Uma poderosa leguminosa, a soja preta foi lançada pela Embrapa e, segundo os dados tem um maior teor de proteína; Conheça mais sobre os detalhes desse grão.
Os cientistas acreditam que as características inovadoras do produto abrem novos espaços para a soja no cardápio de brasileiros e já chamaram a atenção de interessados em alimentos mais saudáveis e nutritivos. Embora todo mundo conheça a soja comum na cor bege, em 2019 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e a Fundação Triângulo, lançou uma cultivar de soja preta conhecida pelo nome BRSMG 715A. Confira tudo sobre esse grão!
O objetivo é oferecer uma alternativa para ampliar a adoção da soja na alimentação humana, mantendo o seu potencial produtivo na lavoura. A nova leguminosa é rica em antioxidantes e apresenta sabor suave. Essa característica é importante porque a resistência ao gosto forte da soja foi por muito tempo um desafio para a pesquisa científica, que tentava promover a adoção da leguminosa na alimentação humana de maneira mais ampla.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja (PR) Roberto Zito, a produção de sementes da BRSMG 715A está sendo iniciada nesta safra para atender a uma expectativa inicial de cultivo em 50 hectares. “É muito gratificante ver uma cultivar atender a um nicho de mercado, tanto pelo seu potencial produtivo quanto pelas qualidades nutricionais”, ressalta.
Diversas características que diferenciam a soja preta das cultivares comerciais, além da cor. Como:
- A primeira delas é o teor mais elevado de proteína, o que a torna mais nutritiva.
- A segunda é a maior facilidade de cozimento.
- A terceira é o sabor agradável, de acordo com os testes efetuados.
- A quarta é a maior proporção de ácidos graxos monoinsaturados, o que lhes confere maior estabilidade oxidativa.
- E a quinta é ser rica em antocianinas (que conferem a cor preta), as quais são antioxidantes naturais.
“O fato de essa cultivar haver sido desenvolvida com coloração preta não foi por acaso, vez que a estratégia subjacente é utiliza-la como sucedâneo parcial ou total do feijão preto na brasileiríssima feijoada”, afirmam Décio Luiz Gazzoni, pesquisador da Embrapa e Miguel Alves Pereira Jr, médico em Londrina-PR.
Essa diferente variedade da soja, um grão tipicamente asiático, é mais comum em seu continente de origem, mas vem ganhando fama também no Brasil – principalmente devido às ricas propriedades. Tem gosto mais suave e é mais fácil de cozinhar que o grão amarelo. E se destaca também pela qualidade nutricional.
Como a variedade mais comum da soja, cujos grãos são amarelados, a soja preta é altamente proteica. Portanto, é muito querida por adeptos da dieta plant-based, além de vegetarianos e veganos. Não só, é abundante em fibras, vitaminas e minerais. Também, é especialmente rica em isoflavonas, um antioxidante flavonoide poderoso.
Benefícios da soja preta
Ajuda na recuperação muscular
Especialmente querida por vegetarianos e veganos, a soja é excelente para quem pratica esportes, pois ajuda na recuperação muscular. Sendo assim, graças à abundância em proteínas, ela auxilia na hipertrofia, ou seja, no ganho de massa magra.
Melhora do funcionamento intestinal
Graças à riqueza em fibras, a soja preta também promove a melhora do funcionamento intestinal. Sendo assim, facilita a digestão, o que pode tornar o processo de emagrecimento mais fácil e rápido. Da mesma maneira, promove saciedade, postergando a fome.
Soja preta favorece a saúde do coração
Sua riqueza em proteínas e antioxidantes também favorece a saúde do coração, prevenindo doenças como a pressão arterial elevada e possíveis infartos.
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Ao comparar a capacidade antioxidante da BRSMG 715A, a Embrapa concluiu que a soja preta tem pelo menos 1,8 vez mais atividade antioxidante que a soja amarela. Isso significa que a nova variedade tem maior capacidade para prevenir o envelhecimento, por exemplo.
“A função vascular está intimamente relacionada com o risco de DCVs. Um dos fatores de risco, quiçá o mais importante, é o envelhecimento do organismo, que causa alterações funcionais e estruturais da parede vascular. O aumento da rigidez vascular é a principal consequência, e compromete a adaptação vascular às alterações do fluxo sanguíneo e da pressão arterial”, conclui Décio Luiz Gazzoni.