A raça Ankole e Watusi tem registros de 5 a 6 mil anos atrás, serviu aos antigos Egípcios; seus chifres podem chegar a ter 2,40 metros de ponta a ponta
Na última semana nós falamos da raça Boran aqui na Compre Rural, de origem africana e com porte médio. Aproveitando o ensejo, decidimos falar de outra raça africana, essa bem mais famosa, o gado Ankole e Watusi, de origem do continente africano onde se destaca, principalmente pelos enormes chifres.
O nome composto é porque a raça difundiu-se em duas tribos diferentes. Os animais da raça encontrados em Uganda, Ruanda e Burundi. No Uganda, a variedade Sanga da tribo Nkole é conhecida como Ankole. Em Ruanda e Burundi, a variedade Sanga da tribo Tutsi é chamada Watusi. A linhagem comum de Watusi em Ruanda é chamada Inkuku. A variedade de chifres gigantes, de propriedade dos reis e chefes tutsis, é chamada de Inyambo, embora alguns relatórios tribais atuais afirmem que foram extintos.
Segundo dados históricos a raça de chifres longos foram estabelecidos no vale do Rio Nilo em 4000 aC, é possível ver imagens deles em hieróglifos egípcios nas pirâmides. Nos 2000 anos seguintes, o Watusi migrou com seus povos do Nilo para a Etiópia e depois para os confins do sul da África.
Tradicionalmente, o Ankole e Watusi são considerados sagrados. Eles forneciam leite aos seus donos, mas raramente eram usados para a produção de carne, uma vez que a riqueza de um proprietário era contada em animais vivos.
Devido à sua aparência única e bem diferente, o gado Ankole foi exportado da África por zoológicos europeus durante o final do século XIX e início do século XX. Zoológicos e parques de caça na Alemanha, Suécia e Inglaterra estavam entre os criadores fora da África. O gado foi chamado Ankole, ou Ankole-Watusi, e eles foram tratados como uma única raça. Os zoológicos americanos e outras atrações turísticas importaram o gado Ankole-Watusi dos zoológicos europeus nas décadas de 1920 e 1930. Com o passar do tempo o zoológicos mudaram suas políticas e só mantinham animais selvagens, os Ankole Watusi foram ventidos para criadores particulares.
Watusi Lurch
Os chifres dos Watusi são consideradas sagrados em territórios que pertencem ao país de Ruanda. Inclusive o exemplar com foto destacada logo abaixo é um caso excepcional, de nome Lurch, ele está listado no livro dos recordes (Guiness Book) por ter o chifre de maior circunferência do mundo, medindo 95,25cm.
Trata-se realmente uma espécie rara e curiosa, pois não deve ser muito fácil carregar um chifre enorme como estes. Com toda certeza os indivíduos dessa raça devem ter músculos bem fortes na parte dianteira, principalmente no pescoço, permitindo o animal se locomover e suportar o peso das guampas gigantes.
Ankole-Watusi (Bos taurus watusi)
Ele é uma espécie Bos taurus, em algumas literaturas é possível encontrar como Ankole-Watusi, isso porque seu nome em espanhol é Ankole. O gado Watusi provavelmente resulta do cruzamento do zebu indiano de chifres longos com animais de grandes chifres do Antigo Egito. São animais de porte médio, com vacas com peso de 430 a 540 kg e os touros pesam entre 540 a 730 kg.
Os bezerros recém-nascidos pesam apenas 14 a 23 kg e permanecem pequenas por vários meses. Este baixo peso ao nascer faz os touros Ankole-Watusi ser úteis no cruzamento com outras raças, para emprenhar novilhas de primeira cria, gerando facilidade de parto.
São selecionados para ter chifres compridos?
Isso é feito tanto por razões religiosas quanto por razões de prestígio, em regiões onde a riqueza é contada pelo número de cabeças de gado. Os povos do leste africano nunca abatem seu gado: não comem carne e se contentam em misturar o leite com o sangue tirado da jugular do animal.
Os mais belos exemplares, chamados Inyambos, são praticamente sagrados. Suas fezes, depois de secas, servem de combustível e sua urina é usada em toalete.
Os Watusi são bem rústicos, capazes de suportar má qualidade e pouca forragem e quantidade limitada de água. Essas habilidades de sobrevivência permitiram-los como uma raça, não só para sobreviver aos séculos na África, mas estabelecer-se na Europa, América do Sul, Austrália e América do Norte.
Peculiaridade da raça – Durante o dia, os bezerros dormem juntos, com uma vaca “madrinha” nas proximidades para proteção. À noite, todo o rebanho dorme junto, com os bezerros ao centro para proteger contra predadores, que aliás, são muitos na África. Os chifres dos adultos servem como armas formidáveis contra os intrusos.
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