por uma cabeça grande e robusta, com perfil levemente convexo e focinho largo, apresentando pelagem que varia do branco ao creme. Os machos costumam ter chifres longos e espiralados, enquanto as fêmeas podem ou não apresentá-los. O pescoço é forte e musculoso, o corpo é bem estruturado e largo, e o úbere é volumoso, o que contribui para uma produção eficiente.
A média de produção de leite das Bergamácias é de 600 a 800 litros por lactação, com leite rico em gordura e proteínas, ideal para queijos de sabor intenso. Em relação às aptidões e defeitos desclassificatórios, essas ovelhas são conhecidas pela sua adaptabilidade e eficiência na produção de leite, enquanto anomalias físicas e problemas de saúde podem levar à desclassificação.
East Friesian ou Milchschaf
A raça East Friesian, também conhecida como Milchschaf, é originária da região de Frísia, no noroeste da Alemanha, e é reconhecida como uma das principais raças leiteiras do mundo. Ao longo dos anos, a raça se espalhou para outros países, incluindo os Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália, onde se destacou pela sua eficiência na produção de leite. As ovelhas East Friesian possuem uma cabeça longa e estreita, com um perfil reto e orelhas longas que se estendem para baixo, conferindo-lhes uma aparência distintiva. A ausência de chifres é uma característica comum, tanto em machos quanto em fêmeas, e seu pescoço é fino e alongado, levando a um corpo bem estruturado e musculoso. O úbere é notável, apresentando-se volumoso e bem desenvolvido, o que é essencial para a produção eficiente de leite.
A produção de leite dessa raça é excepcional, com médias que variam de 800 a 1.200 litros por lactação, e a qualidade do leite é alta, apresentando um teor de gordura em torno de 5,5%. As East Friesians são conhecidas pela sua adaptabilidade e pela habilidade de se reproduzirem com facilidade, características que as tornam muito valorizadas na indústria leiteira. Em relação às aptidões e defeitos desclassificatórios, a raça é geralmente bem avaliada, mas anomalias físicas ou problemas de saúde podem levar à desclassificação.
Santa Inês
Por sua vez, a raça Santa Inês tem suas origens no Brasil, onde se desenvolveu a partir de um cruzamento de ovelhas de origem europeia com raças nativas, como a Morada Nova e a Bergamácia. Essa raça é amplamente conhecida pela sua adaptabilidade a diferentes climas e pela resistência a doenças, tornando-a uma escolha popular entre os criadores brasileiros. O padrão racial da Santa Inês é marcado por uma cabeça proporcional, com um focinho largo e olhos expressivos. Os machos podem apresentar chifres, enquanto as fêmeas geralmente não os têm. O pescoço é forte e bem formado, e o corpo é robusto, com uma musculatura bem desenvolvida e um úbere que se destaca pela capacidade de armazenamento de leite.
A média de produção de leite da Santa Inês gira em torno de 150 a 250 litros por lactação, com um teor de gordura que pode variar de 6% a 8%. Apesar de não ser uma das principais raças leiteiras em termos de volume, seu leite é valorizado pela qualidade e pelo sabor. As aptidões incluem a resistência e a adaptabilidade, enquanto defeitos como malformações ou problemas de saúde podem resultar em desclassificação.
Além das raças Lacaune, Bergamácia, East Friesian e Santa Inês, existem outras raças relevantes na produção de leite que merecem destaque. Cada uma delas possui características únicas que contribuem para a diversidade na produção ovina. O conhecimento sobre essas raças é essencial para aprimorar a qualidade do leite e a eficiência na produção. Referências a fontes adicionais e dados complementares são importantes para um guia completo, considerando que há muitas raças com potencial a ser explorado.
Em resumo, as raças discutidas desempenham um papel crucial na indústria leiteira, oferecendo uma variedade de características que podem atender às demandas do mercado.
Escrito por Compre Rural
VEJA TAMBÉM:
- Gigante chilena fará maior investimento da história no Brasil
- Maior agricultor do país vai plantar 737.000 hectares na safra 24/25
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.