Com uma média de 17% de argila no solo e um sistema hídrico invejável, com o Rio Sepotuba fluindo por suas terras e mais de 70 nascentes preservadas, a fazenda possui um potencial inexplorado para a agricultura; conheça a Fazenda sustentável.
Na busca contínua por práticas agrícolas mais sustentáveis e conscientes, o setor agropecuário brasileiro dá um passo significativo com a inauguração do “Projeto Rio Preto”. Este modelo de fazenda marca o início de uma revolução silenciosa, um marco no setor agropecuário, que combina o poder da inovação com um compromisso inabalável com a sustentabilidade.
Situado nas vastas terras do interior brasileiro, o Projeto Fazenda Rio Preto não é apenas uma fazenda, mas um farol de esperança para um futuro agrícola mais verde e próspero. Neste artigo, exploraremos um pouco mais sobre o local e os impactos desta notável iniciativa, examinando como ela está definindo um novo paradigma para a agricultura no país.
Sobre a Fazenda:
Em um vasto território que se estende por 2.834 alqueires, encontra-se uma joia rara no cenário agrícola brasileiro, conhecida como o “Projeto Rio Preto”. Localizada entre os municípios de Nova Marilândia 90% e Santo Afonso 10%, em Mato Grosso, esta fazenda, cobrindo uma área de 1.800 alqueires de terras formadas, é muito mais do que um mero espaço rural. É um testemunho vivo do compromisso dos proprietários com a sustentabilidade e a inovação no campo.
Atualmente, a fazenda abriga uma operação pecuária exemplar, com cerca de 5 mil bois, praticando sistemas como o semi-confinamento, a produção de boi orgânico e o manejo rotacionado. Mas isso é apenas o começo. O Projeto também abraça uma agricultura sustentável, com cerca de 196 hectares dedicados ao cultivo de mileto e grama, apontando para um futuro onde a agricultura e a pecuária coexistem harmoniosamente.
Os números contam apenas parte da história. Com uma média de 17% de argila no solo e um sistema hídrico invejável, com o Rio Sepotuba fluindo por suas terras e mais de 70 nascentes preservadas, a fazenda possui um potencial inexplorado para a agricultura. Além disso, conta com uma infraestrutura impressionante, incluindo três mangueiras, três sedes (uma delas com impressionantes 500 m²), alojamentos para funcionários, dois barracões para máquinas e implementos, três poços artesianos, uma represa grande, uma pista de pouso asfaltada e energia elétrica, tudo cercado por uma fronteira de sustentabilidade.
Transição da pecuária para a agricultura
No “Projeto Rio Preto”, há atualmente uma transição agroecológica, que se configura como um processo contínuo e evolutivo de reformulação dos métodos de produção. O objetivo principal é migrar de um paradigma convencional para a adoção plena dos princípios e tecnologias fundamentadas na ecologia.
Dentro dessa abordagem, o foco está na transição da pecuária para a agricultura, como evidenciado pelo projeto ILPFC, que está sendo implementado na fronteira agrícola emergente no estado de Mato Grosso. Nessa região de interseção, onde a pecuária e a agricultura se encontram, o objetivo é viabilizar essa transformação de forma gradual.
É importante destacar que esse processo não envolve mudanças abruptas, mas sim uma transição gradual que se ajusta à dinâmica ecológica da região. Através do projeto ILPFC, busca-se a harmonização da atividade agropecuária com os princípios de sustentabilidade, promovendo a adoção responsável de práticas agroecológicas que beneficiam tanto a produção quanto o meio ambiente.
Através da transição da pecuária para a agricultura, está sendo trilhado um caminho que valoriza a harmonia entre a produção de alimentos e a conservação dos recursos naturais na nova fronteira agrícola de Mato Grosso.
Abordagens sustentáveis inovadoras
No Projeto Rio Preto, abordagens inovadoras em quatro dimensões de carbono são incorporadas, moldando a visão da fazenda para a sustentabilidade:
Práticas com o carbono:
1. Carbono de Conservação (REDD+): Compromisso com a preservação e proteção de áreas florestais preciosas, com ênfase na redução das emissões de carbono e na conservação da biodiversidade.
2. Carbono de Restauração (ARR): Desenvolvimento da restauração de ecossistemas degradados, promovendo a recuperação de áreas impactadas pelo desmatamento e outras atividades humanas.
3. Carbono no Solo (Agricultura Regenerativa): Adoção de práticas agrícolas regenerativas que visam aprimorar a saúde do solo, aumentar a produtividade e capturar mais carbono, contribuindo para um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável.
4. Carbono na Pecuária (Redução de Emissões de Metano): Compromisso com a implementação de medidas inovadoras que visam reduzir as emissões de metano na pecuária, minimizando o impacto ambiental.
Agronegócio 2.0
No local, a abordagem chamada “Agronegócio 2.0” está sendo aplicada para transformar o conceito tradicional de fazenda. Os pastos degradados estão sendo revitalizados e convertidos em áreas produtivas, fortalecendo a integração entre as atividades pecuárias e agrícolas. Acredita-se que essa integração promove uma sinergia única de produtividade e sustentabilidade.
Além dos esforços ambientais, o Projeto Rio Preto também demonstra preocupação com o bem-estar social, promovendo boas práticas de trabalho e estabelecendo parcerias responsáveis com as comunidades locais. Segundo eles, a visão é clara: promover o desenvolvimento social e econômico da região.
Impacto da iniciativa
O Projeto não apenas abraça a sustentabilidade em suas diversas dimensões de carbono, assim como também impacta positivamente o meio ambiente, a economia local e serve como uma fonte de inspiração para aqueles que buscam um futuro mais verde e equilibrado. Veja como:
Restauração de Ecossistemas: A restauração de ecossistemas degradados é uma das iniciativas mais impactantes do Projeto Rio Preto. Isso não apenas revitaliza a biodiversidade local, mas também restaura a funcionalidade dos ecossistemas. A recuperação de áreas anteriormente comprometidas pelo desmatamento e outras atividades humanas ajuda a melhorar a qualidade do solo e da água, criando um ambiente mais saudável para a fauna e a flora.
Produtividade Sustentável: A implementação de práticas agrícolas regenerativas e a integração entre a pecuária e a agricultura na fazenda melhoram a produtividade das terras. Isso não apenas beneficia a economia da fazenda, mas também ajuda a garantir a segurança alimentar e contribui para o desenvolvimento sustentável da região.
Bem-Estar Social: Além do impacto ambiental, o Projeto Rio Preto também promove o bem-estar social. Ao adotar boas práticas de trabalho e estabelecer parcerias responsáveis com as comunidades locais, a fazenda contribui para o desenvolvimento social e econômico da região. Isso inclui a geração de empregos e oportunidades para as comunidades locais.
Exemplo Inspirador: O Projeto Rio Preto serve como um exemplo inspirador para outras fazendas e empreendimentos rurais no Brasil e além. Demonstrando que a sustentabilidade não é apenas possível, mas também é benéfica em termos econômicos e ambientais, a fazenda está contribuindo para mudar a mentalidade em todo o setor agrícola.
Estabelecimento de um novo paradigma
O “Projeto Rio Preto” está, sem dúvida, definindo um novo paradigma na agricultura brasileira e, por extensão, no cenário global. Ao adotar uma abordagem holística que abrange a conservação de ecossistemas, a restauração de áreas degradadas, práticas agrícolas regenerativas e a redução das emissões de metano na pecuária, o local demonstra que é possível alcançar produtividade agrícola e pecuária substanciais, enquanto também se compromete com a preservação ambiental e a mitigação das mudanças climáticas.
Essa abordagem inovadora demonstra como um modelo de agricultura sustentável pode ser lucrativa e ao mesmo tempo benéfica para o meio ambiente. Ao promover essa visão e compartilhar suas experiências, o Projeto Rio Preto inspira outros a adotar práticas semelhantes.
Escrito por Compre Rural com informações da Fazenda Rio Preto.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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