Conheça a maior raça brasileira de porco

Originário do Brasil, este suíno foi considerado a maior raça do país, desempenhando um papel crucial na produção alimentícia e na economia rural por décadas. Contudo, hoje enfrenta o desafio da quase extinção, devido à intensa mestiçagem com outras raças e às mudanças nos padrões de demanda do mercado; confira

No vasto cenário da suinocultura brasileira, uma raça se destaca não apenas pelo seu tamanho imponente, mas também pela sua significativa contribuição histórica e econômica: o Porco Canastrão. Originário do Brasil, este suíno foi considerado a maior raça do país, desempenhando um papel crucial na produção alimentícia e na economia rural por décadas. Contudo, hoje enfrenta o desafio da quase extinção, devido à intensa mestiçagem com outras raças e às mudanças nos padrões de demanda do mercado.

Neste artigo, exploraremos a fascinante história do Porco Canastrão, desde suas origens durante o período colonial até os desafios contemporâneos que ameaçam sua existência. Discutiremos suas características distintivas, seu papel na cultura e economia brasileira, e o potencial ressurgimento da valorização da banha de porco, proporcionado por recentes descobertas científicas sobre os benefícios da gordura animal. Prepare-se para uma jornada pela rica história e importância do Porco Canastrão, uma verdadeira joia da biodiversidade suína brasileira.

História impressionante do animal

Foto: Divulgação

O Porco Canastrão tem suas raízes entrelaçadas com a chegada dos portugueses ao Brasil, que trouxeram consigo diversos tipos de porcos durante o período colonial. Ao longo dos séculos, esses animais adaptaram-se ao ambiente brasileiro, desenvolvendo características únicas que os distinguiram como uma raça robusta e produtiva. Originalmente utilizado principalmente para a produção de banha, o Canastrão atingiu seu auge de popularidade na década de 1950, quando era reconhecido como a maior raça suína do Brasil, com machos pesando até 220 quilos e fêmeas até 200 quilos.

No entanto, com a industrialização e modernização da pecuária brasileira a partir da década de 1970, o suíno enfrentou um declínio gradual. Raças estrangeiras mais produtivas e orientadas para a carne foram introduzidas, deslocando gradualmente as raças nativas, como o Porco Canastrão, que eram vistas como menos eficientes para os novos padrões de produção. Este cenário levou a uma diminuição significativa da população pura desta raça, tornando-a quase extinta nos dias de hoje.

Principais características

Foto: Divulgação

O animal destaca-se por seu grande porte, que o consagrou como a maior raça suína do Brasil durante a década de 1950. Os machos dessa raça podem chegar a impressionantes 220 quilos, enquanto as fêmeas atingem até 200 quilos. A pelagem dos Canastrões é predominantemente preta, mas também existem variações em vermelho e com manchas brancas. Além de sua robustez, esses animais são conhecidos por serem tardios em termos de desenvolvimento, mas extremamente prolíficos, com fêmeas demonstrando excelente habilidade materna.

Outra característica marcante é sua aptidão para a produção de banha, uma qualidade altamente valorizada em tempos passados. Estes porcos eram criados principalmente para este propósito, sendo uma fonte crucial de gordura animal para diversas utilidades na alimentação e na cozinha tradicional brasileira. Com o recente debate sobre os benefícios da gordura animal versus gordura vegetal, as características do Porco Canastrão, especialmente sua capacidade de produzir banha, podem novamente se tornar economicamente relevantes.

Importância cultural e econômica

O animal desempenhou um papel fundamental na cultura e economia brasileira, especialmente nas regiões rurais. Como vimos, durante a primeira metade do século XX, ele era uma fonte essencial de banha, que era amplamente utilizada tanto na culinária quanto na conservação de alimentos. A banha de porco era um ingrediente crucial na dieta brasileira, valorizada por sua versatilidade e sabor. Em muitas fazendas, a criação dessa raça era uma atividade comum, e a venda de banha e carne suína proporcionava uma importante fonte de renda para as famílias rurais.

Canastrão na atualidade

Foto: Divulgação

Atualmente, o Porco Canastrão enfrenta um cenário de quase extinção devido à intensa mestiçagem com outras raças suínas mais produtivas e orientadas para a carne. Essa mestiçagem foi intensificada a partir da década de 1970, quando a suinocultura brasileira passou a valorizar raças estrangeiras com maior produtividade e melhor aptidão para a carne. Como resultado, encontrar exemplares puros de tornou-se uma tarefa extremamente difícil, já que a maioria dos animais remanescentes apresenta características híbridas.

Apesar desse declínio, há um renovado interesse em raças produtoras de banha devido às recentes descobertas científicas que destacam os benefícios da gordura animal em comparação com os óleos vegetais processados. Este cenário oferece uma oportunidade para a recuperação e valorização dessa raça, não apenas como parte do patrimônio genético e cultural do Brasil, mas também como uma opção economicamente viável. Iniciativas de preservação e programas de reprodução seletiva são essenciais para resgatar e manter esta raça histórica, garantindo que suas qualidades únicas não se percam para sempre.

Benefícios da banha de porco

Foto: Divulgação

A banha de porco, tradicionalmente usada na culinária brasileira, tem sido redescoberta por seus benefícios à saúde e versatilidade na cozinha. Uma das principais vantagens dessa opção é seu perfil de ácidos graxos. Com uma proporção equilibrada de gorduras saturadas e insaturadas, a banha pode ser uma alternativa mais saudável a muitos óleos vegetais processados. Estudos recentes indicam que a gordura saturada, quando consumida com moderação, não é tão prejudicial quanto se acreditava, e pode até desempenhar um papel na manutenção da saúde cardíaca e na absorção de vitaminas lipossolúveis.

Além de seu perfil nutricional, essa gordura é altamente estável em altas temperaturas, tornando-a ideal para frituras e assados. Diferente de muitos óleos vegetais que se degradam e formam compostos prejudiciais quando aquecidos, a banha mantém sua integridade, resultando em preparações culinárias mais seguras e saborosas. Também é rica em vitamina D, especialmente quando provém de porcos criados ao ar livre, expondo-se ao sol. Esses fatores contribuem para o crescente reconhecimento da banha suína como uma escolha saudável e prática na cozinha moderna.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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