Cerca de 40 vacas de leite confinadas serão ordenhadas por robôs e devem produzir 800 l/dia
A primeira fazenda leiteira do mundo será inaugurada no Porto de Roterdã este ano, com o objetivo de ajudar a cidade a produzir mais alimentos de forma sustentável.
Uma empresa imobiliária holandesa, a Beladon, construiu a instalação bem no meio do porto de Merwehaven, em Roterdã, e a utilizará para criar 40 vacas Meuse-Rhine-Issel, ordenhadas por robôs.
A fazenda da Beladon, que terá três níveis e está ancorada no fundo do oceano, deve ser iaugurada no final de 2018 e produzir cerca de 800 litros de leite por dia.
Peter van Wingerden, engenheiro da Beladon, teve a ideia em 2012 quando estava em Nova York trabalhando em um projeto habitacional flutuante no rio Hudson.
Lá, o furacão Sandy atingiu as ruas da cidade e danificou suas redes de transporte. A entrega de mercadorias ficou prejudicada e após dois dias foi difícil encontrar produtos frescos nas lojas.
“Fiquei pensando na necessidade de produzir alimentos o mais próximo possível dos consumidores”, diz van Wingerden.”Então surgiu a idéia de produzir alimentos frescos de maneira adaptável ao clima na água”.
O conceito também seria resistente a furacões, acrescenta.
“Não podemos mais confiar nos sistemas de produção de alimentos do passado”, diz ele.
Mais tarde, sua equipe começou a trabalhar no projeto e conversou com a Autoridade Portuária em Roterdã. Apesar das hesitações iniciais sobre o potencial ruído e cheiro, o porto deu a Beladon um espaço para construir um protótipo.
Desde então, a fazenda tomou forma, e no início deste verão europeu sua plataforma flutuante foi movida por barcaças de Zaandam, no norte da Holanda, para Roterdã.
A esposa de Peter e sua parceira de negócios, Minke van Wingerden, diz que a fazenda começará com 40 vacas, o suficiente para o empreendimento equilibrar. Mas ela diz que é “facilmente escalável”, com operações maiores prometendo “eficiências óbvias”.
A fazenda também pretende reutilizar e reciclar o máximo que puder. “Pelo menos 80% do que nossas vacas comem serão resíduos da indústria alimentícia de Roterdã”, diz o gerente geral da fazenda, Albert Boersen.
Isso pode incluir grãos descartados por cervejarias locais, restos de restaurantes e cafés, subprodutos de moinhos de trigo locais e até aparas de grama, todos coletados e entregues em caminhões elétricos fornecidos pela empresa local de “resíduos verdes” GroenCollect.
“Também cultivaremos lentilha como alimento para os animais”, diz van Wingerden. “É rica em proteína, cresce rapidamente e pode ser cultivada com urina de vaca. Teremos uma instalação de quatro ou cinco plataformas verticais cultivando a planta sob luzes LED especiais.”
O projeto ainda gerará parte de sua própria energia – hidrogênio produzido por eletrólise alimentada por painéis solares.
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Uma vez em funcionamento, a fazenda irá produzir e pasteurizar leite e iogurte no local e vendê-lo em Roterdã. Também irá processar e vender o esterco das vacas.
Fonte: BBC