A habilidade dessas raças na vaquejada é notável, graças a agilidade, força e capacidade de manobra, características essenciais para essa modalidade.
A vaquejada é uma tradição profundamente enraizada na cultura brasileira, onde habilidade, destreza e, é claro, os cavalos desempenham papéis essenciais. A vaquejada é uma prática intrinsecamente ligada à cultura nordestina brasileira, onde uma dupla de vaqueiros montados em seus cavalos se lança em perseguição a um boi, buscando derrubá-lo em uma área demarcada por pó branco (cal) e puxá-lo pelo rabo.
A validade da derrubada é determinada pelo boi cair e permanecer com as quatro patas para cima, dentro das faixas de classificação, sem tocá-las ao se levantar. Como um esporte equestre, a vaquejada atrai uma multidão de competidores em busca de prêmios em dinheiro e materiais valiosos. A cada evento, milhares de entusiastas se reúnem, especialmente no Nordeste, epicentro das corridas de vaquejada no Brasil. Acompanhe e saiba quais são os melhores cavalos!
Cavalo Árabe
Embora não existam registros escritos que indiquem com absoluta precisão o seu início, sabe-se que a criação do cavalo árabe é a mais antiga da humanidade. Sua existência pode ser estimada em mais de três mil anos, a partir de desenhos de cavalos orientais em paredes de pedra e objetos de arte encontrados em países como Egito, Grécia e no Sudeste Asiático.
O mérito da seleção, do desenvolvimento e da preservação das características que fazem do cavalo árabe um animal ímpar até os nossos dias deveu-se às tribos nômades de beduínos na península árabe. Mais do que um mero animal de serviço, um bom cavalo significava para eles a diferença entre a vida ou a morte no deserto por meio do triunfo ou fracasso na guerra.
Submetidos às mais rigorosas condições climáticas, os cavalos árabes tiveram que se adaptar a toda sorte de privações, tais como a falta de água e comida, temperaturas elevadíssimas durante o dia e baixíssimas à noite e longas distâncias a serem percorridas em terrenos áridos.
Características
A notável resistência do cavalo árabe é uma herança valiosa de seus antepassados que habitavam os desertos áridos. Essa resistência, aliada à sua velocidade, confere-lhes uma vantagem incontestável nas vaquejadas, onde a rapidez é determinante para o sucesso.
A agilidade é uma marca registrada dos cavalos árabes, sendo essencial para manobras rápidas e precisas durante as vaquejadas. Nesses eventos, onde contornar obstáculos e executar movimentos ágeis são imperativos, a agilidade desta raça se destaca de forma incomparável.
O temperamento calmo e estável dos cavalos árabes é uma qualidade admirável em um ambiente de vaquejada. Em meio à pressão da competição, é crucial que o cavalo permaneça sereno e concentrado, tornando o temperamento equilibrado desta raça uma vantagem significativa.
A estrutura muscular e o metabolismo do cavalo árabe são especialmente adaptados para atividades que exigem não apenas velocidade, mas também movimentos rápidos e sustentados. Além disso, sua capacidade pulmonar excepcional permite que utilizem oxigênio de forma mais eficiente, conferindo-lhes uma vantagem competitiva em esportes que demandam resistência e atividade contínua.
A cabeça do Cavalo Árabe é notável pela sua proporção, sendo a parte superior da cabeça maior em relação ao volume corporal, especialmente em profundidade em direção às ganachas. Possui uma forma triangular que diminui rapidamente para uma boca pequena e delicada, com lábios finos. As narinas são longas, finas e abertas, enquanto a face é ligeiramente côncava abaixo dos olhos. Seus olhos grandes e bem espaçados estão posicionados mais centralmente na cabeça, proporcionando uma capacidade cerebral aumentada, auxiliada por uma pequena protrusão na fronte. As ganachas são amplas, permitindo uma respiração sem dificuldades durante o galope, enquanto as orelhas, de tamanho menor nos machos, são bem implantadas e altamente flexíveis.
O pescoço é longo, arqueado, leve e implantado alto, seguindo bem atrás da cernelha. Destaca-se pela garganta larga e bem desenvolvida, que se conecta ao pescoco em um ângulo mais oblíquo do que em outras raças.
Os membros anteriores são robustos, com cernelha alta e musculosa, paletas longas e fortes, braco musculoso, antebraço largo e musculoso, e joelhos grandes e profundos. As canelas são curtas, mostrando tendões fortes, com boletos excepcionalmente grandes e bem marcados. Quartelas médias, em declive, são elasticas e fortes, e os cascos são grandes, redondos e baixos na parte de trás, com os membros posicionados paralelos de frente e retos de lado.
O corpo do Cavalo Árabe exibe costelas arqueadas e bem aparentes, com um tórax de grande capacidade, dorso e lombo curtos, e um abdômen baixo. A medida transversal do tórax é igual ou ligeiramente maior que a vertical, indicando uma proporção equilibrada.
Os membros posteriores apresentam uma garupa larga e horizontal, cauda de inserção alta e arqueada, quartos musculosos e um pouco estreitos, jarretes limpos, grandes e bem baixos, quartelas médias, muito elásticas e fortes, e cascos fortes, grandes, redondos e baixos na parte de trás.
A crina e a cauda do Cavalo Árabe são longas e sedosas, com um pelo espesso, fino, macio e sedoso.
Em relação à pelagem, são encontradas diversas variações, como castanha, alazã, tordilha, preta, baia, pampa e pintada, com exceção apenas para os animais Cruza Árabe.
Finalmente, sua altura varia de 1,40 m a 1,58 m na cernelha, com peso adulto oscilando entre 340 e 460 quilos. O Cavalo Árabe possui um andar caracterizado por passo, trote e galope agradável, com um trote naturalmente desenvolvido, resultado do comprimento e elasticidade de seus membros posteriores. Essas características fazem dele uma escolha excelente para vaquejadas, combinando elegância, força e agilidade.
Cavalo Puro-Sangue Inglês
A raça Puro-sangue Inglês (PSI), também conhecida como Puro-sangue de Corrida, tem suas origens na Inglaterra, no início do século XVIII, durante o reinado de Charles II. Seu desenvolvimento foi marcado pela seleção meticulosa de garanhões Árabes, notavelmente Darley Arabian, Bierley Turk e Godolphin Barb, que foram cruzados com éguas selecionadas. Esta combinação resultou em um cavalo com características ideais para corridas de longa distância, objetivando-se sua utilização em competições de corrida.
Ao longo dos últimos três séculos, o Puro-sangue Inglês foi submetido a um rigoroso processo de seleção que definiu suas características nacionais distintas. Essa minuciosa seleção não apenas consolidou sua reputação como o cavalo mais veloz em médias distâncias, que variam de 800 a 3.000 metros, mas também o tornou um excelente melhorador de outras raças. De fato, o PSI é amplamente utilizado na produção de exemplares excepcionais destinados à tração leve e a diversas modalidades esportivas, incluindo salto e adestramento.
Além de sua notória habilidade nas pistas de corrida, o Puro-sangue Inglês demonstra aptidões impressionantes para outras disciplinas, como salto e adestramento. Sua versatilidade o tornou um componente vital na formação de várias raças equinas ao redor do mundo, incluindo o Quarto-de-Milha, Mangalarga e Anglo-árabe, entre outras.
Dentre as qualidades que o destacam, sua agilidade, resistência e velocidade são especialmente relevantes para competições de vaquejada. A estrutura física do Puro-sangue Inglês, caracterizada por membros fortes e ágeis, aliada à sua notável capacidade cardiovascular, o torna um competidor excepcional neste esporte. Sua habilidade em manter velocidades elevadas em distâncias médias, aliada à sua destreza e agilidade, fazem dele uma escolha popular entre os vaqueiros que buscam desempenho de alto nível nas competições de vaquejada.
Em suma, o Puro-sangue Inglês não apenas ostenta um prestígio inegável como o cavalo mais veloz em médias distâncias, mas também demonstra sua versatilidade e excelência em uma variedade de disciplinas e atividades equestres, incluindo a vaquejada. Sua história rica e sua impressionante capacidade atlética continuam a cativar entusiastas de cavalos em todo o mundo.
Quarto de milha
A raça Quarto de Milha tem suas origens nos Estados Unidos, marcando sua presença desde a chegada dos europeus ao continente norte-americano, por volta de 1611. Resultado do cruzamento entre cavalos trazidos pelos ingleses e espanhóis e cavalos indígenas, o Quarto de Milha é um equino compacto, musculoso e ágil, especialmente capaz de correr curtas distâncias em altas velocidades.
Durante a guerra da independência, o Quarto de Milha ganhou notoriedade, tornando-se famoso entre os colonizadores devido às corridas disputadas entre três cavalos, percorrendo um quarto de milha. Esse tipo de corrida foi muito apreciado na época e contribuiu para a popularização da raça.
As competições organizadas para essa raça tiveram início em Tucson, no Arizona, onde em 1943 foi construída uma pista especialmente dedicada a essas corridas, no Rillito Park. No Brasil, o Quarto de Milha encontrou seu espaço nas pistas retas do interior, com destaque especial para o Jockey Club de Sorocaba, onde a raça possui grande expressão. Grandes nomes da raça, como Granite Lake, Dean Miracle, Panther Mountain, Check Him Out, Gold Medal Jess, No Secrets Here, entre outros, têm gerado descendentes de destaque no país.
Além do sucesso nas pistas de corrida, a versatilidade do Quarto de Milha o tornou bastante apreciado para o trabalho e as atividades no campo. Sua docilidade, robustez e velocidade contribuíram para sua aceitação em diversas atividades, especialmente na vaquejada, onde se destacou no Nordeste do Brasil.
A habilidade do Quarto de Milha na vaquejada é notável, graças à sua agilidade e capacidade de manobra, características essenciais para essa modalidade. Sua capacidade de reagir rapidamente e trabalhar em estreita colaboração com o vaqueiro o torna um parceiro valioso na prática desse esporte tradicional. Assim, o Quarto de Milha não apenas deixou sua marca nas pistas de corrida, mas também se estabeleceu como um dos equinos mais respeitados e admirados na vaquejada, combinando velocidade, destreza e confiabilidade.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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