Descubra a magnitude e a operação da Dairy Holdings Ltd, a maior fazenda leiteira da Nova Zelândia, um gigante que não apenas lidera em produção, mas também redefine os padrões de eficiência e sustentabilidade na indústria de laticínios do país; Confira
A Nova Zelândia é amplamente reconhecida por sua robusta indústria de laticínios, que contribui significativamente para a economia do país. Este setor é responsável por uma parcela considerável das exportações neozelandesas e emprega milhões de pessoas. Em meio a esse cenário, destaca-se a Dairy Holdings Ltd, a maior fazenda leiteira da Nova Zelândia. Com ativos de aproximadamente US$ 1 bilhão, a firma é um gigante discreto no setor, cujo impacto e operações merecem uma análise mais detalhada.
Neste artigo, exploraremos a história e a estrutura da Dairy Holdings, bem como seu papel crucial na indústria de laticínios da Nova Zelândia. Discutiremos suas práticas inovadoras, a abrangência de suas operações e sua contribuição para a Fonterra, o maior processador de leite do país, que a firma também é acionista. Também abordaremos os desafios e estratégias da empresa para manter a lucratividade e a sustentabilidade.
História e estrutura de sucesso
A Dairy Holdings foi fundada em 2001, nascida da união de diversas fazendas leiteiras menores, com o objetivo de criar uma operação mais eficiente e robusta. Desde sua fundação, a empresa se destacou pela expansão rápida e contínua, consolidando-se como uma das maiores operadoras de fazendas leiteiras na Nova Zelândia. Inicialmente, a firma focou em adquirir e integrar fazendas estrategicamente localizadas, permitindo uma escala de produção que otimizasse custos e aumentasse a eficiência operacional. Ao longo dos anos, também investiu significativamente em tecnologia agrícola e práticas sustentáveis, visando melhorar a produtividade e minimizar o impacto ambiental.
A estrutura da firma é uma combinação de inovação e gestão eficiente. Com mais de 70 fazendas espalhadas por aproximadamente 16.000 hectares, a empresa opera uma vasta rede de propriedades agrícolas, cada uma equipada com infraestrutura moderna para a produção de leite de alta qualidade. A Dairy adota práticas avançadas de manejo do solo e de rebanho, assegurando a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que maximiza a produção leiteira. A empresa também mantém uma relação estreita com a Fonterra, a maior processadora de leite do país e uma das maiores do mundo, tendo ações do grupo e fornecendo uma parte significativa do leite usado na fabricação de produtos lácteos exportados globalmente.
Para manter sua posição de liderança na indústria de laticínios, a gigante investe continuamente em pesquisa e desenvolvimento, explorando novas tecnologias e métodos de produção. Isso inclui o uso de sistemas de gerenciamento de fazendas baseados em dados, que monitoram tudo, desde a saúde do rebanho até as condições do solo e os níveis de nutrientes.
Além disso, a propriedade implementa práticas agrícolas sustentáveis para reduzir seu impacto ambiental, como a rotação de culturas, o uso eficiente da água e a redução de emissões de carbono. Com uma equipe dedicada de profissionais e um foco constante em inovação e sustentabilidade, a Dairy continua a definir padrões elevados na produção de leite, contribuindo para a forte reputação global da Nova Zelândia na indústria de laticínios.
Processo simples e eficiente
A DHL adota um processo de produção de leite simples e eficiente, rigorosamente seguido para garantir a qualidade em grande escala. A empresa possui e aluga 20 propriedades de apoio à produção de laticínios, permitindo a hibernação de todas as vacas e o pastoreio de 14.000 novilhas jovens de um ano (R1) e 14.000 de dois anos (R2). A maioria dessas propriedades é irrigada, proporcionando consistência no crescimento dos animais jovens. Além disso, ser um rebanho autocontido e fechado reduz significativamente o risco de biossegurança para todos os animais, com mais de 3.000 R1 e 3.000 R2 de propriedade de operadores da DHL sendo pastoreados internamente.
Desde 2017, a empresa prioriza a fertilidade em seu programa de criação, utilizando touros com alto valor reprodutivo e fertilidade. Essa abordagem resultou em um aumento nas taxas de prenhez de seis semanas, passando de 67% para 74% nos últimos quatro anos. Maior taxa de prenhez de seis semanas significa que os animais parem mais rápido e mais pasto é colhido, resultando em produção de leite no início da estação e maior lucratividade. A alta taxa de prenhez também melhora a capacidade de selecionar o rebanho para outras características no futuro, contribuindo para a sustentabilidade e eficiência da produção de leite.
A eficiência inteligente do leite implica em menos tempo necessário para ordenhar as vacas, utilizando rotinas de ordenha eficientes em estábulos de vacas em espinha de peixe e rotativos. O foco no fluxo de vacas, rotinas de ordenha e o uso de MaxT reduziram significativamente os tempos de ordenha em todo o negócio. Com tempos de ordenha mais curtos, a satisfação da equipe melhora e a saúde animal é beneficiada por meio da redução de casos de mastite e claudicação.
Números que impressionam
Com US$ 1 bilhão em ativos, a Dairy Holdings é a maior produtora de leite da Nova Zelândia, embora mantenha um perfil surpreendentemente discreto. Isso pode precisar mudar, conforme afirma o presidente-executivo Colin Glass, já que a indústria de laticínios busca melhorar sua narrativa sobre os esforços para reduzir a pegada ambiental. Operando 75 fazendas, das quais 59 são dedicadas à produção de leite e 16 à pastagem, todas localizadas na Ilha Sul, principalmente em Canterbury, a empresa é o maior fornecedor da Fonterra, com 54 fazendas contribuindo para a cooperativa e as demais fornecendo leite para a Westland Milk Products.
A fazenda leiteira envia regularmente seus animais de descarte para abate, contribuindo com aproximadamente 7.300 vacas e 1.300 touros anualmente para o processador de carne, Silver Fern Farms Limited. Esse processo não apenas ajuda na gestão do rebanho, mantendo a saúde e a produtividade das vacas em foco, mas também representa uma parte crucial da cadeia alimentar, garantindo que os produtos derivados sejam aproveitados de maneira sustentável e eficiente.
Os números da Dairy são impressionantes. Na temporada de 2017-18, suas 59 fazendas leiteiras ordenharam quase 50.000 vacas em 14.300 hectares, produzindo cerca de 17,26 milhões de quilos de sólidos do leite. Comparativamente, a Nova Zelândia produziu 21,1 bilhões de litros de leite na temporada de 2019-20, tornando-se o sétimo maior produtor de leite do mundo.
A maioria dessa produção é destinada à exportação, com a Fonterra sendo responsável por aproximadamente um terço das exportações mundiais de laticínios. Desde sua fundação em 2001, a Dairy tem investido em tecnologia agrícola e sustentabilidade, otimizando a produção e minimizando o impacto ambiental, destacando-se como um exemplo de sucesso e inovação na indústria de laticínios
Alta qualidade e cuidado com o pasto
A DHL mantém um rebanho totalmente autocontido, alimentado exclusivamente em suas próprias fazendas, o que garante a produção de alimentos sustentáveis da mais alta qualidade. A empresa adota técnicas comprovadas de manejo de pastagens, seguindo rigorosamente o Spring Rotation Planner (SRP) e metas de cobertura de pastagem seca no final da temporada. Essas práticas asseguram que a quantidade máxima de pasto de alta qualidade seja cultivada e colhida em cada fazenda, proporcionando uma alimentação adequada para os animais durante toda a temporada e ajudando-os a atingir a condição corporal desejada.
Desde 2019, a firma tem utilizado uma dieta 100% composta por pasto e forragens cultivadas em suas próprias propriedades. A empresa substituiu o uso de PKE (palm kernel expeller) por silagem de capim, mantendo a ração importada nas fazendas leiteiras entre 20 a 50 kg de matéria seca (MS) por vaca, comparado à média nacional de 1.200 kg de MS por vaca.
Esse enfoque em alimentação baseada exclusivamente em pasto permite que a Dairy produza leite da mais alta qualidade para a Fonterra e a Westland Milk. Além disso, a implementação de sensores de umidade CropX em todas as propriedades ajuda a garantir o uso eficiente da água, reduzindo o consumo de eletricidade e a lixiviação de nitrogênio, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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